17. Help me, God!

867 50 33
                                    

"Eu posso ouvir sirenes, sirenes
Ele me bateu e pareceu um beijo
Eu posso ouvir violinos, violinos
Me dê toda essa ultraviolência"

Lana Del Rey - Ultraviolence

Caroline

Não estava acreditando no que estava acontecendo, Klaus só pode ter perdido completamente o juízo, sei que ele nunca o teve perfeitamente bem, mas agora ele estava sendo mais insano que o normal.

Não havia possibilidade disso acontecer, eu sou um ser humano, como poderia carregar algo no meu corpo que não é dessa natureza? Realmente tenho passado mal, mas acho que é decorrente à essa opressão.

Os flashes de todos os momentos que passei mal começavam a surgir em minha mente, o que para mim parecia ser uma forma do meu corpo se expressar a essa mudança drástica, para Klaus era outra coisa.

Olhei aqueles testes e fiquei pensando na probabilidade do que Klaus disse ser verdade, era tão bizarro que eu não conseguia nem imaginar o que faria.

-Bem... Não vai ser nada- suspirei.

Por mais estranho que tenha sido aquele ocorrido do sangue preto saindo de mim, eu não imaginei que poderia ser algo tão catastrófico.

Catastrófico?

Como ter um filho se torna algo "catastrófico"? Eu não poderia pensar dessa forma, porém, eu pensava, e era assim que eu me sentiria se realmente fosse real.

Uma tremenda catástrofe. Mais uma...

Encarei aqueles testes e senti uma dor imensa no peito, era como se estivesse propositalmente arrancando meu coração, mas diferente da dor física, a dor era na alma. Minha alma estava pedindo socorro, completamente cansada de todo esse tormento, é um filme de terror sem fim.

Abri a porta do banheiro chorando e encontrei Klaus impaciente sentado na cama, ele levantou rapidamente e veio até mim.

Seu olhar carregava ansiedade, diferente de antes, agora ele parecia mais ansioso do que bravo.

-Eu... Me desculpe Klaus, não consigo fazer isso- falei chorando.

-Um teste?! Você não consegue urinar na droga de um potinho?!

-Não é tão simples como pensa...

-É sim, é só se sentar, urinar e colocar a porcaria do teste dentro- disse já se exaltando.

-Não sem antes me dar uma explicação para isso. Como é possível? Eu sou humana, não a droga de um demônio.

Ele me olhou como se estivesse o ofendendo, mas a raiva transparecia em seu olhar.

-E não é- ele soltou.

-Como?

-Não sei Caroline, não sei- passou a mão pelo cabelo e continuou -Eu não sei como isso é possível, mas...- parou

-Mas? Só quero que me conte Klaus, eu preciso que me conte.

Ele andou desajeitado até a cama e sentou esfregando sua nuca, logo me encarou.

-Todos nós, demônios, sabemos que é impossível um ser humano carregar um ser com o DNA como o nosso- fez uma pausa -A não ser que ele esteja infectado com o nosso sangue, mas... Você... Você não está- concluiu, porém senti duvida na sua afirmação.

-Então, aquele sangue que você pediu pra tomar cuidado, ele... Ele é do tipo contaminante?

-Pode se dizer que sim, alguns dos demônios mais poderosos foram criados assim.

Olhei sua feição neutra me encarando e assenti com a cabeça para ele continuar.

-Eles injetavam o sangue demoníaco e faziam as mulheres gerarem mais demônios assim, mas essa prática depois foi banida por Lúcifer, pelo fato de temer que alguém roubasse o seu lugar no trono do inferno- ele riu parecendo se divertir com o que disse.

-Lúcifer?

-Sim, o próprio- me olhou -Esses seres nascidos de humanos e demônios, são extremamente poderosos.

-Você é um deles? Quer dizer...- as palavras me faltaram, sempre quis saber o que aconteceu quando Klaus era humano, mas saber que ele sempre foi assim me assustou- Ahmm... Você sempre foi um demônio?

-Bem... Não acho que tenho que lhe contar sobre a minha vida- disse rude.

-Tudo bem, mas então... É isso que acha que aconteceu comigo?- perguntei.

-Eu não lembro de ter encostado em seu sangue contaminado. Naquele dia... Naquele dia eu tomei muito cuidado pra não tocar naquilo, Klaus.

Instantaneamente veio em minha cabeça o dia em que eu cheguei aqui. O chão do banheiro, gotas pretas como... Como...

-Klaus, você entrou no meu apartamento no dia em que cheguei?- minha voz estava tremula.

Ele me olhou rapidamente parecendo entender o que eu estava pensando.

-É que no chão do meu banheiro, tinha um líquido preto e eu...- suspirei -Eu não sabia o que era e acabei pisando sem querer.

-Porra, Caroline!- gritou.

-Mas eu lavei em seguida, foi rápido demais, não teria dado tempo de...

-DEIXA DE SER ESTÚPIDA, GAROTA!- ele gritou me cortando -Você realmente acha que as coisas são como quer?

Eu odeio ele.

-Quem mandou você entrar no meu apartamento? O errado é você não eu, seu idiota!- respondi.

-Foi Damon, aquele filho da puta estragando as coisas como sempre- bufou.

-Damon?

-Sim, naquele dia eu tinha socado a cara dele por não ter seguido as minhas ordens, me zanguei, bati nele, nós brigamos e... Foi isso, ele deve ter deixado o rastro da porcaria do sangue dele no banheiro.

-Não acredito- disse me sentando na cama tentando me acostumar com as chances de estar grávida ser verdade.

-Por incrível que pareça, nem eu Caroline.

-E você acha que esses testes vão funcionar?

-Não sei, não custa tentar já que querendo ou não, você ainda é humana.

-Mas você sabe que eu não vou querer ter esse bebê de qualquer maneira, não sabe?

-Mas você não tem que querer nada, Caroline, eu mando aqui e se eu disser que você vai ter esse bebê, você vai- seus olhos negros me fuzilaram e fui em direção ao banheiro, bati a porta com força e peguei aqueles testes.

-Por favor Deus, não pode dar positivo.

Ouvi uma risada e logo em seguida:

-Deus não vai te ajudar agora, doce Carol.

The devil in I // Klaroline AdaptationOnde as histórias ganham vida. Descobre agora