Shelter from the storm

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Por isso, os finais de tarde começaram a ser passados com Sam e Ruby. Enquanto as duas liam os relatórios, discutiam as planilhas e assinavam documentos, Ruby terminava a tarefa e ficava de olho em Lizzie. O melhor de tudo, era que Agnes estava lá também e a Luthor sentia uma tremenda falta de sua melhor companheira. Foi pensando nisso que ela decidiu levá-la de volta para casa, já que percebeu que nem Lizzie e nem Agnes se estranhavam. Na verdade, a bola peluda caramelo desenvolveu um instinto protetor com a menina e sempre se deitava ao lado dela na sala. Os filhotes já não eram mais filhotes e por isso precisavam ser doados. O coração da Luthor doía só de pensar em separá-los, pensar em como Agnes sentiria falta dos seus pequenos e por mais que soubesse que isso era ridículo, ainda sim se importava.

Winn e Alex surgiram com a solução numa noite de sábado durante um jantar especial que Lena preparou para todos. Foi uma ideia sua, sendo sincera, porque não aguentava mais pisar em ovos com todos ali. Depois da conversa que teve com Kara, depois de descobrir a verdade sobre sua história e sobre como doía carregar aquele fardo, ela decidiu permitir que seu coração a perdoasse aos poucos. Um processo longo, mas necessário. E todos precisavam saber daquele fato, para poderem respirar mais aliviados. Ela e Kara estavam em ótimos termos. Nesse jantar, Winn comentou que queria ter um cachorrinho a algum tempo e Alex disse que Ruby precisava de uma distração nas férias de verão que se aproximava. E foi assim que Krypto ganhou uma irmã mais velha totalmente empolgada para brincar com ele e Leah ganhou um pai dedicado e carinhoso.

Sam continuou a gerir a L-Corp com garra e determinação, fazendo sua própria fama dentro dos setores da empresa. Todos a admiravam e gostavam da sua forma de enxergar a ciência. No entanto, sentiam falta de sua chefe e sempre perguntavam como ela estava. Ainda acordava em lugares estranhos, perdida e sem se lembrar do que aconteceu, mas estava lidando um pouco melhor, já que Alex sempre aparecia para resgatá-la. Compareceu a DEO em alguns finais de semana para fazer testes e chorou por ter medo de descobrir a verdade. Alex a ajudava a respirar fundo, prometia que iria trazer uma solução para aquele caso e que estaria com ela até o fim. Eram uma família, afinal de contas. Permaneceram na troca de casa como antes e Ruby agradecia por poder escolher onde ia dormir, pois agora ela tinha o próprio quarto na casa da sua tia favorita.

As semanas se passaram, a primavera chegou ao fim e deu lugar a um verão extremamente quente e quase insuportável na Califórnia. A família Luthor-Danvers aprendeu a sobreviver a cada dia e a reconhecer que cada uma possuía um fardo e uma maneira para lidar com eles. Kara continuou a contar sobre seu planeta, sobre seus pais e seus amigos, e principalmente sobre o quanto sentia falta deles. Lena escutava com atenção, escrevia cada detalhe no seu coração e esperava a loira terminar de contar, para então abraçá-la e deixar que chorasse em seu ombro. O abraço passou a ser um ato recorrente entre as duas, trazendo a marca fiel da amizade que construíram no primeiro ano. A dor diminui, ainda se fazia presente, mas era menor e mais suave. Ambas se permitiram ter acesso ao perdão, à palavra e aos seus corações quebrados.

Elas aprenderam que juntas poderiam remendar cada pedacinho mais rápido do que sozinhas.

Não podiam afirmar que voltariam um dia a namorar, ou a cogitar um relacionamento a mais do que a amizade. Sim, ainda usavam a palavra melhor amiga para definir o que eram, porém agora também eram mães da menina garotinha.  E Lizzie era o ponto de luz dentro daquele apartamento. Ambas se dividiam com as tarefas, organizando uma rotina diferente a cada mês, pois a pequena crescia rápido e ficava mais agitada. E faminta, para o desespero de sua mãe. As mamadeiras aumentaram na geladeira, as fraldas eram empilhadas em seu armário, as roupas ficaram curtas e apertadas. A pequena kryptoniana engordou, ganhou bochechas e chamava muita atenção com seus olhos azuis brilhantes. Sem contar que começou a balbuciar coisas ininteligíveis.

What to expect (When you're expecting)Where stories live. Discover now