Terapia de banheira.

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̶  Então pare de se questionar o porquê da reação do Shawn e comece a aceitar o fato de que sim, ele sentiu ciúmes, se foi de amigo ou algo mais, isso só ele pode responder. – ele pontuou tranquilo. – O fato é que vocês se beijaram e isso mexeu com a cabeça dos dois, então pare de fingir que nada aconteceu, encare a realidade e seja honesta, ou se preferir, continue fingindo que essa irritação é apenas por ele ter te trocado por uma festa. Uma coisa é certe, Ema, ele não foi o único a sentir ciúmes aqui. – dito isso, ele voltou a caminhar em direção ao prédio, enquanto eu fiquei parada e estupefata no meio da calçada igual uma bocó.

Alcancei meu amigo que riu quando estapeei seu braço por me deixar igual uma idiota no meio da rua, mas como eu não queria mais falar sobre aquele assunto, então nós apenas pegamos o elevador e fomos comentando sobre como Adam estava ficando irritado com a bagunça de Jon Snow. Me despedi de Mike ainda rindo de alguma peripécia do gatinho, quando o elevador chegou ao meu andar, mas assim que pus meus pés no lugar, meu sorriso sumiu. Minha boca estava seca e eu senti minhas mãos suando, de repente eu estava nervosa e estar naquele ambiente já não era mais tão atrativo. Cogitei dar meia volta e sair dali, mas os olhos do homem me alcançaram antes mesmo que eu pudesse me mover.

̶  Olá querida. – o sorriso de Richard Olsen me atingiu no fundo e não de uma forma positiva. Eu odiava tanto o fato de parecer com ele.

̶  Emily, Richard veio fazer uma visita a revista e você não imagina a surpresa que foi descobrir que ele é seu pai. – Lisa comentou, distribuindo um de seus sorrisos treinados. – Você nunca comentou nada, querida.

̶  Achei que você soubesse, afinal, foi você quem disse que era sua função saber tudo a respeito dos seus funcionários. – eu não pude evitar que as palavras saíssem ríspidas, também não me senti culpada por isso. O ar pareceu mais pesado do que os meus pulmões poderiam suportar e eu só percebi isso quando soltei um resfolego.

̶  Quanto tempo, amor. – encarei o homem de cabelos grisalhos, me controlando para não demonstrar nenhum dos sentimentos que eu nutria por ele. Não ali.

̶  O que veio fazer aqui, Richard? O que você quer? – eu não precisei olhar ao redor para saber que éramos a grande atração para a plateia tensa nos assistindo, ainda assim, não me permiti quebrar o contato visual com o meu pai, se eu o fizesse, temo que não fosse durar muito.

̶  Lisa, querida, será que você poderia emprestar sua sala para que eu possa ter uma conversa com a minha filha? – ele encarou a minha chefe por alguns segundos, mas logo voltou seu olha a mim.

̶  Oh sim, fiquem a vontade e tomem o tempo que quiser. – ela sorriu parecendo desconfortável.

̶  Vamos? – ele esticou o braço me indicando o caminho. Eu não tinha como fugir, negar iria parecer birra, e também, no fundo eu estava curiosa para saber o que tanto ele queria comigo, por isso engoli todo o meu orgulho e passei por ele, entrando na sala com Richard em meus calcanhares.

Estar num ambiente fechado com Richard Olsen era sufocante, mesmo ali apenas comigo, ele não descia de seu pedestal critico e egocêntrico, e eu odeio admitir que isso ainda me perturba e me intimida. Nos encaramos como dois estranhos incômodos, nossos olhos tão iguais... Cinza no cinza. Resolvi quebrar aquele silêncio

̶  Então, o que quer comigo? – observei o homem desabotoando o terno caro e sentando-se na cadeira de Lisa.

̶  Soube da reunião com o Frank. – revirei os olhos me sentando em sua frente como ele indicou. – Soube que você não está rendendo tanto quanto apostamos em você.

̶  Apostamos? – ergui uma sobrancelha usando de todo o meu sarcasmo.

̶  Querida, eu precisei usar do meu prestigio para convencer o velho Frank a não demiti-la, eu sei o quanto você se importa com esse emprego, mesmo ele sendo abaixo do que eu posso oferecer.

Fallin' All in YouWhere stories live. Discover now