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Por Miranda

Uma maneira de roubar algo sem que fosse pega na boca da botija, precisava obviamente de uma distração plausível. Claro, eu não esperava  a visita da tal francesa e nem aquele beijo que ela deu em Marlon, mais como diz o ditado: Se a vida lhe der limões faça uma limonada.

Apesar de eu querer socar o limão e seu sorrisinho cínico, eu tinha coisas à fazer.

E foi o que fiz.

Assim que terminei  o curativo em meu polegar, abrir a porta do banheiro e olhei de um lado e outro do corredor, Emile já não se encontrava em parte alguma.

Após insistir em fazer o curativo e ser rejeitada, antes de me " deixar em paz com meus pensamentos ",  Emile deixando a caixa de primeiros socorros em minhas mãos discursou sobre à integridade de seu irmão e a certeza sobre os sentimentos dele para comigo. Disse convicta que os sentimentos de seu irmão eram puros e leias, e por meio dela descobrir que Emma a "colega "  era na verdade uma dos antigos casos sem compromissos de Marlon, e pelo que pude perceber em nosso breve encontro, Emma devia ainda nutrir sentimentos por ele.

Apesar de saber que Marlon era apenas uma vítima de um plano mirabolante de Manuela e a francesinha beijoqueira para obter meu divórcio , não pude deixar de sorrir com a ingenuidade de Manuela.

Precisaria de mais que um simples e insignificante beijo para nós separar.

Sim eu quase perdi a cabeça, mais atire a primeira pedra quem não agiu fora de si movida pelo ódio? Mas o que era da Manuela e de Emma estava guardado.

O primeiro passo daquele jogo foi dado, a partida como prevista foi iniciada pela parte adversária, era minha vez de agir também, para quê Manuela caísse, eu precisava daquela foto.

Saio do banheiro, verifiquei se havia algum sinal de Emile em seu quarto, e após vê que o território estava seguro fechei a porta atrás de mim.

Caminho até a mesa com o porta lápis,notebook e o abajur, cacei dentro das gavetas algum álbum de foto, o que foi inútil pois não havia nada além de uma pasta com papéis e um diário, fecho a primeira gaveta e abro a segunda apenas para me deparar com  algumas revistas de moda e uma com modelos fisicoturistas de pele bronzeada, uma colirio para meus olhos.

Fecho a gaveta, vasculho o quarto com olhar, desde  as paredes cor creme para o centro do quarto aonde a alguns metros da cama de casal cheias de travesseiros estava um tapete bem fofinho, à cima dele tinha dois pufes grandes que sinceramente poderia engolir alguém de estrutura mediana em dois segundos, ambos os pufes estavam posicionados próximos a uma mesinha de vidro na parede, à frente deles em toda sua glória uma enorme TV de tela plana estava instalada, claramente o sonho de um adolescente ou um amante de séries incorrigível.

Ao vê que no quarto de Emile não tinha o que eu procurava, saio o mais silenciosa possível.

Eu teria que ser rápida, as pessoas estranharia caso eu me demorasse mais que o necessário, e tenho quase certeza que um certo cara de um metro e oitenta não ficaria esperando pacientemente eu dar o ar da graça.

Antes de Marlon vim eu precisava furtar aquela foto, com o coração na mão, abrir a porta do quarto, olhando de um lado e outro do corredor, após vê que não havia ninguém sai rapidamente dos aposentos.

Caminhei uns passos hesitantes olhando de um lado e outro antes de acelerar meus passos e ir em busca do que procurava.

(....)

Por Fernanda

"Desculpe "

Desligo a tela do telefone com um suspiro entristecido, sinto lágrimas turvarem minha visão, pisquei repetidas vezes para espantar a vontade de chorar.

Eu não podia chorar, não na frente do garçom que me olhava com pena, eu devia esta patética por ele me olhar assim.Até que foi educado por fingir não notar que minha noite tinha acabado ao perguntar gentilmente se eu faria o pedido.

Era a décima vez que ele fez aquela pergunta desde que eu me sentei na cadeira mais afastada da porta do restaurante em um local discreto quê tinha uma vista privilegiada da porta de entrada, isto foi à meia hora e três minutos atrás, e nesse breve período o jovem garçom notou minha animação e ansiedade quê no decorrer dos minutos aquela mulher animada, nervosa e ansiosa por um encontro se transformou em uma preocupada e receosa enquanto olhava a toda hora as horas inventando desculpas pra si mesma sobre o pneu do carro de Brad ter furado, ou até mesmo o motor ter pifado, ou ,ele estar preso em um  trânsito infernal, ou, estava para aparecer a qualquer instante e se eu saísse teríamos nos desencontrado.

Todas as desculpas mais esfarrapadas em que pude pensar para seu atraso, buscando assim me poupar da triste verdade, morreram com aquela mensagem.

Ele não vinha. De novo.

Meu apetite estava morto, e o caroço se formando em minha garganta não garantia que eu daria conta de comer algo, mesmo assim com a voz embargada pedi uma simples sopa de beterraba, poupando o garçom de não ter perdido seu tempo comigo,enquanto eu esperava meu pedido, fiquei a sós com meus pensamentos.

Aquela era a quinta vez que marcava algo com Brad Bennett e sempre houve um imprevisto, mas cada vez que houve um "imprevisto " e outro pedido para o tal encontro eu aceitava por secretamente achar que em um jantar ou almoço  eu iria me mostrar uma mulher esperta, astuta, e comunicativa que iria o cativar ao ponto de fazê-lo se apaixonar,claro eu tinha aceitado o fato que minha beleza não iria o fazer se ajoelhar aos meus pés, porque sei bem que não era linda e curvilínea como Miranda ou magra e extremamente sexy como as modelos das revistas de modas, na verdade eu era bem comum, com meus cabelos castanhos escuros e olhos cor lama grandes demais para um rosto pequeno e meio ovalado, sem deixar de mencionar que eu já faria trinta e três anos no final daquele mês, e esperava que a divindade do amor olhasse para mim  e tivesse piedade da minha vida sem romance e me presenteá-se com um namorado.

De preferência Brad.  Sei que estava sonhando alto em imaginar um cara como Brad se apaixonar por alguém como eu, mais ele tinha me chamado pra sair cinco vezes! Se isso não fosse alguma coisa, que então me jogassem uma pedra mirando minha cabeça pra vê se entrava algum juízo, mas era pedir demais ter ao menos um amor?

Um homem que fosse o meu tão sonhado ombro amigo para eu chorar quando precisasse, ou, ter o conforto dos seus braços e sentir o calor de seu corpo , ou ganhar um carinho qualquer sem motivo aparente, apenas por ele ter tido a súbita vontade de fazer o carinho. E o melhor, ter alguém para aquecer o lado vazio da minha cama,porque tá sendo uma droga ser uma solteirona. Era vergonhoso admitir que nunca tive um namorado ou até mesmo um ex-marido apenas para informar que já tive um homem em minha vida, claro eu já tive casos,mais o que é casos de uma noite se comparado à de uma vida toda ?

Eu queria casar, juntar meus bagulho com o do meu marido imaginário e viver o meu tão sonhado felizes para sempre  como meus falecidos pais tiveram.

Quando cheguei em casa aquela noite, sentir o carinho da única criatura que me amava, talvez por que eu à alimentava e lhe dei um teto sobre sua cabeça mas espantei aquele pensamento amargurado e melancólico ao escutar o miado exigente do Sr. Patinhas.

O peguei em meus braços e enterrei meu rosto em sua pelagem cinza, o ronronar quê ele me deu apesar de aquecer meu coração que estava encolhido no peito pela dor de mais uma decepção; eu tentei sorrir ao dizer.

__É.. hoje não deu.

MEU CHEFE DEVASSO ( Em Revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora