Ben Poindexter

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Dex fuzilou Nadeem com o olhar, o que me fez soltar uma risada nasal. Isso só aumentou o nervosismo do meu amigo.

- Vamos, Dex. Eu aceito você pagar uma bebida para mim ao invés de me dar o seu dinheiro - segurei a mão dele, fazendo ele me seguir até a saída.

Pude sentir todos os seus músculos enrijecerem, devido
o meu toque. Com certeza minha ação deixou Dex desconfortável. Ele era extremamente perfeccionista, tudo precisava estar em seu devido lugar e, se não estivesse, ele mal conseguia trabalhar.

Ao sair pela porta da agência, soltei a mão de Dex, afim de acabar com toda aquela tensão que ele se encontrava.

O caminho até o bar foi em silêncio, o homem ao meu lado parecia não saber o que fazer e parecia que iria explodir a qualquer momento. Seus ombros estavam tensos, fazendo com que até o caminhar dele fosse diferente.

- Duas cervejas, por favor - pedi à garçonete, assim que sentamos em uma mesa.

Dex balançava a perna embaixo da mesa em um ritmo frenético e por alguns segundos eu podia jurar que ele se esqueceu que precisava respirar.

- Dex, você está bem?

- Sim - ele fechou os olhos, concordando com a cabeça.

A garçonete deixou nossas cervejas na mesa, saindo logo em seguida. Bebi um gole da bebida amarelada e meus olhos caíram sobre o alvo de dardos na parede e eu então tive a brilhante ideia de jogar.

- Eu sempre quis jogar dardos em um bar, enquanto bebia minha cerveja - soltei no ar e Dex riu baixo, o que me fez sorrir.

Ele parecia estar um pouco mais relaxado. E isso me deixava mais relaxada também.

- Mas já vou avisando, eu sou um desastre! - Falei assim que peguei os dardos.

Arremessei os 3 dardos que estavam em minhas mãos e nenhum deles acertou o centro do alvo, um até ficou preso na madeira do pilar onde o alvo estava pendurado.

- Você é tão boa com a arma, como não consegue acertar os dardos? - Dex pergunta debochado.

Mostro a língua para ele, uma atitude infantil que faz ambos rirem.

- Por que você não vem jogar então? Bonzão - o desafiei.

Dex levantou, e pegou os dardos da minha mão. Sua expressão era séria, como se eu fosse me arrepender por ter desafiado ele. Um choque percorreu minha espinha quando suas mãos tocaram as minhas e seus olhos não paravam de encarar os meus.

Eu sabia que era errado pensar isso, mas eu podia dar para esse homem agora mesmo, sem me importar com as pessoas a nossa volta.

Voltei para a mesa, tomando mais pouco da minha cerveja, tentando afastar todos os pensamentos sujos da minha mente.

Com uma habilidade extraordinária, Dex arremessou os três dardos no centro do alvo, fazendo com que eu ficasse boquiaberta.

- Você está brincando comigo? Como você fez isso? - perguntei impressionada.

- É só questão de prática... E ser bom, é claro - Dex riu de mim - Se você quiser eu posso te ensinar... - ele sugeriu, um pouco sem graça.

- Por favor - me levantei - Eu não aceito sair daqui sem acertar pelo menos um dardo no meio do alvo.

Dex explicou gentilmente onde minha mão deveria ficar e qual o movimento que ela deveria fazer para acertar o pequeno círculo vermelho.

Eu já havia tomado 3 cervejas e o alvo ainda não havia sido alcançado. Talvez eu gostasse de ouvir as piadas que Dex fazia sobre mim, ou simplesmente gostasse de ouvir sua risada, relaxada e sem preocupação, diferente de quando nós estávamos trabalhando. Eu acho até que meu subconsciente estava me sabotando.

- Eu juro que essa vai ser minha última tentativa, se eu errar essa eu desisto - bati a garrafa de cerveja na mesa, após beber todo o conteúdo de dentro dela.

Dex riu da minha ação e eu arremessei o primeiro dardo. Perto, mas ainda não era o que eu queria.
O segundo chegou ainda mais perto do que o primeiro. Eu queria acertar. Eu sabia como acertar. Mas não estava indo. Talvez o álcool estive limitando minha atividade motora.

- Ok. Eu preciso de uma motivação. Se eu errar, eu pago nossas bebidas e mais 1 semana de café para você - Dex pareceu gostar da ideia.

- E se você acertar? - Ele perguntou curioso.

- Bom, se eu acertar... Eu beijo você - falei rápido, na esperança dele não entender o que eu disse.

Mas evidentemente ele entendeu e ficou sem graça.

Eu não queria que a segunda opção fosse uma tortura, como eu disse, eu precisava de uma motivação. E ver Dex ali, ao meu lado, se sentindo a vontade para fazer brincadeiras, sem se preocupar se tudo estava em seu devido lugar me fez pensar que talvez eu fosse o motivo disso. E considerar a ideia de ir para casa sem beijar esse homem hoje, não estava nos meus planos.

Respirei fundo e arremessei o último dardo, acertando exatamente o meio da pequena circunferência no centro do alvo.

Dei um pulinho em comemoração e evitei gritar, para não atrair a atenção de todos para mim.

Me virei na direção de Dex e ele estava tão nervoso quanto quando chegamos aqui. Levei uma de minhas mãos até a sua face, tentando de alguma forma acalma-lo.

- Olha Dex, eu falei aquilo sem pensar. Eu peço desculpas por ter sido tão... - não consegui terminar minha frase.

Benjamin Poindexter me surpreendeu com beijo doce e delicado.

- Eu não sei como, mas quando estou com você é único momento do dia onde as vozes em minha cabeça se silenciam. Elas simplesmente vão embora. Eu consigo ficar em paz, nem que seja só por alguns minut... - dessa vez eu não deixo ele terminar de falar, selando nossos lábios mais uma vez.

Eu sabia, desde a primeira vez que eu coloquei os olhos nele, que havia algo de errado. E eu estava disposta a ajudar de todas as formas.

Ouço um pigarrear atrás de mim e me separo de Dex com um susto.

- Será que eu poderia me juntar ao casal para tomar algumas cervejas? - aquela voz só podia ser do Nadeem.

Me virei para ele, encarando o chão, morrendo de vergonha.

- Dex, você conseguiu fazer a Zoey ficar vermelha de vergonha pela primeira vez em dois meses. Digno de um prêmio - Nadeem brincou.

Balancei a cabeça enquanto ria. Aparentemente teria que aguentar as piadas do Nadeem por um bom tempo, mas eu só me importava em ajudar Dex.

One-Shots {Marvel} [PARADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora