Capítulo 19 - Medo

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O tempo passou muito rápido, os meninos já estão com cinco anos e eu com dezoito anos, minha tia estava aflita que eu conseguisse logo chegar a essa idade para que eu pudesse assumir o trono e ela ficar em Roma definitivamente, pois o esposo dela agora é o atual imperador e ela vive se revesando entre lá e Lusoc.

Durante esses três anos que eu estou aqui, não soube mais notícias de Fred, ele não me procurou e as vezes que Estrela veio me ver não comentou sobre ele pois eu pedi a ela que assim fosse. Eu tinha medo de saber que ele casou-se ou que está apaixonado por outra.

Muitos perguntam o que aconteceu com o meu sorriso sincero, eu sempre respondo que está no mesmo lugar, mas na verdade eu não tenho muito motivos para sorrir, quando eu lembro as palavras dele ali no lago, meio que dizendo que gosta de mim e ao mesmo tempo me dizendo que se fosse para ficar com ele eu teria que negar Lusoc eu sofro, sim sofro pois o amo muito, mas também amo minha terra.

Tentar tirar de mim tudo que a vó dele já havia tirado não é prova de amor aos meus olhos. Para mim ele foi sim egoísta e tentou me manipular para fazer a vontade dele, esquecendo da minha. Pelo menos eu penso assim.

Bom mas o motivo de eu estar aqui nesse jardim sozinha hoje é que a data da minha coroação está marcada e eu estou morrendo de medo de não conseguir.

- Senhor o Senhor que nunca me abandonou, nem quando eu não o conhecia o Senhor sempre esteve ao meu lado me guiando e me ajudando, por favor me ajude a ser pelo menos metade do que minha tia é. O dia da coroação está chegando faltam menos que um mês e estou em desespero de não conseguir, principalmente eu que sou solteira.

 O dia da coroação está chegando faltam menos que um mês e estou em desespero de não conseguir, principalmente eu que sou solteira

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Frederich Narrando:

Meu pai tentou fazer com que meu futuro fosse diferente do dele, ele queria que eu me casasse por amor e fosse fiel a minha esposa tivesse filhos e fizesse tudo diferente do que ele fez. Mas o destino não quis assim, eu me converti para a religião de Beatriz, como Estrela dizia que só nos pés do Senhor para curar todas as dores, mas mesmo assim eu me tornei um homem sério e fechado, não gosto de festas e nem muito menos de bater papo. O que eu tenho? Sequelas de amor eu lhe respondo.

Hoje eu já sou rei de Vianna, meu pai já estava bem cansado e eu com vinte e um anos adiando essa decisão então eu pedi a meu pai que marcasse minha coroação, eu fui coroado mas não houve festas não permiti que meu pai fizesse, não queria passar meu dia tendo que ser agradável com as pessoas.

Estou hoje com uma tristeza maior pois em minhas mãos o convite da coroação de minha amada. Ela vai se tornar a rainha do reino vizinho, seremos reis vizinhos uns dos outros, acredito eu que esteja comprometida, pois uma mulher para subir ao trono sem estar comprometida é quase impossível, talvez aproveitem a festa e a casem também.

- Está a um tempão com esse convite nas mãos e não disse se respondo que vai ou não. - É Glauco ele é meu secretário, mesmo sendo de idade avançada como diz ele mas é uma pessoa de minha total confiança.

- Não irei. - pronto respondi, estava decidido eu não iria me desiludir pela segunda vez.

- Eu acho que é um erro mas o senhor quem sabe. - ele disse saindo e eu jogo o convite no chão com raiva de mim mesmo e desse medo que tenho de enfrentar ela.

- Deus se era para eu conviver com essa dor, porque deixar eu viver? - falei para mim mesmo. - Não suporto, abra meu coração para esquecer dela de uma vez e amar outra, tantas mulheres no mundo e eu sofro por uma que não me considera.

Me levantei e fui para a janela a fim de disparecer a cabeça e vejo as flores que ela gostava tanto ali no jardim, fecho a janela com raiva e sento novamente no trono colocando as mãos na cabeça.

- Do que tem medo filho? - pergunta meu pai entrando.

- Como sabe que tenho medo?

- A posição que sentou. Tem medo de que ou de quem?

- Tenho medo de falar o que sinto e não ser correspondido. - digo para ver se diminui a dor falando.

- Beatriz? - Ele pergunta. - As mulheres daquela família tem esse poder. Entram no nosso coração e não querem mais sair.

- Eloísa? - pergunto e ele assente. - Vai ao baile para vê-la?

- Claro que sim, você não? Eu não dispenso uma oportunidade de ver minha amada.

- Não vou ficar assim como o senhor, sofrendo calado por um amor não correspondido, vou tratar de esquecê-la, irei visitar alguns reinos e achar um novo amor, me isolando não está resolvendo.

- Você pode tentar se quiser, já fiz isso, é inútil.

- Tem que haver um jeito pai, essa dor aqui eu não quero mais não.

- Boa sorte. - ele diz saindo e me deixando só.

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