"Sim. O que quer com ele?"

Fazendo alguns riscos como janelas, Demi fingiu concentração máxima, antes de olhar para cima do bloco. "Sabe onde ele está agora?"

"O QUE QUER COM ELE?"

"CONVERSAR." Não era ela que queria conversar, mas não era uma mentira. "Sabe onde ele mora agora?"

"NÃO."

"TEM CERTEZA?"

"Ele não trabalha mais com Alan. Saiu a alguns meses, não nos falamos desde então."

"OK, OBRIGADA." Demi virou-se e saiu do quintal com calma, como se estivesse tendo uma conversa sobre o tempo com uma velha amiga.

O caminho até o metrô foi feito rapidamente e logo se viu em um dos vagões vazios. A maioria das pessoas já estava trabalhando ou estudando, o local ficaria quase sem ninguém até o fim do dia, quando todos fariam o caminho de volta. Ela sentou-se em um dos bancos de metal e fez um pequeno organograma atrás da casinha desenhada antes. O nome de Troy Ogletree era o que puxava tudo, ligando os outros quadradinhos de informações que ela tinha. Podia pedir para Raven dar uma olhada depois e ver se encontrava algo que ela não viu. Improvável, mas não impossível.

Celeron era um bairro nobre, cheio de médicos e empresários, e Demi podia ver rapidamente porque o senhor Ogletree decidiu ter uma casa naqueles arredores. Talvez quando ele pudesse realmente se sustentar naquele lugar, ele se mudaria para aquela casa e viveria entre todas aquelas pessoas importantes. O endereço que Raven havia achado no computador estava vazio, sem ninguém dentro da casa, sem sinais de que alguém morasse ali. Mesmo assim, Demi deu uma volta pelo quintal e olhou por dentro de uma janela sem cortinas. O local estava sem móveis, tirando uma mesa e duas cadeiras em um canto distante. Eles não podiam estar ali. Apesar disso, Demi checou a caixa de correio e a garagem.

Depois de ter certeza que ninguém passava por lá a meses, Demi voltou ao metrô e seguiu para seu escritório. Tinha que atender um filho que tinha certeza que seu pai estava escrevendo um testamento inteiro apenas no nome de sua irmã. Não é como se ela tivesse muitos amigos advogados para dar uma olhada nesse tal testamento, mas podia fazer algumas ligações.

Deixou seu organograma na mesa de Raven com um bilhete para 'observar as informações' e se fechou no escritório até a chegada de seu cliente. O quebra-cabeças de troy Ogletree ficava cada vez mais interessante.

Foi apenas no final da tarde que teve tempo de investigar o último endereço. Era um bairro menos pomposo que Celeron, mas ainda com padrões elevados. Uma senhora limpava a parte de dentro da casa, mas parecia distraída o suficiente para Demi arriscar olhar a caixa de correio. Duas cartas. Ela as puxou rapidamente e se escorou em uma árvore ao lado para parecer apenas alguém descansando depois de uma caminhada.

A primeira era uma propagando de loja de eletrônicos, que foi rapidamente descartada, mas a segunda tinha o nome de troy Ogletree. Um bom sinal. Ou ele morava ali, ou ia buscar as cartas ali, ou mandava alguém buscá-las por ele. Seja como fosse, ela só teria que esperar um pouco para descobrir.

A velha terminou de limpar a casa duas horas depois. Demi estava em cima da árvore onde estivera escorada antes, escondida entre os galhos, mas mantendo-se atenta a qualquer movimento perto da casa. A mulher saiu e pegou as cartas que Demi havia devolvido à caixa. Ela jogou a propaganda fora, mas guardou a outra no bolso do avental com um leve sorriso. A desconhecida voltou e, cinco minutos depois, fechou a casa e começou a andar para o final da rua.

Demi não podia ver se ela ainda estava com a carta ou não, então decidiu segui-la. Uma de suas maiores habilidades era a ocultação. Ela poderia seguir quem fosse e nunca era descoberta, sempre achando pontos estratégicos para desviar a atenção de si, sabendo quando se distanciar e quando se aproximar, sabendo avançar na frente da pessoa e fingir se distrair com algo até ela passá-la novamente. A mulher estava completamente alheia à figura metros atrás dela.

Para sua infelicidade, no entanto, a mulher subiu em um táxi poucas ruas à frente e desapareceu na noite. Demi soltou alguns xingamentos e voltou para a casa. Havia visto a senhora colocar uma chave embaixo do tapete da entrada e não teve que fazer esforço algum para invadir o local. A casa estava mobiliada, mas vazia de vida. Parecia ser uma casa para uma época específica do ano, que ficava sobre os cuidados de outras pessoas pelo resto do tempo. Mas isso não impediu Demi de investigar cada cômodo. Não havia roupas, produtos de higiene ou luz, apenas alguns produtos de limpeza no armário e garrafas de água na geladeira desligada.

Ótimo, o homem tinha duas casas vazias. Quanto um advogado de defesa podia ganhar?

Demi afastou este pensamento e saiu do local discretamente, colocando a chave no exato local onde a encontro, em diagonal embaixo da letra E do tapete.

Ela parou em um restaurante na volta para casa e pegou uma pizza pequena para passar a noite. Seu apartamento, como de costume, estava vazio quando chegou, mas seu bloco de notas estava embaixo da porta. Ela reconheceu a letra de Raven rapidamente. Seus 'TS' eram inclinados para a direita, mas os 'LS' para a esquerda.

"Dei uma olhada no organograma. Já pensou em visitar o antigo trabalho dele? Talvez tenha deixado alguma referência. Ele trabalha por conta própria agora, é essa informação que tem na internet."

Demi suspirou e jogou o bloco em cima da mesa. Sim, ela havia pensando em visitar o trabalho dele, mas isso poderia acarretar perguntas e ele poderia acabar descobrindo de alguma forma. Maite não falou que queria descrição, mas Demi também não queria um alvo mais escorregadio que já estava.

Decidindo voltar e falar com Alan McHale no dia seguinte, Demi deixou a pizza em cima da pia e foi direto para o quarto. Não conseguiria comer com o assunto rondando sua cabeça.


N/A: Adoro inventar nome de rua e bairro estranhos

•Demally• √ E͟y͟e͟  F͟o͟r͟  A͟n͟  E͟y͟e͟Where stories live. Discover now