Inconstante - Livro II (COMPLETO)

7 - Uma canção de ninar

Estar na sala não significava que eu não estava atenta a qualquer novidade que surgisse. Edward queria estar com ela e não iria fugir do que estava sentindo. Vasculhei a mente de Alice procurando por nosso futuro, encontrei meu irmão levando a humana para uma clareira que costuma ir sozinho. A imagem estava tão sólida que eu poderia prever que logo aconteceria, o que mais chamou minha atenção foi o modo como ela olhava para ele... Confiava totalmente nele... Completamente apaixonada. Isso me fez sorrir, ele merecia alguém que o amasse. Depois senti inveja, nunca mais teria essa oportunidade.

Notei que a mente de Alice ficou tensa. Uma visão de Isabella imóvel deitada na calçada, e um colega de classe levemente desesperado. Ela escorregou sem reação no concreto molhado, os olhos fechados, a pele pálida como a de um cadáver. Edward quase arrancou a porta do carro.

"Bella?" gritou.

Deixei a mente de minha irmã para seguir a dele.

"Qual é o problema... Ela se machucou?" Edward quase gritou com o colega de Isabela. Mike Newton. Através da mente de meu irmão pude saber o que tinha acontecido com ela. Ela estava assim por que não suportava o cheiro de sangue.

A aula era de tipagem sanguínea.

"Eu acho que ela está passando mal." Mike disse, ansioso e ressentido ao mesmo tempo. "Eu não sei o que aconteceu, ela nem furou o dedo."

Mike tinha raiva de Edward e uma inveja intensa. Lutei contra a vontade de revirar os olhos. Também deixei essa situação corriqueira de lado. Minha vida não iria girar em torno da vida sem graça dessa humana, mesmo que eu já gostasse dela... Não iria ficar estranha como Alice estava. Era a maneira normal de agir e se ela piorasse, eu saberia.

Quando a aula acabou, me demorei para sair da sala e consequentemente fui a ultima a chegar no carro. O Jeep de Emmett não estava no estacionamento. E para variar Edward estava tendo uma discussão nada madura com Alice sobre ela querer falar com Isabella.

Assim que abri a porta Alice jogou em minha direção as chaves da caminhonete de Bella. Sua carranca chegava a ser cômica. Peguei as chave e as balancei no ar.

-Eu tinha visto que entregaria a caminhonete a ela, mas ele mudou de ideia. - ela disse de modo obscuro, visivelmente chateada. - E simplesmente não posso compreender os porquês.

-Caso ela esteja em casa, não quero correr riscos. Agnes não irá conversar com ela. - ele respondeu.

-Tudo bem, eu posso esperar. - ela deu de ombros enquanto ele suspirava.

Entrei na velha caminhonete desbotada e tive que fazer um esforço para liga-la. Ele me seguiu até a casa de Isabella. A chuva estava caindo como um milhão de pequenos martelos, tão alto que talvez os ouvidos de Isabella não conseguissem ouvir o terrível motor de sua caminhonete. Quando estacionei, nem olhei para a janela, corri até o Volvo e abri a porta de trás ao lado de Jasper. Parecia não ter ninguém em casa. E então nós voltamos para casa. As estradas estavam vazias, e então só levou alguns minutos. Nós entramos em casa, e cada um foi para seus vários passatempos.

Emmett e Jasper estavam no meio de um elaborado jogo de xadrez, utilizando oito tabuleiros interligados, espalhado ao longo da parede de vidro da parte de trás e eles tinham suas próprias e complicadas regras. Eles nunca deixavam Edward ou eu jogar, Edward por eu mesmo sem querer seria beneficiado por seu dom, mas em relação a mim diziam que eu era trapaceira; somente Alice jogava alguma coisa com Edward ou comigo. Não que me importasse com isso. Alice foi ao seu computador que ficava próximo deles e eu fiquei sentada no sofá com o queixo escorado sobre as costas do mesmo, pude ouvir o seu monitor sendo ligado. Alice estava trabalhando em um design fashion para o guarda roupa de Rosalie, mas Rose não a acompanhou hoje, ficando atrás dela dando palpites enquanto as mãos de Alice desenhavam.