Capítulo 28 - Frederich

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- Não fale besteira, ela serve a Deus homem.

- Mas foi criada com minha vó que era bruxa, pode muito bem ter aprendido a arte de deixar todo mundo caído as pés.

- Você que sabe amigo, eu não vou insistir. - ele diz me deixando só. - Agora saiba que está perdendo muito com isso. - diz ao chegar longe.

Vou para a frente do palácio e me emociono ao olhar para o lugar onde nos reconciliamos naquela noite. Will era um bom amigo e me conhecia a muitos anos, mas estava agora totalmente equivocado com relação a essa mulher. Percebo que a reunião já começou e me dirijo até a porta e consigo ouvir tudo de onde estou só não vejo as pessoas.

- E qual vem a ser a saída? - ouço ela falar.

- Unificar os reinos tornando em um e reunir o exercito em torno de prender o seu tio que é o cabeça dessa organização. - estão louco? penso.

- Meu tio? - ela fala e parece surpresa.

- Um filho bastardo que seu avô teve e que não conseguiu assumir o trono. - a tia dela diz.

- E esses reinos seriam unificados como? - ela volta a inquirir do conselheiro eu acho.

- Com a união dos dois maiores reinos que são Vianna e Lusoc. Todos os outros assinariam passando o reino para vocês e seria transformado tudo em Lusoviana. - diz o mesmo homem e eu me engasgo no lugar.

- Deixa eu ver se entendi. Querem que eu me case com o rei de Vianna? E receber de presente de casamento os reinos de vocês? Isso soa legal nos ouvidos de vocês? Porque nos meus parece que estão loucos. - ela ficou com raiva? Então é porque não me ama mesmo.

- Eu disse pai que não seria uma boa ideia, não pode existir união amigável entre eu e essa pessoa aí. - Entro falando roubando a atenção de todos para mim inclusive ela.

Vejo ela me olhar da cabeça aos pés e percebo que ficou incomodada com minha presença. Ela está linda sentada no trono mesmo vestida com roupa de camponesa. 

- Mas vocês dois se se s-se. - a tia dela começa a tentar falar olhando de mim para ela.

- Se amam? É isso que a senhora pensou? Não eu não amo sua sobrinha, a mulher que eu amei morreu. - mentira ela está na minha frente e acho que vai chorar.

- Mas filho por favor vocês são adultos e precisam pensar no povo e não em vocês só.

- Eu prometo que pensarei no assunto, por hora a reunião está adiada para amanhã de manhã, quando darei o veredito de minha decisão. - fala rápido e sai quase correndo.

Começo ouvir agitação de vozes vindo de todos que falam ao mesmo tempo e também vou me retirando quando uma mão segura meu braço e viro para olhar quem é.

- Victor. - digo surpreso por ter vindo falar comigo.

- Precisa pensar que não precisa amar ela ou ela amar você, são soberanos e devem agir como tal.

- Não fui eu quem desconfiou dos sentimentos e da dignidade foi?

- Isso são águas passadas.

- Para mim ainda está correndo muita água.

- Vem comigo Frederich precisamos ter uma conversa. - meu pai nos interrompe.

Sigo ele calado até uma sala que acho que é de chá não sei ao certo.

- Senta aí. - ele diz com cara de poucos amigos.

- Pai se for sobre eu me casar eu quero di...

- Eu vou falar primeiro. - ele me interrompe. - Nunca fui um pai que exigisse isso ou aquilo de você, sempre tentei ser compreensivo e te apoiar nas suas decisões, mas agora eu não posso ficar ao seu lado filho. Existem milhares de famílias sem um teto para morar, por causa dessa maldita guerra e acredite que você e Beatriz não sabem o quanto o povo tem esperança que façam algo.

- Mas pai eu não quero casar com uma mulher que eu odeio e que me odeia.

- Ódio? Está louco? Todos vêem que se amam, mas são muito teimosos e cabeça dura para assumir os erros não?

- Desculpa pai mas não dá para lhe obedecer, eu renuncio o trono.

- Frederich Dumont caia na real, não há o que renunciar, estamos falidos não temos onde cair morto. Só a unificação irá salvar as famílias que dependem de nós. Pense. - e com isso ele sai me deixando só.

Esmurro a mesa com raiva e viro uma cadeira, porque tudo tem que ser tão difícil?

- Quebrando os móveis não resolverá seus problemas. - viro e vejo Glauco me olhando.

- Eu sei, vai me dar sermão também? - digo sentando cansado.

- Não só vim lhe dizer que quando pensamos que não tem jeito Deus abre uma porta onde não tem porta e janela onde não há paredes.

- Eu sempre ouvia Estrela falar de Deus mas confesso que me afastei Dele, acho que ele não está interessado em mim, entende?

- Deus nos ama incondicionalmente.

- Glauco eu não quero casar com ela. Aliás não sabendo que ela não confia em mim e que me acha usurpador.

- Nem tudo que reluz é ouro Fred. - diz isso e sai me deixando sem respostas.

O que será que ele quis dizer com isso? Resolvo me ajoelhar e falar com Deus.

EscolhidaWhere stories live. Discover now