Capítulo 7

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— O que vamos fazer hoje? — Questiono Amy que está com um ipad em sua mão desde que finalmente tomamos o café da manhã.

— Você eu não sei, mas eu vou trabalhar, tenho vários relatórios para ler. — Responde.

— Não, não vai não. — Eu digo.

— O quê? — Pergunta me olhando boquiaberta.

— Eu e você vamos para algum lugar comer e passear porque eu não sei se você olhou pela janela mais está um dia lindo lá fora. — Me jogo ao seu lado no sofá.

— Eu não sei se você sabe, não é fácil ser CEO de uma empresa, às vezes precisamos sacrificar várias coisas para que tudo dê certo.

— Eu não sei o que vocês americanos fazem, mais lá no Brasil o domingo é o dia da família, então é um dia importante e eu não tenho oportunidade de aproveitar todos os domingos com minha família, agora que estou aqui, pretendo aproveitar todos os meus dias muito bem e você vai junto. — Puxo o eletrônico de sua mão e coloco no centro de mesa. — Levanta essa bunda linda daí e vai vestir algo que vamos sair. — Falo autoritário.

— Você não pode me obrigar a fazer algo que não quero. — Imponhe.

— Meu Deus! — Exclamo frustrado. — Sou visita, você precisa me dar atenção. — Argumento.

— Não te convidei, o que lhe desclassifica do termo convidado. — Rebate.

A danada tem resposta para tudo.

— Amy, eu estou falando sério, você vai aproveitar o dia comigo, nem que pra isso eu tenha que te levar arrastada só com essa camiseta. — Declaro.

— Você é um irritante prepotente. — Diz com raiva, mas levanta e segue pelo corredor. — Eu deveria te expulsar da minha casa! — Ela grita do quarto.

— Deveria, no entanto não quer! — Grito de volta. É ótimo deixá-la irritada.

— Para onde vamos? — Amy questiona quando estamos saindo do estacionamento, ela na direção, super concentrada em dirigir o seu Tesla modelo X 75D AWD. Nunca tinha visto o modelo, na verdade é muito bonito, preto brilhante, com alguns detalhes prateados, com certeza foi lavado e guardado.

— Na verdade eu não pensei muito bem nas possibilidades. — Respondo pensativo. — Me surpreenda. — Peço e em troca recebo um ligeiro sorriso, um sorriso lindo e sem nenhum rastro de malícia ou ironia, apenas um sorriso natural.

Observo enquanto ela dirige, e nunca percebi o quão sexy é ver uma mulher dirigindo. Confesso que sempre fui meio receoso com mulher no volante. Deve ter sido a péssima experiência em ensinar minha irmã a dirigir que me traumatizou, a menina quase nos mata uma vez, depois disso resolvi que o mais seguro para todos era que ela tivesse um carro, no entanto, um não dirigido por ela. Contratamos um motorista e ela se sente feliz não precisando dirigir, e eu me sinto aliviado por ter sua vida e de outras pessoas a salvo.

O silêncio no carro é agradável, estamos muito bem para não preenchermos o silêncio com conversas banais ou desnecessários, algo forçado. Ela está pensativa e eu estou aproveitando para olhar as ruas por onde passamos, é uma cidade agitada, carris vão para lá e para cá e pessoas, muitas delas andam apressadas pelas ruas.

— Porque estamos atravessando a Brooklyn Bridge? — Pergunto curioso.

— Porque estamos indo para o Brooklyn. — Ela responde arqueando a sobrancelha.

— Para que lugar do bairro estamos indo especificamente? — Questiono.

— Para o Prospect Park, lá tem de tudo um pouco. Lugares para churrascos, quadras de todos os esportes, tipo: (basquete, baseball, skate, futebol, tênis, yoga, vôlei). E o Smorgasburg, que é um famoso mercado de rua com comidas do mundo inteiro também acontece lá. Acho que você vai gostar bastante.

— Também acho que vou gostar. — Respondo ficando bastante animado.

A cada passo que damos eu me encanto mais. O lugar é muito lindo. Muito verde, grama bem aparada e algumas cerejeiras estão floridas, dando um tom de rosa muito lindo na paisagem. Muitas famílias estão andando pelo parque, crianças correndo felizes e se jogando na grama em seguida. Confesso que até eu gostaria de me jogar na grama para ver se é tão fofa quanto aparenta ser.

Papo idiota não é mesmo? Nem parece que sou um homem adulto. Ta mais pra uma atitude bem infantil. Detestei!

— Como encontrou esse lugar? — Indago quando nos acomodamos numa mesa de um restaurante de comidas de todo o mundo.

Amy olha para seus dedos e responde pensativa.

— Eu tinha dezoito anos quando por acaso andando sem destino eu cheguei aqui. Eu não sabia pra onde iria, a única vontade que eu sentia era de sumir naquele dia, entretanto o destino me trouxe até aqui. Desde então este lugar tornou-se meu refúgio. — Olho para ela meio incrédulo, mas ela emenda logo em seguida. — Eu sei que é estranho considerar esse lugar um refúgio, sendo que está cheio de pessoas locais e turistas, mas pra mim é um refúgio, pois eu nunca trouxe ninguém comigo aqui, quando quero pensar em algo ou quando me si to pressionada, eu venho para cá, pois este lugar me trás a paz que não sinto em nenhum outro lugar.

— Posso perguntar o que te fez sair andando sem rumo?

— Aquela história comum de relacionamentos fracassados, por conta de traição. Bem típico na verdade.

— Entendo. — Falo pensativo. — Isso ainda a entristece?

— Não, claro que não. — Responde rapidamente. — Na verdade, depois disso eu descobri que essa coisa de relacionamentos não é pra mim.

— Como assim? — Não consigo evitar e a pergunta sai de minha boca antes que possa impedi-la.

— Porque eu me dei conta que coração partido não é um status que me agrada Marcelo. — Fala olhando em meus olhos e vejo a determinação com que cada palavra é proferida. — Uma única experiência já me foi bastante para saber que eu não reajo bem nessas situações, por isso decidi que não preciso do falso amor de um homem para ser feliz. — Explica convicta.

— Então você não acredita no amor?

— Eu acredito no sentimento amor, eu amo meus pais, meu irmão, meu trabalho, eu amo esse lugar onde estamos agora mesmo. Não acredito que um homem possa amar incondicionalmente uma mulher, como eles dizem que amam, sem ofensas. — Ela diz. — Mas sempre tem aquela exceção a regra, preciso deixar claro antes que conteste a veracidade do relacionamento do meu irmão e da minha cunhada. No meu caso é que não existe.

Não rebato suas palavras, nem a questiono mais sobre este assunto. Na verdade entramos num diálogo muito promissor sobre nossas carreiras profissionais. Conversamos bastante e descobrimos algumas coisas em comum, como: amar comer salgados, tortas, quiches, empadão.. Também temos gosto parecidos com músicas, filmes e livros, depois que tomamos nosso sorvete depois da refeição escolhemos uma parte menos movimentada do parque e nos jogamos na grama (detestei essa parte!), consegui fazer ela dar umas boas gargalhadas e em todas elas me peguei observando o quão linda ela fica quando sorri, e essa vai ser uma das minhas metas enquanto estiver aqui. Fazê-la feliz.

***

Hey people's! Quanto tempo hem? Vocês estão bem?

Recadinhos aqui: Não vou prometer dia de postagens, porque nunca consigo seguir, então a qualquer momento pode chegar notificação ou não. (Me desculpem por isso! Eu enquanto leitora sei o quanto é chato esperar).

O capítulo ta pequenino, mas é algo pra vocês matarem um pouco a saudade do delegato.

Espero que gostem. Deixem seus feedbacks, é maravilhoso saber a opinião de vocês.

Tenham uma ótima noite e bons sonhos.

Atenciosamente,
Darling. ❤

Marcelo (Spin-off Tudo Culpa dos Croquis)Where stories live. Discover now