A REVELAÇÃO PARTE 1

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Johnny Darko

No caminho do casarão eu expliquei tudo a Jaque sobre as alucinações, James Masters, e sobre meus sonhos, sobre os sonhos em que ela morre, e no quanto tinha medo de perdê-la ou de machuca-la. No entanto, ela dissera que eu não devo me preocupar com isso, que nunca iria embora, e que eu seria incapaz de machuca-la, — Ela diz isso, pois ainda não contei sobre Thea e o que houve em casa, com o meu pai — já podíamos ver a residência, toda vez que vejo essa casa, sinto arrepios.

Ao chegar à porta, eu vi aquela marca... Aquele sorriso feito a sangue seguido pelo numero "2", soube na mesma hora que Katherine estaria morta, aquele numero significava a contagem dos sobreviventes daquela vez. Agora só restava "um". Eu.

— Não temam garotas, o seu salvador chegou — disse Vergil derrubando a porta velha com um chute. — Ué, cadê as garotas?

Elas estavam lá. No entanto, mortas.

Katherine e Sabrina, uma ao lado da outra. Katherine chamara maior atenção, pois foi feito nela a marca do Smile. Agora eu já não sabia mais se era um imitador ou o próprio.

Aquela sala, era um mar de sangue, dava medo de abrir alguma porta e mais sangue tomar conta do local, assim como na cena da porta em " O iluminado".

Pude vê Adam abaixado olhando para sua irmã me dizendo: — Você não me salvo naquela vez. Você não me salvo dessa vez, você não salvo minha irmã, não salvo Katherine, não vai salvar ninguém. Todos vão acabar assim. — Apontava para os corpos, como em um estalar de dedos, tão rápido feito o cair da chuva, o cenário mudara, e de repente eu via todos ali no chão a minha volta; Jaqueline, Vergil, Thea e Thay juntos dos demais que já foram assassinados.

Bati em minha cabeça algumas vezes pedindo para despertar desse pesadelo assombroso.

— Meu amor! — disse Jaqueline, segurando minha mão. — Se acalme, vamos ficar bem.

— Temos que encontrar Thea e Thay — Falei, me recompondo.

— Thea? Essa não é a sua ex-namorada? — Questiona Jaqueline com os braços cruzados e uma expressão séria.

— Não é hora para os seu ciúme doentio, Jaque. — Falei, dando de ombros. Estava exausto demais para discutir assuntos triviais agora.

Pedi para Jaqueline se esconder no porão onde encontrei as garotas, seria o ultimo lugar que o assassino iria procurar. Ela não ficou nada contente com isso, queria ir junto, mas eu não suportaria que algo acontecesse com ela, Ainda estava com a chave da porta, a coloquei la dentro e a tranquei. Ela proferiu tantos xingamentos que podia jurar que alguns deles foram a espanhóis e ingleses por ter se acabado os de nossa língua, mas sei que ela estaria mais segura ali dentro, do que lá fora conosco. Coloquei a chave em meu bolso e saímos pelos fundos.

— Cara, sua noiva é um porre, ainda não sei por que irá se casar com ela — disse Vergil com desdém.

— Você sabe o porquê, eu a amo!

— Eu ainda acho que você está cometendo um erro, essa garota já...

— Cala a boca! — Gritei, irritado com meu amigo — Eu sei o que ela fez, e a perdoei, ela prometeu não fazer de novo, foi um erro, todos cometem erros.

Falei aquilo pensando sobre o meu erro, Thea...

— Sim, confundi ingredientes de uma receita, isso é um erro, fazer um gol contra, isso é um erro, traição? Isso não é um erro, é falta de caráter, meu amigo. — disse ele — Você sabe disso, é só questão de tempo para ela fazer de novo.

Irritara-me com as palavras de Vergil, pois eu também a trai. Senti-me um lixo por isso, mas ouvir que uma pessoa que comete tal ato é uma pessoa sem caráter e que não pode mudar... Aquilo foi demais, acredito na mudança das pessoas. Eu cometi um erro, mas o maior erro é conviver nele, e isso eu não fiz, e acredito que Jaque também não.

— Cala a boca! Cala a boca! — Gritei, acertando-o um soco.

Vergil cospe sangue.

— Se te faz sentir melhor, pode me socar a vontade, mas isso não muda as coisas. Isso não muda a verdade. Você se nega a enxergar. Abra os olhos.

E fora então que avistei pedaços de um pano azul pelo chão, meus olhos foram seguindo a trilha daquele tecido que terminara no lago, onde vi o corpo nu de Thay, com a cabeça dentro d'agua.

— Thea não pode ver isso... Ajude-me, vamos coloca-la atrás daquelas moitas. — falei apontando ao lado direito da cachoeira. — Thea não suportaria ver sua irmã desse jeito.

— Cara, eu não quero fazer isso... Não posso encostar-me a uma mulher nua, morta. Não curto necrofilia. — Falou ele, acho que tentando descontrair para não focar no que teria que fazer.

— Rapido, sem piadas, vamos. — falei retirando o cadáver da agua. — Precisamos encontrar Thea o mais rápido possível, temos que ficar juntos agora.

Continuamos caminho, subindo rumo à cachoeira.

— Graças a Deus — fala ela, agradecida por não ser o assassino. — Precisamos voltar para a casa, Thay está lá sozinha.

— Thea, você está bem?

— Sim, eu corri para atrair o assassino, pra ele não ir até minha irmã.

— Nós passamos pela casa. Sabrina está morta, mas não vimos sua irmã — falei, abraçando a garota. Menti sobre Thay, não consegui dizer que ela está morta. — É provável que ela esteja escondida em um dos quartos. Vamos voltar.

No momento que nos viramos, uma faca atinge o ombro de Vergil que cai no chão. Levantei o rifle rapidamente e coloquei a ultima bala, teria que ser um tiro certeiro.

— Onde você está desgraçado! — Gritei, mirando para os pontos escuros da mata. — Vamos apareça!

E o sujeito aparece saltando de uma das arvores, e diz que Vergil está certo, que eu precisava abrir os olhos para a verdade.

— Eu estou aqui para te ajudar a enxergar a verdade, não sou seu inimigo — disse ele mostrando um frasco com um liquido. — A faca no ombro de seu amigo está envenenada, este é o antídoto. No entanto — ele quebra o frasco com as mãos.

— Não, o que você fez, desgraçado! — E apontei a arma para o sujeito, determinado a atirar.

— Se me matar agora, não poderá salvar seu amigo. — disse ele caminhando em nossa direção.

— Venha comigo, eu tenho outro frasco com o antídoto.

— E por que eu acreditaria em você?

— Você não tem escolha. É isso, ou deixar seu amigo morrer.

— Vamos andando então.

— Não, você não irá levar a arma, e a garota também não irá. — disse ele indicando para Johnny largar sua arma.

— Johnny, você não pode, ele vai te matar.

— Se me quisesse morto, eu já estaria morto. Ele precisa de mim. Ficara tudo bem, volte para a casa, pegue isso — falei entregando a chave do porão. — Minha noiva está lá, tire-a de lá e diga que ficará tudo bem. Eu vou jogar esse maldito jogo.

Levantei Vergil, passei seu braço sobre minha nuca e segui o sujeito mascarado.

Enquanto caminhara, fiz muitas perguntas, mas o homem ficara em silencio novamente, até chegarmos a uma cabana afastada do casarão principal do horto, lá havia muitas facas e alguns frascos de veneno sobre uma prateleira encima da lareira, ao lado tinha uma espécie de santuário com uma mascara semelhante a que usara o homem do capuz, e por toda a casa estava a marca de Smile, feito com tinta vermelha, ou seria sangue?

Deitei meu amigo no sofá, e o sujeito me entregara o antídoto que fará Vergil dormir por 3 horas para que a cura combata o veneno.

— Agora, vamos conversar — disse o sujeito retirando o capuz e revelando sua identidade.

— Você?!— falei incrédulo. — Mas, por quê?

O pesadeloحيث تعيش القصص. اكتشف الآن