Após terminar de relatar isso Nanda riu e balançando a cabeça,  murmurou que iria ao banheiro trocar de roupa.

--Surreal ela em ?.--disse Marlon com indícios de um sorriso.

--Digamos que é seu charme.-- disse pegando minha bolsa.-- Vamos para os exames?

                      (....)

Enquanto caminhávamos pelo hall de entrada da empresa, a caminho do estacionamento do outro lado da rua aonde meu carro estava, porque o insistente do Marlon afirmou quê iria comigo, contato que eu fosse a sua motorista, seu argumento para isso foi :"Assim evitaremos chegar atrasados e ao mesmo tempo"..

De fato ele tinha razão ,mas precisava estar andando tão próximo ao ponto de eu sentir seu braço direito roçar no meu?

-Achei que o seu motorista era pago para te levar aonde quiser.-- murmurei baixinho ao vê que estávamos atraindo atenção de outros funcionários que estavam saindo para almoçar ou voltando.

Tudo bem, era normal secretária e chefe estarem juntos por várias coisas,mas não quando saiam para irem "almoçar". Até poderia ser normal, mais não com eu sendo a secretária já que sempre evitei sair com chefes se não fosse uma reunião para negócios.

Os olhares tortos e alguns cochichos ditos enquanto olhavam para mim, me deixaram desconfortável.

--Infelizmente por minha agenda corrida hoje pela manhã, meu motorista sequer teve um café da manhã descente. Então me desculpe senhorita Teixeira por liberar Charles para seu almoço.

--Eu não sabia.-- comentei sem jeito

Marlon deu de ombros colocando as mãos no bolso de sua calça.

--Também e não menos importante, como eu poderia perder a oportunidade vê-la dirigindo todo o percurso? Uma imagem maravilhosa que não perderei por nada nesse mundo.

Sinto minhas bochechas ruborizarem, agarrei à alça de minha bolsa com um pouco de força e apressei meus passos, assim que estava fora daquele prédio, caminhei aonde tinha deixado meu carro estacionado.

Atravessei a rua quando o semáforo estava vermelho para os carros; e assim que cheguei na calçada tratei de procurar as chaves do carro.

Minha bolsa por sinal estava uma zona, tinha um estojo com maquiagem, alguns absorventes internos para o caso de uma emergência, já que estava chegando o fim do mês e minhas menstruação estava por vim.
Alguns papéis que não sei porque estavam ali, meus documentos, mais nada da porcaria da chave.

--Esqueceu a chave querida ?.- perguntou Marlon

Segurei minha língua para não o mandar se ferrar, e procurei nos pequenos bolsos na lateral da bolsa,e quando finalmente as encontrei estava me virando para esfregar o molho de chaves na cara perfeita de Marlon quando escutei alguém chamar meu nome.

Obviamente quando se é chamada pelo nome e o tom urgente, você automaticamente vira o rosto em direção à quem lhe chamava,não importando se era ou não você.

E puta merda, não esperava vê Ramone à poucos passos de distância, sequer daria tempo de agarrar a mão de Marlon e fugir em direção ao carro,tá um ato infantil porém necessário.

Meu ex noivo estava uma merda,  sua respiração ofegante evidenciava que tinha corrido, seus cabelos castanhos escuros estavam uma bagunça total, sua expressão abatida mostrava o quanto parecia ter sofrido nos últimos dias em que dei um gelo nele, suas roupas amarrotadas deixava claro que ele não voltou a morar com sua tia Ivone. Ramone estava claramente mais magro e pálido desde a última vez que o vi.

MEU CHEFE DEVASSO ( Em Revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora