Capítulo 8

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Não sei se fico assustado ou ressentido.

A mulher saiu parecendo um foguete e nem prestou atenção na mesa de café da manhã que preparei para nós. Pois é, sai cedo para comprar algumas coisas para complementar a nossa refeição matinal e ela simplesmente corre.

No entanto não ficarei ofendido, entendo que ela está trabalhando e eu não devo de forma alguma interferir em seu ambiente profissional. Apesar, de desejar ardentemente fazer uma visita em seu escritório, deve ser sexy, vê-la como uma CEO toda poderosa e dona da porra toda.

Aí caralho! Péssima ideia pensar nisso logo quando a mesma não está aqui.

Não sei o que está acontecendo comigo, cheguei aqui há pouquíssimos dias e tudo o que desejo é ver um sorriso no rosto de Amy. De alguma forma sinto que ela precisa desse cuidado e não consigo evitar não dar toda a proteção que ela necessita.

Sou um homem que apesar de todos os seus defeitos protege a quem ama (isso não quer dizer que a amo) eu gosto de Amy, ela é alguém especial.

Não sei o que fazer sozinho nessa casa. Depois que tomei o café da manhã e limpei sua cozinha eu fico dando voltas tentando pensar em algo para fazer em Nova York, mas é difícil, porque não é como se eu nunca tivesse estado aqui.

Vou até uma porta que tem no corredor, e que eu não sei o que tem aqui e me deparo com a mistura de uma biblioteca e escritório. De frente para mim tem uma mesa com um computador e algumas pastas em cima, a cadeira por trás da mesa é totalmente imponente e parece ser bastante confortável, uma mesa totalmente organizada, toda a decoração do ambiente é branca com algum toque de cores que vem das fotografias e artes penduradas em alguma parede livre de estante de livros, posicionado abaixo de uma janela panorâmica se encontra um sofá.

Quando sento e analiso suas coisas vejo uma agenda preta posicionada e a mesma tem o logo da empresa, com seu nome gravado em dourado, o nome CEO chama minha atenção e sinto orgulho da minha mulher, ela é alguém poderosa em sua área. Abro a mesma e procuro seus compromissos para hoje. A primeira coisa que vejo é a bendita reunião que a fez sair correndo de casa. E então eu penso: Será que ela já conseguiu se alimentar hoje? Ou continua sem comer nada desde então?

A preocupação me consome e é por isso que depois de tanto pensar eu ligo para uma cafeteria e peço para entregarem uma cesta com tudo o que eu tinha comprado para nós. Ainda bem que ela mantém uma agenda em casa, seria difícil não ter o endereço de seu trabalho. Provavelmente ela chegará cansada no final do dia.

Estou almoçando em um restaurante italiano que gosto de frequentar quando venho para Manhattan ele é de um grande amigo, o lugar é aconchegante e ele me conhece desde moleque. Meus pais sempre vieram para cá, quando estávamos em Nova York. É um lugar calmo em meio a loucura que é a cidade que nunca dorme, um lugar que eu adoraria trazer Amy. Entretanto como isso está fora de questão hoje, eu farei uma visita a Genaro em sua cozinha e aprenderei alguns truques, essa noite proporcionarei um jantar italiano com uma bela massa e um delicioso suavignon blanc.

Estou nervoso, já passa das nove da noite e Amy não chegou ainda. Tentei ligar em seu celular mais a ela não atende o mesmo. Não me parece muito seguro ela ficar até tão tarde fora de casa, e acho que o expediente já se encerrou a muito tempo, não é possível que ainda esteja trabalhando.

Já estou com toda a comida pronta. Eu resolvi improvisar e fiz um macarrão a carbonara com molho branco, o cheiro está divino, o problema é que ela não chega e daqui a pouco o jantar estará frio. Meu estômago está roncando de tanta vontade de comer que estou sentindo, parece até que nunca fiz uma refeição na vida.

Tento ligar novamente mais ela não atende e cai na caixa postal, vou ao escritório e em sua agenda pego o número de seu escritório, ligo mais ninguém atende.

Duas horas depois, cansado de esperar, eu coloco massa em um prato e levo ao microondas para esquentar. Abro a garrafa de vinho e despejo uma quantidade considerável em minha taça, pego o prato e sento-me a mesa.

— Um brinde. — eu digo. — Ao grande idiota que sou.

Faço minha refeição ouvindo o barulho da cidade e infelizmente questionando-me onde ela se meteu. Ela sabe que estou em sua casa, seria interessante que me avisasse que não voltaria para a janta, só assim não estaria tão preocupado com ela. Uma falta de consideração sem tamanho, nem ligar para agradecer a cesta, ela não ligou. Estou sentindo-me decepcionado.

Decepcionado? Mas que porra! Desde quando fico decepcionado por mulher? Ela não é nada minha mesmo. Que palhaçada, ela não me deve satisfação de nada, não deveria estar tão incomodado com o que ela faz ou deixa de fazer.

Termino meu jantar e lavo a louça suja. Não tenho disposição para nada por isso, me dirijo ao quarto, tomo um banho e me jogo na cama, a frustração me toma por completo, e depois de um tempo matutando e nada dela aparecer eu desisto de esperar por ela e adormeço.


***

Me desculpem a demora. O capítulo ta tão pequenino que estou com vontade de chorar.

Marcelo (Spin-off Tudo Culpa dos Croquis)Where stories live. Discover now