21. I can't stand!

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Bruna

Suspirei enquanto me sentava na espreguiçadeira. Em duas horas deveria estar gravando e tudo em que pensava no momento, era em relaxar e aproveitar.

Desde que chegamos em Brasil, tivemos que arrumar tudo nas pressas pelo cansaço.

Tomei um pouco do suco de uva e deslizei os óculos contra os meus olhos, apreciando a paisagem.

“Já falou para os seus fãs que está no Brasil?” ouvi alguém perguntar e suspirei.

“Avisei à família e amigos apenas... Quando for trabalhar, eu aviso os meus fãs.” respondi rapidamente, ansiando pela sua saída.

E infelizmente, a sorte não estava do meu lado.

“Quanto mais cedo melhor, eles estão ficando loucos com o seu sumiço desde o seu post com o "Partiu Rússia".” se intrometeu e me ajeitei contra a espreguiçadeira.

“Por que você está tão preocupado, hein? Eu postei para eles a minha opinião sobre os jogos e todo o meu apoio. Avisei também que logo logo voltava para a programação normal porque naquele momento estava em férias. Eles estão cientes que não demorarei porque eu cumpro com minhas promessas.” expliquei e ele assentiu.

“Como queira... Acordou há muito tempo?” questionou curioso, se agachando para me encarar e eu ergui uma das sobrancelhas automaticamente.

“Não muito.” falei simples, me levantando para pegar mais suco mas ele simplesmente me interrompeu, agarrando meu pulso com brutalidade. “Neym...—”

“Por que está agindo assim comigo?” foi direto, largando o meu pulso lentamente, deixando eu tomar qualquer atitude.

“Assim como?” perguntei.

“Não se faça de desentendida... Pensei que a gente tivesse se resolvido mas noutra hora está emburrada com o fato de eu vir para sua casa.” ele falou em um tom baixo.

“Desculpa eu... Eu estou com a cabeça cheia, lamento.” pedi sincera.

“Você tem que aprender à ter auto-controle e não descarregar seus sentimentos noutros.” ele sussurou e se levantou, saindo do local.

Bufei ao constatar que o mais velho havia se frustrado por um comportamento imperceptível de minha parte.

Respirei fundo antes de voltar à pegar o copo vazio, correndo até ele que abria a geladeira fingindo fuçar algo ao notar minha presença.

“Neymar, desculpa. É sério, eu não quis...—”

“Se tinha algo a incomodando era só ter me falado. Não precisava se expressar de forma selvagem porque apesar de ser quem eu sou, eu posso facilmente acreditar no que diz.” confessou fechando a porta do enorme armário eléctrico.

“Eu tenho a plena consciência de que faria isso de propósito algum dia mas eu juro que não foi desta vez... Eu respondo automaticamente quando se trata de você porque simplesmente não suporto ficar perto de você!” berrei descontrolada enquanto ele respirava fundo à cada palavra.

“Se não suporta por que veio atrás de mim desta vez?” falou rude e pude sentir que ele entendera errado.

“Neymar você não entendeu...” falei, arrependida de ter falado tais palavras daquela forma.

“Então me explique.”

“Eu não suporto ficar perto de você porque...—” ouvi alguém bocejar e me calei rapidamente, agradecendo aos céus por ter me tirado daquela armadilha.

“Porque?” ele insistiu e eu virei a cabeça para a porta, esperando que o ser que tinha bocejado, entrasse por ela.

“Bom dia, rapaziada!” Gabriel comentara extremamente animado entrando no local e eu apenas suspirei.

50% de mim queria retirar aquele pensamento dentre meus lábios até o alvejarem por completo.
A outra metade se sentia leve. Não queria de alguma forma, transmitir aquele sentimento ao homem que há um tempo terminara com tudo.

“Desculpa.” repeti, deixando o copo por cima do balcão, saindo em disparada para fora da cozinha vendo Gabriel nos olhar preocupado como se estivesse se perguntando se tinha atrapalhado algo.

Sim, você atrapalhou.

After UsOnde histórias criam vida. Descubra agora