INFERNO PESSOAL

12 3 0
                                    


Johnny Darko

— Ah... Onde estou? — Perguntei confuso. — Ah, minha cabeça.

Acordara dentro do chalé da Helena Masters, um sangramento em minha cabeça indicava que algo havia me atingido.

— Boa, está chovendo. — falei, ao olhar pela janela e ver toda aquela água caindo. — Preciso encontrar o pessoal rápido.

Ao me levantar percebi que a minha esquerda sentado em uma cadeira estava o cara com o capuz preto, novamente sem dizer nenhuma palavra, ele se levanta, caminha em direção da saída, e antes de ir embora, aponta para a mesa, um bilhete e uma chave estavam ali. O bilhete dizia "Vá ao porão do casarão, você sabe o que vai encontrar lá".

— Thea!

E lá estava eu, frente a frente com aquela casa maldita, o pesadelo não havia terminado, ou será que tudo havia terminado aquele dia, e isso tudo não passa de um grande pesadelo, preso em meu inferno pessoal para toda a eternidade. Eu estava apavorado, minha cabeça não parava de doer. Via Adam em todos os lados, sorrindo, isto foi se misturando com minhas lembranças daquele dia, podia ver todos os meus amigos morrendo de novo, e de novo. Ao entrar na casa, caminhei até o salão principal me deparo com aquela garota pendurada, amarrada, assim como antes, e a mensagem escrita a sangue atrás "Vocês não vão escapar dessa vez". E mais uma vez, estava naquele pesadelo maldito. Passando do salão principal, nos fundos, encontrei a porta que levara ao porão. Aquela sala sempre estivera trancada, há boatos que foi ali que Smile fez suas primeiras vitimas, e que a alma daqueles que ali jazeram assombravam a casa.

Ao abrir a porta pudera ver marcas de unhas na parede e sangue nas escadas, aquilo me perturbava, seriam marcas deixadas por Thea?

— Thea, você está aí?! — Gritei desesperado, e só o que escutara em resposta são resmungos. Alguém queria dizer algo e não conseguira.

O porão era muito escuro, e a luz não funcionava, então liguei a lanterna de meu celular e começara a iluminar a sala que havia muitos jornais nas paredes sobre o massacre de oito anos atrás, todos falavam que James Masters era um monstro. Qual a razão para aquilo está ali? Pensava. Ao apontar o celular para minha direita, rumo ao resto da sala, avisto duas garotas amarradas e com as bocas tapadas com pano. Uma delas era Thea.

— Meu Deus, Thea! Graças a Deus, você está bem. — falei abraçando a garota e a desamarrando.

— Ajude ela, é a Sabrina, a irmã desaparecida de Adam A Senna.

Ao soltar Sabrina, ela conta como foi parar ali, disse que uma noite, saindo de seu trabalho, um homem com um capuz preto a pegou, e então ela acordara naquela sala.

— Então não estou imaginando coisas — falei, aliviado — Eu vi esse homem, acho que duas vezes.

— E o que ele fez com você? — Indaga, intrigada a garota.

— Aparentemente, nada. Ele só ficara me observando, e me ajudou algumas vezes, como agora — fiz uma pausa e depois continuo: — se não fosse por ele, não estaria aqui.

— É, eu posso dizer o mesmo. — Falou Sabrina, irada.

— Qual é a dele? Te trás aqui, trouce Thea também, e depois me mostra a onde vocês estão?

— Eu não sei, só sei que não quero ficar aqui nenhum minuto a mais.

Subimos as escadas do porão. Eu queria proteger Thea, não contei sobre o que está acontecendo ali na casa, só indicava para saírem pelas portas do fundo, evitando que as moças vissem os corpos no salão principal.

— E essa música? — Pergunta Thea — Ah, a festa é hoje, onde estão todos? — Tocava Psycho Killer, sem parar.

Não falei nada sobre a festa, só segurei firme a mão de Thea e continuei andando em direção ao pico da cachoeira.

Meu grupo chega até a cachoeira, e lá encontramos com Breno e Katherine que estavam abraçados como antigamente.

— Você! — disse Breno apontando em minha direção. — Por que está sendo procurado por assassinato?

Todos ficam surpresos com que Breno disse.

— Eu posso explicar...

— Johnny, o que você fez? — Indaga Thea se afastando junto de Sabrina.

— É, trate de explicar, ou quem será atirado morro abaixo, dessa vez será você. — Afirmava Breno, olhando para a queda da cachoeira.

— Thea, lembra-se do que houve na casa da Helena Masters?

— Sim. Eu me lembro.

— Então, eu fui à polícia, contei tudo. E eles acham que a matei, por vingança e depois prendi você por ser minha testemunha.

— Isso é ridículo. — falou ela, já mais tranquila — Eu estava lá, sei que você fez para nos proteger.

— De toda forma, você está nos jornais — disse Breno — Foi o que aquele seu amigo disse, Josh. Acho que isso explica como ninguém mais veio a nossa festa.

— JJ está aqui?

— Sim, está com Kyle, nos separamos para procurar por Dean e Thay.

— Minha irmã está aqui?

— Calma Thea, não pira. Tenho certeza de que ela está bem. — disse Katherine tentando acalmar a garota.

— Não, ela não está nada bem, eu já ouvi várias histórias daquele porco nojento do Dean.

— Acho que ele é o menor dos problemas aqui. — Falou Breno.

E uma troca de olhar entre nós rolou, foi um olhar que dizia "Você sabe o que está acontecendo aqui".

— E mais uma vez, estamos presos nesse pesadelo! — Falei inconformado.

— Não... O que quer dizer com isso, John? — Pergunta Thea.

— O pesadelo de oito anos atrás, está acontecendo de novo.

O pesadeloOnde as histórias ganham vida. Descobre agora