Epílogo - Conversa Estranha.

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-Oh. – dei uma risada. Isso seria engraçado.

(...)

Quando o carro estacionou, desci e fiquei em pé ali para que eles subissem juntos.

-Não vai entrar agora? – Alice perguntou.

-Quero ficar um pouco sozinha. – sorri.

-Está tudo bem? – Jasper me olhou desconfiado.

-Sim e pode conferir.

Ambos assentiram e me deixaram sozinha.

Suspirei me sentindo idiota. A parte chata em estar rodeada por casais, é que todos eles queriam me enturmar para que eu não me sinta sozinha, e isso me irritava. E como se não bastasse tudo isso, essa semana meu pai quis ter uma conversa comigo sobre tempo, solidão, luto e amor. Ouvi cada palavra, sem pronunciar nada, nem expressar em minha face algum indício sobre como aquela conversa era desnecessária. Abracei meu corpo e sorri balançando minha cabeça negativamente, essa a minha família super protetora. Um por todos e todos por um. Saí de perto do carro vi que em um lugar meio escondido do estacionamento tinha um rapaz. Ele estava de costas com as mãos enfiadas nos bolsos da frente de sua calça. Seus cabelos eram cumpridos e lisos, batiam no meio de suas costas, que eram grandes e largas. Ele era alto e tinha uma pele morena.

Ele se virou e seus olhos se prenderam aos meus. Seu rosto era jovem e tinha um leve toque brincalhão. Acredito que era o rapaz mais bonito que eu tinha visto. Minha mente arriscou a gravar essa informação. Ele era um quileute, sem sombra de dúvidas. Seus traços indígenas o faziam parecer um grande guerreiro. Um verdadeiro alfa... Exatamente como Ephraim Black... Aquele não seria o neto...? ele começou uma caminhada em minha direção. De repente senti uma grande pancada, um soco em meu estômago, mas não era físico, era em meu interior. Tentei respirar e dei alguns passos para trás me escorando no carro de meu pai. Ele estava vindo até mim e eu tinha que me recompor.

Quando parou em minha frente abriu um sorriso acalorado. O encarei e tentei sorrir de volta. Seu coração batia acelerado e sua respiração levemente descompassada.

-Olá, tudo bem? – ele tentou encontrar palavras para continuar a conversa. – Eu estava ali... Queria falar com a Bella, você é uma Cullen, certo?

Olhei para sua camisa social amassada com uma gravata preta. Seu cabelo estava meio preso e meio solto.

-Sim, mas pode me chamar de Agnes.

-Sou Jacob. Jacob Black. – ele estendeu a mão para que apertasse. Esse menino não sabia histórias sobre mim? Por que estava sendo tão educado e gentil?

-Oh, então é o senhor que anda falando de mim e de minha família para a Bella. – o desafiei. Precisava saber se ele acreditava no que havia contado.

-São apenas lendas sobre seus antepassados. – deu de ombros.

-Lendas sempre possuem um fundo de verdade. – hora de mudar de assunto. – E Bella está a caminho, juntamente com meu irmão.

-Oh. – ele pareceu decepcionado. Estava apaixonado por ela. Humanos eram sempre tão patéticos, sua intenção era acompanhar Isabella hoje no baile.

-Eles estão juntos. – anunciei. – Ficará para a próxima sua boa intenção. – sorri e dei de ombros.

-É... Mas vou esperar aqui. – ele ficou sem graça e suspirou.

-Posso te dar um conselho, Jacob? – gostei da maneira que o nome dele soava em minha boca. Havia prazer em pronunciá-lo.

-Pode.

-Não crie expectativas.

-Ok, vou esperar aqui. – ele rejeitou minhas palavras.

-Eu vou subir, pois um baile me espera. – me afastei. E lutei contra a vontade de correr e fugir dali. Não poderia simplesmente desaparecer, afinal ele ainda era humano. Não foquei no caminho de tão perturbada que estava. Adentrei o grande salão sem ao menos olhar para os humanos que me olhavam. Me aproximei de Jasper e tentei me controlar.

-Você está bem?

-Jazz, acabei de conversar com o neto de Ephraim Black.

-Jacob Black?

-Sim, ele está esperando Isabella lá fora. Ele se parece com seu avô, um verdadeiro alfa.

-E o que achou dele?

Pensei nas inúmeras respostas que eu poderia dar a meu irmão, mas nenhuma delas seria o suficiente para traduzir o que eu estava pensando naquele instante.

-Interessante. – dei de ombros. Jasper me encarou, todavia não disse nada.

E o restante daquela noite me esforcei para esquecer aquela conversa estranha.

Inconstante - Livro II (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora