Johnny Darko
No quarto, as garotas estavam em uma briga intensa, muitas garrafas sendo atiradas, as duas estavam cheias de cortes pelo corpo, Thea havia empurrado Jaqueline até a sacada do quarto que levara a vista da queda da cachoeira.
— Se recomponha mulher, eu não quero te machucar mais. — disse Thea soltando a garrafa que estava em sua mão e virando as costas para a garota.
— Isso foi um erro — disse ela, puxando Thea e a jogando para a beira da sacada — Não irei me render a você.
Thea se levantara rapidamente e segurara o braço da garota, impedindo que ela cravasse a ponta quebrada da garrafa em seu pescoço. No entanto, a garota se distraíra com a porta do quarto abrindo, ela me viu entrando e isso fez com que Jaqueline desse o golpe fatal. Uma cabeçada que fez a garota solta-la, e enfim, o golpe no pescoço com a garrafa. Assisti tudo, parado, sem me mexer, meu coração por um instante deixou de bater, e em seguida voltara mais acelerado do que nunca, adrenalina teria tomado conta de meu corpo, soltara risadas malignas olhando para minha noiva, que somente agora teria percebido minha presença no quarto.
— Amor, essa mulher... Ela surtou do nada, e começou a me atacar.
— Você não devia fazer isso — falei cessando a risada. — Não devia contar mentiras.
James Jr se aproximara. Entrega-me uma mascara, aquela que ele pegou do altar, e estica uma faca para que eu use-a. No entanto eu a recusei, pois acabara de me lembrar da faca que escondi por de baixo da barra da minha calça.
— Eu disse que com o motivo certo, qualquer um pode virar um assassino — fechando-o a porta do quarto. — Basta perder alguém que amamos.
Então entendi. Tudo fizera parte de seu plano, a vingança dele era justamente fazer com que eu enlouquecesse por perder o meu grande amor, Thea Ries. Agora sei que é ela, sempre foi ela. James teria sua vingança completa me fazendo ser como ele... E como seu pai. Ele acabara de me matar, não fisicamente, mas internamente.
— Você não devia ter feito isso — falei, colocando a mascará de JJ. — Não devia mesmo.
Caminhei em direção de Jaqueline, abri o zíper de minha mascará e mostrara meus dentes em um sorriso psicótico tão largo quanto o que Smile possuía.
— Amor, para... Você está me assustando — começou a chorar. — Eu te amo até a lua e voltando, lembra?
— Eu te amo até a lua e voltando! — Repeti suas palavras dezenas de vezes eufórico aproximando-me mais e mais. — Tudo isso, foi uma grande mentira!
— Não foi. Eu sempre te amei com todas as minhas forças... Eu cometi um er...
— Um erro! — Gritei. — E quantas vezes mais pretende cometer o mesmo erro?
— Nunca mais, eu prometo. — disse ela abraçando minha perna aos prantos. — Por favor, me perdoa.
Sorri para a garota.
— Te perdoar? — Fiz uma pausa enquanto a olhava. — Não vai mais contar com o meu perdão. Guarde suas lagrimas, pois estou virando a página.
— Por favor, me ouça...
— Qualquer um pode ver que você é feita de mentiras, que só eu mesmo acreditei. — falei segurando o rosto da garota. — Não mais, meu amor, chega de mentiras.
Olhei para o lado, tive uma visão com Adam que me dizia: — Você sabe o que fazer, você é como ele. É como nós. — O quarto se ocupara pela alucinação de Smile e JJ ao lado de Adam.
As vozes ecoavam em minha mente repetindo aquela frase centenas de vezes.
Aquilo perturbara tanto, ao ponto de fazer com que eu surtasse, soltara um grito e logo o grito mudou para risadas.
— Relaxa amor, isso vai doer mais em mim do que em você — falei cravando a faca no ombro de minha noiva. — Opa! Acho que aprendi a mentir também, vai doer mais em você mesmo.
A garota cai no chão implorando por ajuda, implorando para que parasse. Mas aquilo era inútil, a fúria por ver Thea, a garota de minha vida sendo morta diante de meus olhos, aquilo foi demais, tomou conta de meu corpo e mente. Então subi encima da garota e começara a cortar seus braços, a cada corte, uma risada soltara.
— Haha.
Um corte.
— Hahaha.
Um corte.
— Hahahaha.
Mais um corte, e á medida que aumentava os golpes, também aumentavam minhas risadas.
Jaqueline já estava machucada da briga com Thea, já perdera muito sangue, nesse ritmo não aguentaria muito.
— Nada disso, você não sofreu o bastante — falei, colocando minha mão na boca dela e puxando sua língua para fora. — Como irá contar mentiras, sem sua língua?!
A pobrezinha se debatia no chão tentando me tirar de cima dela, todavia, foi inútil. Teve sua língua decepada.
— Quer falar alguma coisa? Oi? Não estou te ouvindo — debochei enquanto ela se engasgara com seu próprio sangue. — Você enfiou uma faca em meu coração, nada mais justo que eu fazer o mesmo. — Cravei a faca no coração da garota, me levantei, olhei para Thea no chão e me dera conta de que tudo isso foi minha culpa, nunca deveria ter voltado.
Do outro lado da porta, escutei a musica : "I used to love her, but I had to kill her.
I used to love her whoa yeah, but I had to kill her. She bitcher so much. She drove me nuts and now we 're happier this way"— Ah, como eu amo trilha sonora em certos assassinatos, às vezes elas dizem tudo que queremos dizer — Falava JJ do outro lado da porta e cantando aquele verso.
Caminhara até Thea, pegara seu corpo e a colocara na cama.
— Você não merecia morrer assim. — falei, fechando os olhos de minha amada.
JJ abre a porta e diz que ainda não terminou. Restava Vergil. Não poderia ter sobreviventes.
— Vergil está morto, você me deixou uma escolha. Eu escolhi vim até aqui, e para que meu amigo não sofresse mais, eu o matei enquanto dormia.
— Por essa eu não esperava. — disse JJ surpreso. — No entanto, eu mentira sobre o antidoto não fazer efeito, ele ficaria bem, mas de qualquer forma teria que morrer agora, você nos poupou caminhar.
Lembrara-me dos momentos finais com Vergil : — É meu amigo, parece que você estava mesmo certo, Jaque está mesmo me traindo, ah como que eu queria que você acordasse agora pra dizer " Eu avisei". Mas ainda faltam duas horas para eu saber se o antídoto fará efeito. Aquele maldito assassino vai matar as meninas no casarão, eu posso impedir, mas teria que te deixar. Não é uma escolha fácil, sabe... Thea também está na casa, não acho que ela mereça morrer, nenhum de nós merece. Droga, você pode abrir os olhos agora e fazer uma das típicas piadas do Vergil, e me ajudar. O que você me diria? Diria que se posso fazer alguma coisa, então eu devo agir, mas isso significa te abandonar sem ter a certeza de você acordar, no entanto se você acordar e eu contar isso, você ficará puto comigo por não ter ido ajudar. Então é isso, seja forte seu maldito, não morra, não vá para a luz, assim que resolver as coisas por lá, eu volto.
Ficara aliviado por saber que alguém iria sair com vida desse pesadelo, Vergil ficaria bem.
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O pesadelo
HorrorApós sobreviver a um massacre de Halloween em sua adolescência, o escritor Johnny Darko nunca mais teria sua mente lucida. Sete anos se passaram e ele continua tendo pesadelos com aquele dia, e a medida que o Halloween se aproxima, os sonhos se torn...