°Capítulo-37° - Bônus

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AUGUSTO



O escritório de Augusto era um pequeno labirinto de salas abarrotadas em uma casa vitoriana próxima ao centro. O lugar era essencialmente uma operação de um único homem. Ele tinha uma sócia, uma mulher chamada Denise Drey, que tinha se formado há pouco tempo na faculdade de contabilidade. Mas só o substituía quando Augusto precisava viajar a algum lugar. Ambos compreendiam, aparentemente, que Denise não era tão presente assim, o que Augusto não se importava. Por enquanto, a presença de Denise era vagamente desconcertantes, seus olhos escuros e silenciosos observando os clientes que vinham e partiam.

A única outra integrante da equipe de Augusto era a Sra. Cruz, que organiza os arquivos, atendia ao telefone- quando não aguentava mais a bagunça, relutantemente, fazia faxina na cozinha e no banheiro enquanto sussurrava ameaças de assassinato – Preferiu contratar uma senhora daquela vez, pois não queria cair na tentação como da ultima vez. A melhor sala no escritório era a sala de espera. Havia uma lareira de tijolos e estante com revistas mais recentes. Era naquele andar que Augusto trabalhava de segunda a sexta.

— Pegaram ele... Augusto, se aquele idiota abrir a boca... - Francis deslizou o capuz de cima da cabeça com um movimento mal-humorado e ficou ali sentando, vendo Augusto tragar o charuto cubano.

Quando garoto, Augusto queria ser um policial, mas não conseguiu passar na prova da policia. Então, havia se tornado um contador fracassado, que começou a fazer dividas sem a esposa saber. Augusto começou a andar com pessoas e freqüentar lugares que Clara nunca imaginaria, tudo no completo sigilo. Por mais que tentasse fugir daquilo tudo, era puxado cada vez mais, até o dia que o chefão viu Augusto jogando. De cara, ele se interessou e, principalmente, quando soube que Augusto era bom com finanças. Ele precisava de um contador; Augusto precisava pagar a divida alta.

Por mais que tentasse pagar as dividas, nunca era o suficiente, pelo menos não para o chefão. Tudo se agravou quando souberam que Augusto tinha uma esposa e um filho de três anos, então as ameaças começaram a ser feitas com eles. Para proteger os dois, ele era praticamente obrigado a ser uma marionete. Pelo menos, sabia que enquanto servisse ao chefão Daniel e Clara estariam em segurança.

Em verdade, as aparências realmente importam. Augusto, através do chefão, conseguiu clientes ricos que precisavam de um contador, então foi ai que conseguiu alugar um andar do prédio apenas para ele, conseguiu comprar uma casa para Clara, colocar Daniel em uma escola particular, fora as outras coisas que conseguiu.

- Ele não vai falar nada, eu já disse. Conseguiu falar com aquela puta? - Augusto usava óculos sensuais, parecia super concentrado no ''trabalho''.

- Eu já cuidei do sobrinho dela, ele não vai se meter em nada. – Francis falou. – Mas você tem que se ligar, sabe que a policia...

- Com licença, senhores, eu trouxe o café. – A sra.Cruz, interrompendo a conversa dos dois, trazia em uma bandeja com duas xícaras de café preto. Assim que deixou o café na mesa, ficou parada esperando por mais alguma ordem ou apenas um ''obrigado, sra.Cruz'', mas nada veio.

- O que está fazendo ai parada? Pode ir, vá! – Augusto fez um gesto com a mão.

- Oh, certo, com licença. – Eles não poderiam ler pensamentos, então não sabiam que Cruz os xingavam de tudo quanto era nome.

- Continuando, não posso dar muito brecha, pois a policia pode ficar na minha cola. Aquele investigador é esperto.

- Jonas não abrirá a porra da boca, ele é idiota demais pra isso...Aquele investigador não é tão esperto assim. – Provou o café, deixando o charuto de lado. Sua boca amargou depois de escutar o nome de Stephen, sabia que ele não desconfiaria de Augusto, mas ele estava próximo demais da sua ex-esposa.

Avassalador-O homem de DAWN CityOnde as histórias ganham vida. Descobre agora