30. What you like, disturb!

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Bruna

Já era dia da viagem de todos para seus países.

Larissa, as gêmeas, Firmino e GJ já tinham voltado para Inglaterra com antecipação enquanto Ney, Phil, Ainê e Maria, Marcelo, Clarice, Enzo e Liam ainda estavam em minha casa.

“Faz uma cortesia de despedida aí e me serve uma...—”

“Vai lá e pega, Philippe. Eu fiz cortesia o tempo todo agora vai, anda!” apontei para a geladeira pois já tinha conhecimento de que ele queria uma cerveja.

“Nada de cerveja, Phil. Amanhã você já volta pros treinos e já bebeu o suficiente.” Ainê cogitou e eu gargalhei assentindo.

“Ai, naja, vem aqui! Eu vou sentir sua falta...” Marcelo fez uma careta de tristeza, se aproximando e assim tomou meu corpo em um abraço.

“Ah, Black Power, eu também.” falei sentindo ele apertar mais um abraço mas alguém me puxar dele. “Ai, calma.”

“Vem cá.” Neymar falou me puxando pelo pulso para longe de todos.

“O que foi?” perguntei quando sentamos nos puffs que estavam na área externa da casa.

“Você não vai pra França comigo mesmo, preta?” ele insistiu e eu respirei fundo o encarando.

“Não, eu não vou. Cara, eu já falei que vou quando terminar... Calma!” falei num tom divertido e ele bufou frustrado.

E lá vamos nós...

“As vezes a droga do seu emprego me irrita!” ele comentou e o olhei indignada.

“Droga do meu emprego... Sério? É o que eu gosto de fazer!” elevei o tom de voz vendo ele olhar para um ponto fixo aleatório.

“E o que você gosta de fazer me perturba!” ele elevou a voz também.

“O que disse?” o olhei indignada apertando o puff.

“Isso mesmo que ouviu. Se não fosse o seu trabalho não teríamos que ficar separados toda vez. Por que acha que a gente fica nessas idas e voltas?” ele falou finalmente me olhando e eu já sentia meus olhos arderem por fragilidade.

“É quase sempre você que acaba com tudo. Antes de eu terminar com você — com motivo —, eu sempre tento ajeitar as coisas mas você fode com tudo e eu sou obrigada a terminar!” berrei impaciente.

“Eu não fodo com tudo, você é que fica arranjando motivos para terminar comigo e depois fala que me ama!”

“E eu amo!” falei sentindo a voz embargada. “Porra, foram seis anos e você... Você não acredita em mim, ainda?”

Eu já sentia as lágrimas saírem de meus olhos e ele se aproximou mas eu me afastei, levantando de meu assento.

“Não toca em mim.” sussurrei mas pela sua cara de indignação vi que tinha escutado. “Eu não acredito que você pensa assim. Que eu... Que eu não estou perto de você porque quero. Eu não acredito que eu escutei isso.” falei desacreditada e quando ele moveu os lábios para falar, alguém chegou.

“Ei, calma! O que está acontecendo aqui?” Philippe perguntou se aproximando.

“Nada mesmo. Quando é o vosso vôo?” perguntei limpando as minhas lágrimas com os dedos.

“De noite, as 22... Parece que foi adiado.” ele falou e eu assenti fungando. “Tá tudo bem mesmo?”

“Tudo. Por favor não me chamem em meu quarto. Eu desço sozinha quando for a hora de vocês irem.” falei pronta para sair mas Neymar segurou em meu pulso.

“Desculpa, eu falei merda demais.” ele insistiu.

“Que pena...” sussurrei sentindo outras lágrimas deslizarem por meu rosto e eu me soltar dele, me retirando do local.

Merda!

After UsWo Geschichten leben. Entdecke jetzt