SEGURANÇA;

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— Bom, acho que é a hora.  – ele falou ao estacionar o carro praticamente de frente para a porta da casa de Hollyn — Se sente pronta?

— Eu não tenho certeza –falou sentindo suas mãos tremerem, tamanha era a sua ansiedade. — Será que preciso mesmo fazer isso? Eu não acho que estou pronta, não sei se vou conseguir.

— Está tudo bem, eu vou estar aqui com você.  – tocou na mão dela com cuidado, analisando se o seu gesto era bem aceito. E ficou feliz quando não houve negação da parte dela  — Não precisa se preocupar com nada, eu te disse que estaria do seu lado para te ajudar em tudo o que estiver ao meu alcance. Isso incluí te colocar para cima sempre que você achar que não consegue fazer algo, porquê você consegue e pode tudo.

— Obrigada por se preocupar tanto comigo, eu me sinto melhor em saber que se importa. 

— É claro que eu me importo, como não poderia? Você é importante demais garota. Mais do que imagina. – os dois fizeram silêncio, e continuaram de mãos dadas.

— Acho que os meus níveis de coragem não está no pico hoje.

— Certo, o que deveríamos fazer então? Fugir juntos para outro lugar? – disse em tom de brincadeira, mas se preocupou quando percebeu que ela estava ponderando — Hollyn, eu estava brincando – sorriu nervoso. — A última coisa que eu quero é que sua mãe se preocupe mais, e muito menos que ela coloque a polícia atrás de mim. Imagina só se eu for preso por ter te sequestrado?

— Não seria, eu diria que fui por livre e espontânea vontade. E também, porquê eu confio em você. – Hollyn passou a ser encarada de uma forma que ela julgou ser um tanto estranha vindo dele, mas pensou não ser nada. Ele certamente havia se espantado por ouvir da boca dela pela primeira vez que tinha sua confiança. 

Logo ele pareceu voltar a si e suspirou pesadamente enquanto tirava cinto.

— Bom, eu fico muito feliz que você confie em mim mas não podemos simplesmente fugir de tudo. Ainda mais com você do estado que está e prestes a fazer fisioterapia. Eu não seria tão louco. – mesmo um pouco decepcionada, Hollyn entendeu. Não exigiria isso dele. — Entretanto, eu preciso perguntar. Por que não quer voltar para casa?

— Não precisa se preocupar tanto com isso.

— Ah não? Mas como posso deixar isso de lado? Você preferiu, ao invés de ficar no conforto da sua casa e estar com a sua mãe, essa que eu sei que você sente falta, fugir comigo. – e mais uma vez, lá estava ele tocando em sua mão.  — Olha, eu entendo que você não queira falar comigo sobre, de verdade. Eu compreendo que não somos íntimos e que você não tem obrigação alguma de falar comigo o que acontece na sua vida. Eu só queria entender.

— Eu só não quero me machucar ainda mais, entende? Digamos que o meu padrasto não é a pessoa mais controlada do mundo, se é que ele chega a ser controlado em algum momento. Ele pode ser insuportável quando quer.

— Não se preocupe, ele não vai tocar em você.

— Como pode ter tanta certeza?

— Eu não vou deixar, eu te prometi. Eu não gosto de descumprir algo que disse que faria, e nem vou. Eu vou estar aqui por você.

— E se ele fizer algo ruim quando não estiver? Nem sempre você vai estar por perto.

— Eu jamais me perdoaria se você deixasse você na mão em algum momento. Escuta, não importa a hora, não importa o motivo, quando você precisar, você pode me ligar. Me manda mensagem, qualquer coisa. Eu vou vir até aqui e vou te ajudar na mesma hora. 

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