Capítulo 13

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Marcelo

De onde merda saiu o que acabei de propor a Amy? Sério, não da pra me entender.

Estou com Amy para aproveitar um sexo casual gostoso e ponto. Não posso tentar interferir em suas decisões pessoais desse jeito, principalmente quando não tenho intenção de permanecer em sua vida.

Ao imaginar ela tendo filhos com outro homem o sangue ferveu e tive vontade de apagar a imagem que se formou em minha mente. Só que ao apagar, imaginei como seria ter nossos filhos, seriam crianças lindas demais.

Que merda!

E qual não foi minha surpresa quando ela falou em fertilização? Caramba. Eu senti um desejo absurdo de ser o pai de seus filhos, e eu nem sabia que tinha esse desejo de ser pai, quando dei por mim já tinha falado e era tarde demais porque de forma alguma iria voltar atrás.

Falei tava falado.

No entanto ela entendeu tudo errado e interpretou meu gesto como algo machista, mas não foi isso que queria passar para ela. Na minha família tenho primos que foram criados apenas por minha tia, e não tem diferença alguma de pessoas educadas por pai e mãe, se brincar são muito mais educados e responsáveis. Não queria questionar a capacidade dela em educar crianças sem uma presença masculina.

Eu sou um bosta às vezes, deveria ter ficado quieto em meu canto. Quem sabe estivéssemos agora mesmo namorando nas alturas, mais como sempre sou escroto demais e acabo estragando o momento.

Ela estava tão feliz, zombando de minha cara. Quem sabe o certo seja me desculpar e sair logo de sua vida, pois já percebi que só nos damos bem na cama, quando estamos conversando o que pensamos e acreditamos na maioria das vezes difere.

Sento em uma poltrona e respiro fundo, preciso de paciência e colocar os pensamentos em ordem.

Caralho, eu ofereci meu esperma pra ela! Só posso estar mesmo maluco.

— Amy abre a porta. Vamos conversar, me desculpe. — Peço novamente desculpas, entretanto ela nada responde.

Já estamos perto de pousar em Atenas, mas ela não me escuta, só abriu a porta para a comissária de bordo.

— Tudo bem, depois conversamos. — Me dou por vencido e me acomodo em meu lugar colocando o cinto de segurança.

***

O avião acabou de pousar na capital da Grécia, no entanto não estou com a minima vontade de seguir viagem com a Amy. Ela não falou comigo, o que significa que está mesmo com raiva. Não acho que tenha clima para que continuemos com algo, por isso quando pego minha mala saio andando em direção ao aeroporto, vou arranjar um hotel, me hospedar, talvez quem sabe fique por aqui uns poucos dias, conheço alguns lugares, principalmente a culinária, que é meu ponto fraco onde quer que eu esteja e então estarei pronto para voltar para casa.

Uns cento e cinquenta metros depois sinto meu braço ser puxado e quando olho para trás Amy tem um olhar confuso para mim. — O que foi? — Pergunto.

— Onde você vai? — Indaga. — Temos que pegar o helicóptero para Santorini.

— Conclui que minha presença nesta viagem é desnecessária, estou indo embora.

— Você não pode me deixar aqui, prometeu que cuidaria de mim.

— Isso foi até você me ignorar completamente e não aceitar minhas desculpas. — Respondo, voltando a caminhar.

— Você só pode estar de brincadeira. — Diz ficando para trás.

— Amy, vê se tenho cara de quem está brincando? — Questiono. — Não tenho tempo para seus joguinhos, comigo é tudo ou nada, meio termo não existe em meu vocabulário.

— Eu não estou jogando com você. — Se mostra indignada.

— Eu assumi que errei e tentei reparar meu erro, no entanto você me ignorou completamente e agora quer que eu haja como se nada tivesse acontecido? Se isso não é um jogo, não sei mais do que se trata. — Despejo e volto a caminhar.

— Eu estava irritada ta legal! — exclama. — Você tentou me manipular e ninguém me manipula. Achei que a atitude mais adulta que poderia ter no momento era ficar reclusa até ter certeza de que não iria te falar alguma coisa que pudesse me fazer arrepender depois. — Me viro para ela e fico a encarando à distância. — Adultos fazem isso Marcelo, esfriam a cabeça.

— O que isso quer dizer? — Questiono um pouco irritado por ela insinuar que eu estou sendo imaturo.

— Quer dizer que não estou mais irritada.

— E quando foi mesmo que você percebeu isso?

— Há pouco mais de meia hora. — Confessa.

— E porque não falou nada quando estava sentada de frente para mim e fiquei como louco te pedindo desculpas?

— Não sabia o que dizer.

— Poderia ter começado dizendo que desculpava.

— Estava com vergonha, ainda estou na verdade, excepcionalmente agora quando parece que todas as pessoas mais próximas resolveram que seria ótimo para suas vidas monótonas, presenciar nossas discussão.

Olho ao redor e percebo que tem algumas pessoas paradas nos observando. — Circulando! — Esbravejo com raiva. — O show acabou, bando de desocupados.

Pego minha mala e volto caminhando até ela, pego em seu braço e à puxo indo em direção contrária. — Esse povo por um acaso fala Inglês? — Questiono em seu ouvido.

— Acho que sim, trabalham num aeroporto, afinal de contas.

— Espero ser recompensado por toda essa frustração durante esses dias aqui!

*Não Revisado*

Que povo doido, só vive discutindo agora. Credo!

Gente o capítulo ta pequeno, no entanto tentarei postar outro hoje.

Marcelo (Spin-off Tudo Culpa dos Croquis)Where stories live. Discover now