Demi riu levemente. "Inacreditável."
"Eu não ficaria preocupada, querida." A enfermeira começou a recolher as agulhas enquanto falava. "Ela vai voltar."
"Não tenho dúvidas disso." A detetive sentiu sua mente começar a nublar por causa dos remédios. "Meu medo é ficar muito ansiosa por isso."
"O amor nos deixa ansiosos." A senhora sorriu com sabedoria e saiu do quarto, deixando-a sozinha.
A detetive hesitou brevemente, mas acabou sorrindo. "Verdade, não?" Segundos depois, ela estava dormindo.
Na próxima vez que ela acordou, ela estava sozinha de novo, mas a televisão estava ligada. Ela olhou em volta, tentando procurar o controle do aparelho, mas achou um pacote do Mc'Donalds na bandeja ao lado da cama. Um bilhete pendia na embalagem marrom e ela podia distinguir a letra de Raven.
Raven merecia um aumento.
O controle estava longe de ser visto e ela imaginou que devia pedir para as enfermeiras, então ela se contentou no programa de competição na floresta enquanto degustava seu lanche com avidez.
Alguém tinha conseguido escalar uma árvore usando um cadarço quando a porta do quarto se abriu e Shawn entrou com um monte de arquivos na mão. Ele puxou um banco e se sentou ao lado da cama, espalhando os documentos pelo lençol fino que escondia o vestido horrível de hospital de Demi.
"Eu tenho uma pergunta séria para fazer."
"Vá em frente." Demi desligou a TV e suspirou. "Mas eu não sei o que a carta deveria dizer."
Shawn não esboçou um sorriso, ele simplesmente abriu um arquivo e virou-a para que ela visse. Era a foto de Troy morto, sangue escorrendo para todo lado, o olhar vidrado que não via mais nada.
"O que você vê aqui?" Ele apontou para uma mancha próxima à porta.
"Sangue. O cômodo está cheio dele."
"Olhe mais de perto. Fico curioso em saber como você não viu isso antes."
Demi pegou a foto e aproximou-a de seu rosto. Uma pegada. Não era da sola de um sapato, mas do pé nu de alguém que havia corrido por ali. Era muito magro para ser masculino. Muito magro para ser de Nick Jonas.
"Eu vou perguntar apenas uma vez e eu juro que vou fazer sua vida um inferno se eu descobrir que você mentiu." Shawn respirou fundo e coçou o queixo, onde tinha pouco de barba havia escapado de seu barbeador. "Foi você que o matou?"
"O que?!" Demi bufou. "Por que acharia isso?"
"Quem é a pessoa que consegue abrir qualquer porta a qualquer momento com o mínimo de esforço? Além disso, você nos empurrou na direção de jonas. Talvez quisesse incriminá-lo para se sair impune."
"Você ficou maluco? Eu não tinha nenhum motivo para matar Troy. O homem era irritante, sim, mas, se esse fosse o caso, eu teria matado metade das pessoas com quem convivo."
Shawn considerou sua resposta por alguns minutos, então suspirou. "Se não foi você..."
"Não fui eu."
"Só existem mais duas pessoas que possam ter estado lá."
Demi não demorou para fazer a associação. "Como sei que Maite calça o mesmo número que eu, estou assumindo que Allyson também."
Seu amigo se apoiou na cadeira e passou a mão pelo cabelo. "Como foi que a perícia não encontrou antes?"
"Allyson estava dentro da casa, não é difícil colocá-la na cena do crime. E Maite esteve lá naquela mesma noite." Demi balançou a cabeça.
"Ambas tem o motivo."
"Mas não pode ter sido elas. A perícia comprovou que os ataques exigiam uma força considerável. E as digitais de jonas estavam na tesoura."
"Acho que ele tinha uma cumplice."
Demi mordeu o lábio inferior antes de responder. "Não faz sentido."
Ele a observou por um tempo. A conhecia a anos, sabia que ela não iria parar de pensar nisso até achar uma resposta lógica. Era como seu cérebro funcionava, com lógica, nunca com emoção.
"Sabe por que achei que fosse você? Você se tornou obcecada com ele."
"Está errado."
"Não, não estou. Você ligou para dezenas de pessoas durante meses e meses atrás de informações dele."
"No começo, admito, estava atrás dele. Mas parei de achar interessante assim que o encontrei."
Shawn virou a cabeça lateralmente para considerá-la por um longo minuto. "Quebra-cabeças, análises, enigmas. Isso te interessa, isso te motiva. É o que te levou a essa profissão e o que te levou lá na noite em que quase morreu."
"Foi um cálculo mal feito. Se eu tivesse prestado mais atenção..."
"A morte não é interessante pra você, no entanto. Isso me confundiu, no começo. Achei que, se você fosse o motivo, poderia te interessar o suficiente para fazer isso. Mas não faz sentido. Tudo que você faz tem sentido. Qualquer pessoa que te conheça, sabe que seu cérebro trabalha com números. Se algo não faz sentido pra você, você ignora. Pode ter tido motivos para apagar o cara, mas fazer isso não tem sentido."
"Acabou com o monólogo?" Demi ergueu uma sobrancelha.
Ele fez uma pausa. "Você sabe quem foi." Não foi uma pergunta.
"Sabe por que eu não acho a morte interessante? Não é porque ela não faz sentido pra mim. É porque, morto, não existe análise. Eu não tenho como te entender se você está morto. Sabe porque eu escolhi ser detetive? Cada ação que realizamos, tem um motivo. Cada coisa que fazemos, tem uma explicação. Eu adoro descobrir essas razões te analisando, solucionando os enigmas e colocando as peças do quebra-cabeça nos seus devidos lugares.
"Fica mais emocionante resolver isso se todo mundo a minha volta está mentindo. Nenhuma testemunha fala a verdade na primeira vez e nunca vai falar toda a verdade, não importa o quão pressionada esteja. A verdade é que as pessoas mentem. Cada ser neste planeta mente. Crianças mentem por vergonha, adolescentes mentem para conseguir o que querem, adultos mentem porque adquiriram o gosto de fazer isso." Demi zombou. "E você sabe porque as pessoas mentem? Porque todo mundo tem algo a esconder. Alguns mais do que outros, alguns pelo prazer do segredo, outros por medo.
"A coisa é: a menos que você seja pego na mentira, você não vai falar a verdade. E mesmo que fale, vai omitir coisas em benefício próprio." A detetive sorriu. Um sorriso verdadeiro. Seu amigo não via um desses a muito tempo. "Eu sei quem estava lá. É claro que sei, você sabe que eu sou a melhor detetive desta cidade. Mas saber quem era, não muda o caso."
"É uma cúmplice em assassinato, isso muda tudo. E se você continuar a conter informação, pode ser indiciada por ocultar provas e por ser cúmplice também." Ele argumentou com raiva.
Demi ergueu uma sobrancelha e deu um meio sorriso. "Lembra-se do que eu estava dizendo sobre benefício próprio?" Ela acenou em volta do quarto. "Eu sei quem foi e sei que não teve nada com o assassinato."
"Pode ter tido. Se tiver, pelo menos, visto Ogletree ser assassinado e não ter ligado para a polícia ou..."
Ela ergueu uma mão para interrompê-lo. "Poupe-me dos detalhes sórdidos. Eu conheço o livro de regras muito bem. Estou te dizendo, no entanto, que não importa quem esteve lá. Ela não é a assassina. Jonas é e ele já está preso. O caso está encerrado."
"Sabe que vou continuar investigando até descobrir."
Demi sorriu. "Vamos esperar que demore muito tempo, não é?"
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•Demally• √ E͟y͟e͟ F͟o͟r͟ A͟n͟ E͟y͟e͟
Fanfiction03 • C̳̳o̳̳m̳̳p̳̳l̳̳e̳̳t̳̳o̳ • ✓ ɴãᴏ ᴘᴇʀᴍɪᴛo ᴀᴅᴀᴘᴛᴀcᴀo √ ➪ ᴄʀᴇ́ᴅɪᴛᴏs ᴘᴀʀᴀ ᴄᴀᴘɪsᴛᴀ ➪ CamzLolo S̾I̾N̾O̾P̾S̾E̾ Senhor OGLETREE, ao seu lado na cama se encontra minha esposa. Ela significa tudo pra mim, eu lhe dei tudo, mas ela decidiu cair na cama er...
CAPÍTULO 19 ✓
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