- Não fale besteira, ela serve a Deus homem.
- Mas foi criada com minha vó que era bruxa, pode muito bem ter aprendido a arte de deixar todo mundo caído as pés.
- Você que sabe amigo, eu não vou insistir. - ele diz me deixando só. - Agora saiba que está perdendo muito com isso. - diz ao chegar longe.
Vou para a frente do palácio e me emociono ao olhar para o lugar onde nos reconciliamos naquela noite. Will era um bom amigo e me conhecia a muitos anos, mas estava agora totalmente equivocado com relação a essa mulher. Percebo que a reunião já começou e me dirijo até a porta e consigo ouvir tudo de onde estou só não vejo as pessoas.
- E qual vem a ser a saída? - ouço ela falar.
- Unificar os reinos tornando em um e reunir o exercito em torno de prender o seu tio que é o cabeça dessa organização. - estão louco? penso.
- Meu tio? - ela fala e parece surpresa.
- Um filho bastardo que seu avô teve e que não conseguiu assumir o trono. - a tia dela diz.
- E esses reinos seriam unificados como? - ela volta a inquirir do conselheiro eu acho.
- Com a união dos dois maiores reinos que são Vianna e Lusoc. Todos os outros assinariam passando o reino para vocês e seria transformado tudo em Lusoviana. - diz o mesmo homem e eu me engasgo no lugar.
- Deixa eu ver se entendi. Querem que eu me case com o rei de Vianna? E receber de presente de casamento os reinos de vocês? Isso soa legal nos ouvidos de vocês? Porque nos meus parece que estão loucos. - ela ficou com raiva? Então é porque não me ama mesmo.
- Eu disse pai que não seria uma boa ideia, não pode existir união amigável entre eu e essa pessoa aí. - Entro falando roubando a atenção de todos para mim inclusive ela.
Vejo ela me olhar da cabeça aos pés e percebo que ficou incomodada com minha presença. Ela está linda sentada no trono mesmo vestida com roupa de camponesa.
- Mas vocês dois se se s-se. - a tia dela começa a tentar falar olhando de mim para ela.
- Se amam? É isso que a senhora pensou? Não eu não amo sua sobrinha, a mulher que eu amei morreu. - mentira ela está na minha frente e acho que vai chorar.
- Mas filho por favor vocês são adultos e precisam pensar no povo e não em vocês só.
- Eu prometo que pensarei no assunto, por hora a reunião está adiada para amanhã de manhã, quando darei o veredito de minha decisão. - fala rápido e sai quase correndo.
Começo ouvir agitação de vozes vindo de todos que falam ao mesmo tempo e também vou me retirando quando uma mão segura meu braço e viro para olhar quem é.
- Victor. - digo surpreso por ter vindo falar comigo.
- Precisa pensar que não precisa amar ela ou ela amar você, são soberanos e devem agir como tal.
- Não fui eu quem desconfiou dos sentimentos e da dignidade foi?
- Isso são águas passadas.
- Para mim ainda está correndo muita água.
- Vem comigo Frederich precisamos ter uma conversa. - meu pai nos interrompe.
Sigo ele calado até uma sala que acho que é de chá não sei ao certo.
- Senta aí. - ele diz com cara de poucos amigos.
- Pai se for sobre eu me casar eu quero di...
- Eu vou falar primeiro. - ele me interrompe. - Nunca fui um pai que exigisse isso ou aquilo de você, sempre tentei ser compreensivo e te apoiar nas suas decisões, mas agora eu não posso ficar ao seu lado filho. Existem milhares de famílias sem um teto para morar, por causa dessa maldita guerra e acredite que você e Beatriz não sabem o quanto o povo tem esperança que façam algo.
- Mas pai eu não quero casar com uma mulher que eu odeio e que me odeia.
- Ódio? Está louco? Todos vêem que se amam, mas são muito teimosos e cabeça dura para assumir os erros não?
- Desculpa pai mas não dá para lhe obedecer, eu renuncio o trono.
- Frederich Dumont caia na real, não há o que renunciar, estamos falidos não temos onde cair morto. Só a unificação irá salvar as famílias que dependem de nós. Pense. - e com isso ele sai me deixando só.
Esmurro a mesa com raiva e viro uma cadeira, porque tudo tem que ser tão difícil?
- Quebrando os móveis não resolverá seus problemas. - viro e vejo Glauco me olhando.
- Eu sei, vai me dar sermão também? - digo sentando cansado.
- Não só vim lhe dizer que quando pensamos que não tem jeito Deus abre uma porta onde não tem porta e janela onde não há paredes.
- Eu sempre ouvia Estrela falar de Deus mas confesso que me afastei Dele, acho que ele não está interessado em mim, entende?
- Deus nos ama incondicionalmente.
- Glauco eu não quero casar com ela. Aliás não sabendo que ela não confia em mim e que me acha usurpador.
- Nem tudo que reluz é ouro Fred. - diz isso e sai me deixando sem respostas.
O que será que ele quis dizer com isso? Resolvo me ajoelhar e falar com Deus.
YOU ARE READING
Escolhida
SpiritualLivro 7 Beatriz nasceu em berço de ouro, mas foi tirada dos seus pais ainda bebezinha e cresceu no meio de uma floresta sendo criada por uma velha viúva má que praticava um pouco de feitiçaria. Beatriz tinha tudo para se tornar uma sucessora da mulh...
Capítulo 28 - Frederich
Start from the beginning