°Capítulo-23°

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CLARA

Clara está nervosa. Demorou quase uma eternidade para as suas mãos pararem de tremer. Teve que tomar toda a água do seu copo para tentar se acalmar um pouco. Não queria passar que estava nervosa, mas quando tentou cortar o assado as mãos tremiam, a faca escapou das suas mãos e acabou batendo no molho respigando um pouco na sua roupa. Se já estava constrangida, ficou mais ainda. Tentava bolar um plano brilhante em sua mente. Essas eram as suas opções:

1ª A mesa era grande demais, então ela poderia se esconder em baixo dela até todos esquecerem a sua existência;

2ª Calculou se a saída era próxima dali e quanto tempo demoraria a ligar o carro e escafedesse dali mais rápido que o flash;

3ª Falar a verdade e implorar de joelhos para ele relevar o seu lapso de loucura motivado pelo álcool;

4ª Fingir que não era com ela e continuar a jantar.

Eram os melhores planos que a sua mente foi capaz de maquinar naquele instante. E como se soubesse que Clara estava visivelmente nervosa, Eva Cole falou:

- Querida? Clara? Aconteceu alguma coisa? Precisa de ajuda? - Perguntou, preocupada. Stephen arqueou as sobrancelhas groças, deixando um leve riso escapar de seus lábios finos e desenhados. Clara tremeu. Ele parecia se divertir com o nervosismo de Clara. Cretino!

- Sim, senhora. - Conseguiu falar, finalmente. - Desculpe por essa bagunça, apenas me senti um pouco mal.

- Está melhor agora? Precisa de alguma... - Stephen interrompe a sua mãe.

- Senhorita, eu acho que lhe fiz uma pergunta. - Tinha o tom debochado na voz cheia de charme.

- Stephen! - Sua mãe bradou, achando desnecessária a intromissão do filho.

- A comida está gostosa, senhor. - Tentou agir normal.

- Não, Clara Lucastick! Ouça, a palavra senhor é muito formal para mim, prefiro que me chame de investigador gostosão. Eu acho que é mais fácil para você e soa muito bem para mim. - Falou. Stephen gesticulava com as mãos, e por mais que falasse sério, sua voz tinha o tom debochado e irônico. Eva Cole olhava de um para outro, perdida. O assado que Clara havia colocado na boca voou para alguma parte, enquanto se engasgava. Tosse, tosse e tosse. Eva se levantou da mesa para ajudar Clara, enquanto Stephen a olhava sério coçando a sua barba por fazer. - Ô, Senhorita Lucastick, acalme-se! Não compreendo o seu comportamento. Prefere quais outros nomes: gato, gostoso, tesa...

- Não, por favor, o senhor me deixa constrangida. - Sua respiração acelerou. - Não estou compreendendo aonde o senhor quer chegar. - Deu uma de sonsa. Stephen passou a língua nos dentes, estreitou os seus lindos olhos.

- Desculpe, foi um erro meu. Aproveite o jantar. Meré, eu vou lá fora fumar. - Falou, como se não houvesse falado nada antes.

- Querida, o que aconteceu aqui? O que investigador gostosão tem a ver com a comida? - A mãe de Stephen perguntou confusa.

- Eu preciso ir aqui, eu volto logo. - Clara saiu praticamente correndo da mesa de jantar a procura do causador do seu nervosismo. Eva tentou compreender o que estava se passando, mas era tudo muito confuso para ser entendido. Então, decidiu voltar a jantar, agora sozinha. Stephen estava na varanda fumando, uma das mãos enfiadas no bolso do casaco preto. Então é isto. Stephen acha que Clara está obcecada por ele.

- Você leu não foi? - foi quase um sussurro.

- Cada palavra. - Respondeu.

- Eu não estou obcecada por você. - Clara falou, encolhendo-se com o olhar que Stephen a deu. Ele tragou e soltou a fumaça devagar.

- Não lhe falei isto. - murmurou.

- Mas pensou! A verdade é muito

mais complicada. - Respirou fundo, começando a abrir o jogo. Ela conta tudo o que se passou naquele dia, mas o seu nervosismo só atacou quando Stephen parou de fumar e olhou para ela. O seu olhar era intenso demais para uma pessoa só. Seus olhos perfuravam Clara enquanto ela termina de contar, seu olhar era passivo, não demonstrava nada. - Pode me julgar, eu estou preparada.

- Clara... - Ele diz, causando um frio na barriga de Clara, porque toda vez que ele diz o nome de Clara soa como um sussurro rouco e profundo, uma evidente armadilha da tentação. - Não vou julgá-la, só não quero que isso volte a acontecer, entendeu? - perguntou.

- Sim. Claro. Pode ficar tranqüilo, Senhor Blake. - Fala e se acalma.

- Só Stephen, por favor. - Arruma o seu casaco.

- Tudo bem, Stephen. - Sorrir. - Então eu vou indo terminar o meu jantar. Muito obrigada. - Ela se vira, mas a voz de Stephen é ouvida por ela fazendo ela se virar novamente e parar os seus passos.

- Clara Lucastick? - Chama.

- Sim, Stephen? - Ela pergunta. Stephen permanece com o olhar passivo, mas seu corpo está inquieto. Queria, mas ao mesmo tempo não queria perguntar a ela. A cabeça de Stephen estava uma bagunça.

- Não é nada. Tenha uma boa noite. - Falou.

- Para você também. - Clara acena, voltando para dentro da casa. Eva Cole já estava na sobremesa, enquanto lia alguma coisa em seu celular.

- Desculpa à demora, senhora Cole. - Clara puxou a cadeira e sentou-se. Eva tirou os seus óculos de grau e serviu uma taça de vinho para Clara.

- Apenas para relaxar. - Eva Cole pisca.

- Apenas para relaxar. - Clara murmura tomando o vinho, mas dessa vez só ficou com uma meia taça.

♤♤♤

<<Bom dia, dorminhoco. Espero que tenha tido bons sonhos. Encontro você mais tarde. Quando escurecer iremos ao cinema. Amo-te, filho.>>

Clara apertou enviar, mal pode esperar para estar com Daniel, e fuçou a lista de convidados que estava nas notas do seu celular. Conferiu se estavam todos ali, incluindo a sua chefa Eva Cole. O tema da festa era ''pantera negra'', um pouco repetitivo, mas Daniel amava aquele filme. Mandou a lista de convidados para Juanitta, pois ela havia ficado responsável por fazer os convites. Guardou o celular, mas antes escolheu a próxima música. Suas passadas são rápidas, enquanto caminha pelo parque. Seu corpo estava leve e seus pensamentos em outro mundo, enquanto se deixava ser envolvida pela batida da música.

- Puta merda... Desculpe-me. - Clara não sabe como, apenas se deu conta que havia caído e um homem estava em cima dela. Os olhos do homem desviam para o tornozelo de Clara. Ele tem consciência que a pancada foi forte e ela caiu de mau jeito. Clara choraminga um pouco quando tenta colocar o pé esquerdo no chão.

- Eu sinto muito, quer que eu a leve para um hospital?- Ele a senta no banco em frente ao lago congelado.

- Não precisa, eu estou bem. - Clara fala.

- Clara? - Ela levanta a cabeça, arqueando as sobrancelhas - Jonas, o da boate.

- Jonas? O que está fazendo por aqui?- Ela pergunta.

- Eu voltei, vou ficar permanente aqui. - Ele sorrir. - Em minha defesa, não foi por querer. - Jonas aponta para o tornozelo dela. Ele se ajoelha e tira o tênis de Clara, fazendo uma massagem logo em seguida. Ela fez um gesto para ele, como se dissesse: ''Não precisa, mas pode continuar. '' Ele se levanta.

- Obrigada. - Ela agradece.

É impressionante como o arrepio sombrio sonda Clara, o que não foi percebido da primeira vez que eles se encontraram. Mas, talvez, aquela simples sensação fosse por causa do frio. Contudo, tinha algo nos olhos de Jonas que não foram percebidos por Clara ou talvez até por ninguém, mas algo estranho existia naquele olhar.

❄❄❄❄

O que será que vem por ai? 🤨 Uma boa filha a casa torna, não é...Tá feliz? Então curte e comenta bem muito para eu voltar bemmmm rápido. Espero que tenham gostado. Desculpe qualquer erro. Primeiro capítulo de 2022!!! 🥳🥳Que esse ano seja incrível para mim e para você. Até logoo!!!!!♥️♥️❣

Avassalador-O homem de DAWN CityOnde as histórias ganham vida. Descobre agora