— Diga. — Cristian pediu.
— Só a companheira pode encontrá-lo no Blót lupino, só a loba pode trazer o lobo. Eu posso salvar o homem, mas não posso trazer o lobo que se perdeu.
Não! Tentei gritar isso, implorar para que não deixassem essa carga tão grande nas costas de Celina. Era eu que precisava trazê-la de volta e não o contrário. E conhecendo minha raça, eu até imaginava o que viria a seguir e isso não podia ser uma opção, Celina não podia ser submetida a uma lua quando sua mente não estava completamente sã.
Um lobo pode potencializar uma personalidade, ou deixar completamente selvagem uma mente fraca e Celina ainda era uma incógnita para nós. A pouca conversa que tive com ela naquele jardim há tantos anos me fez conhecer apenas um pouco dela, me fez ver o quão doce ela era, e o quanto protetora ela era com a família, mas isso não poderia ser suficiente para que ela conseguisse controlar a influência de uma loba.
— Não posso permitir! — Ouvi a voz feminina e jovem e praguejei, não consegui ouvir o que disseram antes disso e pelo tom da voz eu soube que não era algo bom que havia sido dito.
— Você não tem o direito sobre ela. — Jena gritou. — Não basta o que sua mãe fez? A vida é dela. O destino é dela.
Maldita Jena! Porque ela estava de acordo com essa ideia insana?
— Se ela receber a loba que está destinada a ela isso poderá ajudar em sua recuperação e com isso ficará mais fácil para ela trazer o lobo de Laican de volta. — Pela mãe terra! Cristian estava concordando com essa ideia?
— Não posso Cristian, por favor.
Agora eu sabia que era Celeste e agradeci que ela estivesse participando dessa discussão, ela protegeria Celina em meu lugar até eu encontrar um meio de voltar.
— Ele é meu irmão, meu amor, e está morrendo.
— Eu sei, eu sei...sinto muito por parecer egoísta.
Por um tempo ficou tudo quieto, fiquei confuso se era um silêncio de verdade ou minha mente que tinha novamente se perdido, mas então ouvi o suspiro e quase gritei de frustração, porque só aquele suspiro me fez antecipar a resposta que Celeste daria.
— É... Jena tem razão, não posso decidir por Celina, minha mãe a protegeu demais e o resultado disso foi a crueldade com ela, vou confiar em vocês, mas não podemos saber como vai ser, ela precisa de tempo, é tudo o que peço.
— Obrigada. — Jena falou agora mais calma. — E ninguém aqui vai força-la, até porque uma vez que ela receba a mordida não poderemos influenciar seu ato, será tudo ao tempo dela, só precisamos garantir uma chance, mesmo que leve algum tempo, se o humano for salvo, o lobo ainda que perdido, também estará a salvo.
— Obrigado. — Cristian agradeceu parecendo aliviado.
Tentei gritar que estavam contra mim, fazer juras e promessas de vingança, mas tudo o que consegui foi raspar minha garganta já ferida. Ah, mas quando eu encontrar meu lobo e conseguir voltar matarei a todos! Malditos sarnentos traidores.
Contendo o meu desespero pela impotência de opinar sobre as decisões, tentei ouvir mais alguma coisa, mas não havia mais nada deles, estávamos somente eu e meu lobo uivando ao longe.
Descobri que não tinha nenhum poder sobre minha mente, ela flutuava e seguia a direção que queria. Eu estava definitivamente impotente sobre qualquer decisão que tomassem.
— E como faremos isso? — Cristian perguntou.
Então tinham decidido? Pela mãe terra, quando isso ia acabar? Quando ia aparecer alguém para dizer que isso era uma loucura?
JE LEEST
Tratado dos Párias - Supremo Alfa.
FantasyCelina estava lutando para se encontrar. Após anos fechada em seu próprio mundo e dependente da droga que sua mãe lhe dava, ela estava determinada a recuperar os anos que perdeu, porém suas cicatrizes não lhe permitia ter esperanças no amor. Mas o...
Prólogo
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