Choque. Uma queda súbita no fluxo sanguíneo através do corpo devido a confusão, ansiedade e / ou uma reação emocional intensa a uma situação estressante.

Alex explicou sua incapacidade de ouvir as palavras de James como um choque, simplesmente uma condição física crítica que seu corpo está experimentando.

Minha mente ainda está processando. É por isso que não posso me concentrar no que o James está dizendo. Está bem. Se acalme. Kara está estável.

"O que ..." sua voz quebrou de quão seca sua garganta estava. Ela limpou antes de tentar novamente: "O que você disse?"

Quatro equipes estavam comigo. Todos os agentes altamente treinados. E ainda assim ... Como eu não sabia que Martinez era ...?

"... Você me ouviu?" Alguém estava dizendo.

"Hmm?" Alex olhou para James ainda falando. Ela apertou os olhos para tentar decifrar um pouco do que ele estava dizendo.

"... Disse Kara ok?" James repetiu, seus olhos mostrando uma sugestão de simpatia que Alex decidiu que ela não gostava.

"Sim. Ela está ...” Alex pensou em como Kara não estava bem, “Ela é ... Sim.” Ela se acalmou antes de se afastar lentamente.

"Alex?" James gritou para ela, sua voz soando mais e mais longe. E Alex decidiu que ela gostava do som de quanto mais ela se afastava. Ela gostou do som desaparecendo. O som só a distraía de seus pensamentos.

Eu vi Martinez esta manhã. Ele parecia bem. Então como? E susto? Como ela acabou escapando? Ela estava lá um minuto e depois ... sumiu. Ela estava algemada. De jeito nenhum ela seria capaz de sair dessas algemas sozinha. Quem ajudou ela? Por que isso foi ...

Alex parou de andar. Piscando, ela se viu em um corredor vazio nos outros setores do DEO. Estava vazio. As luzes ofuscantes fazem parecer ainda mais vazio.

Imagens de sua irmã caindo de joelhos com buracos de bala em seu traje voltaram para assombrá-la. A cor do traje era o que mais a aterrorizava. Aquele carmesim escuro que se espalhou sobre o azul do terno de Kara. A maneira como ele cobria todo o traje, não deixando um centímetro de azul para trás. Alex ainda se lembra de ter pressionado a palma da mão em um daqueles buracos de bala, apenas para notar outro ao lado. Lembrou-se de pressionar a outra palma sobre o segundo buraco de bala, apenas para notar os outros três que o sangue estava escorrendo. A percepção de que ela só tinha duas mãos e não conseguia impedir o sangramento quase a deixara asfixiada com horror.

Algo ferveu no fundo do estômago dela. Algo primitivo. Algo que fez seu peito arfar.

Medo. Não, raiva. Era raiva. Raiva vazou através de cada fibra do seu ser, derramando-se em pilhas dela. Suas mãos se fecharam em punhos, cravando-se na profundidade de sua pele.

Por quê?! Por que alguém faria isso com ela?

Alex só registrou a dor depois que ela abriu os olhos para encontrar seu punho conectado à parede. Ela rangeu os dentes ao sentir a adrenalina se apoderando da dor como uma droga. Ela não registrou sua decisão antes de encontrar seu punho batendo mais uma vez na parede de concreto. Algo sobre a dor era viciante. Era uma saída para a raiva dela. Um pouco de satisfação alcançando seus pulmões. Ela continuou a bater com o punho na parede, notando que nenhuma da pele se quebrava, nenhum derramamento de sangue. Alguém chamou seu nome muito longe, mas ela não deu atenção a isso. Seus ouvidos estavam abafados e sua cabeça latejava, mas ela não conseguia parar a sensação viciante de seu punho se esmagando na parede.

De repente, o braço dela foi mantido no ar, ela lutou para libertá-lo para alcançar a parede mais uma vez, para sangrar naquela sensação saciante de dor prazerosa. Ela rangeu os dentes enquanto puxava o braço, mas foi virada e presa contra a parede.

Paranóia  (Supercorp)Where stories live. Discover now