CAPÍTULO: 14 ✓

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“Por que?! Por que você continua aparecendo? Tem alguém me investigando? Alguém pagou para você fazer isso? Qual o seu problema?!” Allyson cruzou os braços, parecendo ao mesmo tempo irritada e frágil.

“Ninguém está me pagando para falar com você, senhora Ogletree. Continuo aparecendo porque não posso me manter longe.”

“Por que?” Allyson implorou.

Demi suspirou. “Acho que sabe tão bem quanto eu a resposta.”

“Pelo amor de... Isso aconteceu a três anos! Você tem que largar meu pé e me deixar viver em paz.”

“Isso não diz nada com nosso caso de vingança três anos atrás.” Demi negou com um aceno brusco. “Em dois anos, nunca havia considerado te procurar. Mas você caiu de paraquedas na minha vida. De repente, eu me vi intrigada por você.”

“Por que? O que eu tenho de especial? O que te faz querer perseguir a mim e não a um dos meus vizinhos.” Ela acenou em volta.

“São seus olhos.” A detetive admitiu.

A loira ficou desarmada por alguns segundos. “Meus olhos?” Perguntou em descrença.

“Sim.”

“O que tem meus olhos?”

“Eles são quase mel.” Allyson franziu a testa, começando a considerar que a mulher era louca. Devia ser a única explicação. “Alguém brega uma vez não disse que os olhos são janelas para a alma?” Demi zombou.

“Alphonse Karr.” Demi murmurou.

A detetive apenas sorriu para o complemento. “Se isso é mesmo verdade, os seus olhos me mostram uma alma triste e prestes a se quebrar.”

Allyson se abraçou, procurando proteção onde sempre encontrara: em si mesma. “Do que está falando?”

“Você é uma mulher bonita, jovem, rica, casada, tem uma família unida e grandes amigos. Tem todos os motivos para ser feliz e estar satisfeita, mas seus olhos refletem dor, tristeza e caos. É isso que me fascina.” Explicou calmamente.

“Minha dor te fascina?”

“Pelo contrário, senhora Ogletree. É a sua resistência a dor que me fascina.” Demi sorriu. “Larguei minha esposa assim que descobri que ela me traiu. Mas você continua firme ao lado do seu marido, mesmo que ele já tenho dormido com todas as mulheres desta cidade que lhe deram mole. Você passa pela dor que eu só passei uma vez de novo e de novo e de novo. E por quê?”

“É isso que te fascina?”

“Sim.”

“Porque o amo, essa é a resposta. Pode ir embora agora.” Allyson fechou a porta.

Demi ficou parada no mesmo lugar por um par de minutos, mas decidiu não bater de novo e apenas ir embora. “Se eu tivesse que ser realmente honesta,” Murmurou para si mesma a caminho do metrô. “sua beleza também me fascina.”

“Acho que precisamos de férias.” Raven comentou com um longo e cansado suspiro.

Demi lhe deu um meio sorriso. “Gostaria de poder. A senhora Perci não iria permitir e ela é o motivo por eu conseguir comer todos os dias.”

“Você nunca tira férias?”

“Não realmente. Dois ou três dias trancada em casa é o suficiente.” demiy anotou mais algumas frases em seu bloco de notas, então fechou-o e o jogou em cima do teclado de Raven. “Preciso que pesquise estes endereços para mim. Também quero saber se a senhora Jen é daltônica, vi que usava óculos e estava vestindo uma blusa verde com uma calça roxa. Ligue para o plano de saúde, descubra os médicos filiados, então ligue para eles e consiga uma resposta. Vou sair para investigar a casa abandonada.”

“Ela está sendo vigiada por policiais.” Raven já estava digitando rapidamente para conseguir as informações requisitadas.

“Eu sei. Tenho meus contatos.”

Demi usou o metrô para chegar até a casa vigiada por três policiais. Dentro do imóvel, enquanto procurava por pistas que a polícia podia ter deixado para trás, deixou seu pensamento correr para a mulher loira que não abandonava sua mente. Fazia uma semana desde a última vez que a vira, o senhor Ogletree já devia estar em casa depois de sua viagem ao exterior. Não tivera coragem de aparecer de novo, estava com medo de, mais uma vez, ter um confronto com a mulher.

Demi não era ingênua nem gostava de negar coisas a si mesma. Ela sabia porquê estava tão fascinada na mulher. Seus sentimentos permaneceram trancados em uma jaula por dois anos, só para serem libertados quando a viu novamente. A detetive não iria mentir para si mesma e tentar achar outras possíveis razões para este interesse súbito. Ela sabia. Ela entendia. Ela sentia.

Quando estava saindo pela garagem, com um pequeno saco de provas dentro do bolso, seu celular tocou. O mesmo número desconhecido que ela havia passado tanto tempo debatendo sobre ligar ou não.

“Senhora Ogletree.”

“Eu preciso de ajuda.”

Foi o desespero que lhe chamou a atenção. “O que foi?”

“Ele está morto! Está morto!”

 


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•Demally• √ E͟y͟e͟  F͟o͟r͟  A͟n͟  E͟y͟e͟Where stories live. Discover now