Para Mina, sempre foi assim: nada de apego.
Amor? Só precisou de um em toda sua vida - e não foi o romântico.
Foi aquele, daquela que lhe salvou de dias obscuros e lhe ensinou a sonhar. Algo que ela estava realizando exatamente agora.
Vivendo do o...
Não costumava fazer muito disso, desses joguinhos de palavras, eu digo.
Não até perceber quão profunda e intrinsecamente elas enredavam a minha vida.
Marcada. Revoltada. Abandonada.
As palavras que me definiam não formavam a melhor das descrições. Talvez não em português, já que foi um simples "please" que pontuou, mudou métrica, ritmo, forma e definiu todo o resto da minha história antes relegada ao fracasso.
Amada. Adorada. Adotada.
Sorrio para o papel onde, nervosamente, meses atrás, dentro de uma beca infernalmente quente, rabisquei minha primeira sentença: M A R C A D A.
Palavras vêm prontas, armadas até os dentes com significados que seriam magnânimos, para dizer o mínimo, se tudo o que fizessem fosse quebrar ossos.
Palavras ruem, correm, demolem a melhor das intenções, e destroem almas de dentro para fora.
Olho de novo para a folha, meu certificado de conclusão do curso.
De Letras.
Sempre fui mais fã delas, de poder que nos dão de manipulá-las e, delas fazer nascer novas vidas inteiras.
Apesar de tudo, as palavras no meu certificado selavam o que eu havia me prometido: que nada, nem ninguém me definiria.
Eu o faria. O que fiz! E hoje é só o começo.
O jogo atrás do papel... permaneceria o jogo. Eu permaneceria jogadora, eternamente jogando com a dor.
"o mar é tudo.
e você tem o mar
dentro do seu olhar
você é o mar.
você é tudo,
minha menina."
Sua voz me traz o pequeno poema que me recitou naquele primeiro dia, e em todos desde então, junto com a brisa fresca que ela é.
Me volto na direção do som.
— Você veio!
Dou um salto e começo a correr até ela, a engolindo em um abraço que talvez a quebre um pouquinho, de tão miúda.
Ainda assim não estará tão quebrado quanto meu coração.
— Eu nunca deixaria minha menina ir embora sem antes lhe dar a minha benção.
Com isso, ela pousa um beijo demorado na minha testa, selando seu ato sagrado.
Ficamos assim, juntas, com as almas unidas em um último grito silencioso cheio de saudade antecipada até que o alto-falante me chame.
Mas antes de ir, seu olhar captura o meu e, recitamos nossa prece silente:
"você é o mar,
é amor
você é a mar."
Estou livre.
Pronta para me definir, agora em outra língua, outro lugar e outras palavras.
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Ei, mô bein
Pra você que acompanhou SQQVS desde o iniciozinho, isso aqui vai ser uma surpresa, não é?
A você que ainda não conhece meu livro, seja bem-vindo. É um prazer sem tamanho te ter lendo Só Queria Que Você Soubesse.
Sente-se confortavelmente, pegue a pipoca e a bebida que preferir, porque você não vai conseguir sair mais haha
Mas voltando ao assunto: pra quê um novo prólogo, Binha?
Bem, pergunte à minha cabeça já que hoje, 10/10/2018, no meio da madrugada, ela resolveu que queria um prólogo novo. E eita negocinho que me deu trabalho, viu rs.
Porém amei, e espero que você (que já leu, ou está começando a leitura) também ame.
Saiba que eu love you.
Beijíneos
OBS: Não esquece da estrelinha e do comentário que me ajudam demais.
