Vinte

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Não sei qual era do suspense, mais quem o criou merecia um tiro no meio da testa, não parecia justo ter que esperar a doutora ler os exames depois de ter passado quatro horas sentada em uma sala de espera tediosa, preste a ter um ataque de nervos.

Minhas mãos suavam, e minha blusa estava começando a estar colada em minhas costas devido ao suor frio que se acumulava nessa região, apesar de a sala estar fria por causa do ar condicionado, não era o suficiente para impedir quê derretesse ali.

A doutora Elisa olhava para os exames a sua frente com os lábios em uma linha reta, seus olhos pretos não mostravam nada que pudesse me preparar para a resposta seguinte.

O consultório da doutora Lopes era pequeno e aconchegante, as paredes ao invés de brancas como na recepção eram de um tom claro de um cinza azulado. Atrás dela colado a parede tinha uma imagem desenhada representando a vaniga da mulher, com pequenas letras indicando o que era o que, como do sistema do ovário entre outras coisas.

Ao lado dela, havia outro pôster desta vez estava desenhando uma gestante e seu bebê, e pela maneira em que a criança estava virada de cabeça para baixo; já deveria esta nos últimos meses de gestação, tentei não pensar que talvez um bebê estaria assim dentro de mim em alguns meses, ao invés disso, me limitei a olhar para a mesa da doutora.

Em sua mesa tinha um porta retrato com ela em um vestido rosa pálido, que destacava seus cabelos castanhos escuros, em seu rosto tinha estampado um grande sorriso, seus olhos escuros brilhavam com amor para o homem ao seu lado de cabelos grisalhos e um sorriso reluzente, em seus ombros tinha uma pequena menina negra de cabelos trançados segurando um algodão doce, ela como seus pais sorria mostrando a falta de dois dentes, obviamente aquela garotinha não era filha legítima deles, já que ambos eram brancos, o que não significava que não havia amor.

Claro como cristal, naquela foto dava para ver que apesar da menina ser adotada eles tinham grande amor por ela; uma simples foto que parecia dizer tudo, e ao mesmo tempo nada. A mulher sorridente na foto era bem diferente da doutora sem expressão com olhos escuros sem qualquer emoção.

Mulher na qual tirou seus óculos, e colocou os exames na mesa, sua postura séria mudou completamente para um sorriso reservado, mas que foi o suficiente para tirar um pouco do peso em meus ombros .

--Sinto muito por isso, mas somente agora o doutor Fernández havia me entregado os exames do senhor Wenecker.- murmurou ela parecendo sinceramente culpada, acreditei nela, e lancei um olhar acusador para Marlon como se fosse o culpado por aquele atraso, bem ele sequer estava olhando para perceber qualquer coisa.--Podemos começar pelo seu exame ou do senhor Wenecker?

Olhamos para Marlon esperando sua resposta, mas este de tão entretido no celular não pareceu notar que estávamos o encarando, suas sobrancelhas estavam franzidas em confusão, e seus lábios se mantinha levemente abertos.

--Ei.-- o chamei tocando seu braço Marlon se sobressaltou e guardou o celular rápido demais,como se temesse que eu fosse o roubar e vê o conteúdo que o deixou tão aéreo.

Suspeito.

Será que estava conversando com uma amante ?,- pensei enciumada fechando os punhos.

--Perdão o quê disse ?.- perguntou ele me encarando, logo desviei meus olhos, tentando entender porque diabos eu estava com ciúmes.

Nada ali era meu para pensar daquela maneira, Marlon pode sair e conversar com quem quiser. Tanto faz se ele achou importante conversar com uma piranha, possivelmente marcando um encontro romântico em um local totalmente inapropriado...

MEU CHEFE DEVASSO ( Em Revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora