Capítulo 21 - Um jantar entre nós.

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Nossa quando eu vi que quem estava saindo do pântano era Fred, eu praticamente fiquei sem fôlego é como se todo o ar dos meus pulmões estivessem ido para os pés. Fiquei ali babando por ele ao ver como com maestria tratava com Breno. Como ele havia ficado lindo. Calma Beatriz não pode se jogar aos pés dele.

Após tudo resolvido com o Tob, voltar para casa perto dele, ouvindo seus passos e ouvindo sua respiração foi uma tortura minha mente gritava para que eu o abraçasse e meu corpo tremia de desejo de tocar em sua mão e caminhar como namorados. Mas eu não poderia ser tão atirada assim.

Quando eu pensei que havia me livrado dele pois estava tudo planejado em minha mente de mandar Victor ir fazer sala para ele e me trancar no quarto e chorar minhas dores, ele me suplica para fazer companhia para ele. Entrei sem dar resposta, na verdade não falei para minha voz trêmula e cheia de emoção em estar perto dele não me denunciar.

Mandei ordens para a cozinha de alojarem os quinze guardas que estavam com eles e fui avisar para Victor que tínhamos visitas, minha tia está chegando só na próxima semana então Victor ficava como responsável da casa me treinando para estar só.

- Nós temos visitas para o jantar. - disse ao entrar no escritório onde ele olhava alguns papeis.

- Temos? Quem? E o cachorro? - Fez as perguntas todas de uma vez.

- É o rei Frederich de Vianna e sim o cachorro foi encontrado com ajuda do rei e seus guardas.

- Como assim?

- O cachorro se embrenhou de pântano a dentro, o rei e seus homens vinham pelo pântano com destino ao sul e ao nos ver procurando ajudaram. Eu ofereci refeição e penso que seria justo eles pernoitar aqui, já que saíram da rota.

- Como quiser majestade. - ele brincou comigo e me deu o braço para irmos até a sala de jantar. - Beatriz, não deveria estar vestida diferente?

- Sinto muito, estava me consagrando pela manhã e então aconteceu tudo muito rápido e temo ir me arrumar agora e o rei pensar mal de mim. Quer dizer pensar que... que... é.

- Que foi para agradar ele? Por ele e para ele? - ele falou rindo e me fez ruborizar.

Chegamos na sala e Victor foi cumprimentar Fred e ficaram conversando sobre todos os ocorridos com o cachorro e com o rei Will. Eu me limitava a sorrir e olhar para minhas mãos e para ele que era o dono dos meus suspiros. Quando uma criada veio me avisar que a comida estava servida, eu os chamei e Victor puxou a cadeira para mim, indicando a que fica em minha frente para que Fred sentasse. Ficando apenas um jantar entre nós.

- Beatriz minha cara, antes de eu me sentar viu dois príncipes por aí? Não estou vendo eles na mesa. - Victor perguntou ainda em pé.

- Eles me pediram para jantar no quarto, pois Tob está enfaixado e não querem deixar ele só. - respondi.

- Rei Frederich se importaria de ficar na companhia apenas de Beatriz? Temo ter que ir nos aposentos de dois futuros rei.

- Não de maneira nenhuma. - ele diz levantando para Victor sair.

- Victor se quiser eu irei até eles. - digo a ele que revira os olhos para mim.

- De maneira nenhuma, jé teve muito trabalho indo para o campo atrás do cachorro com eles. Fique e aproveite a companhia. - dito isso ele piscou e eu senti que ficava envergonhada de novo.

Seguiu-se um silêncio que já estava virando rotina no nosso meio. Deus eu tinha que ficar tanto tempo sozinha com ele?

- Você ficou mais bonita com os anos que se passaram sem nos ver. - ele comenta e eu não levanto a vista para ele e digo:

- Obrigada. - Muita vontade de dizer você também mais a coragem não dava.

- Beatriz eu queria entender o que houve com agente.

- Por favor me faça apenas perguntas que eu saiba a resposta.

Terminamos de comer calados, ele não tocou mais no assunto mas também não demonstrou que tivesse ficado com raiva de mim. Ele rejeitou a sobremesa e eu também não estava afim.

- Eu e Victor pensamos de vocês ficarem hoje aqui e partirem pela manhã.

- Não será incômodo?

- De forma alguma, já mandei lhe preparar um quarto e até um banho.

- Dessa forma eu aceito. Poposso ir até o jardim? Quer dizer, pode ir comigo? - comecei a gaguejar e me odiava por isso.

- Sim, será bom um pouco de ar puro. - eu precisava era aprender a respirar novamente.

Aceitei seu braço para irmos até o jardim principal do castelo, no começo da noite o jardim estava encantadoramente romântico e eu não conseguia conter a emoção de estar caminhando ali com ele, sempre pensei em nós dois no meio das trilhas verdes que havia ali. Perdida em pensamentos não vi a hora que ele parou e me segurou pelos braços com carinho ficando de frente para mim e deslizando as mãos nos meus braços até chegar nas minhas mãos as segurando e dizendo.

- Beatriz. Eu sei que esse nosso encontro por acaso mexeu tanto com você, quanto mexeu comigo. Eu não consigo entender o que houve conosco, para mim estava tudo bem e agora estou aqui na sua frente com desejo de lhe abraçar e dizer que sentia sua falta mas as palavras não saem me fazendo parecer um bobo.

- Fred. - comecei mas precisei  respirar fundo e conter a emoção em mim que era muito forte. - Eu não sei o que houve no passado, só sei que é ainda muito forte dentro de mim, confesso que desde a hora que lhe vi que mexeu comigo.

- Eu senti um turbilhão de sentimentos minha flor. O que faremos?

- Fred eu não sei, a única certeza é que não queria ver você partir.

- É certo que teremos que nos acertar, mas não quero cometer erros por isso não é bom agir pela emoção. Diga-me que seu coração é meu assim como o meu é seu e lhe direi o que vamos fazer.

- Eu o amo com todas as minhas forças Fred.

- Então meu amor, vamos orar e deixar Deus agir, temos dois reinos que precisam de nós e não quero me casar com você e viver longe você aqui e eu a três dias de viagem. Oremos e quando eu voltar da viagem com Will virei com meu pai para falar com sua tia, o que acha?

- Mas minha coroação é daqui uma semana quase.

- Não tem problemas minha flor, não vou impedir você de ser coroada, assim como já sou rei, mas temos que pensar como faremos para estar debaixo do mesmo teto.

Eu o abracei, matando em mim a vontade que tinha de sentir ele mais perto de mim possível.

- Não me abandone mais Fred. - sussurrei com a cabeça no peito dele.

- Nunca mais meu amor, eu me arrependi cada milésimo de segundo de não ter seguido meu coração antes e ter deixado você vir com raiva de mim.

- Me perdoa?

- Por me amar mesmo eu sendo o bobo? Não meu amor eu que te peço perdão.

- Eu tinha medo que se casasse com a pretendentes que seu pai arrumou.

- Eu tinha medo que tivesse encontrado um noivo nesse período.

- Graças a Tob estamos aqui. - eu disse rindo.

- Eu já amo esse cachorro sabia? - ele fala e beija a minha testa.

Entramos após passarmos na cozinha e roubar da geladeira o mousse de maracujá que rejeitamos no jantar e subi para mostrar o quarto onde ele iria dormir.

- Boa noite minha flor preciosa. - ele diz e beija minha testa.

- Boa noite Fred. - respondo dando um beijo na sua mão e virando para sair.

- Beatriz. - ele me chama quando dou uns passos já. 

- Oi. - respondo voltando.

- Nunca houve outra. Desde o dia da chuva que a vi me apaixonei e essa paixão virou o amor que me mantem vivo até hoje. - eu sorri largamente.

- Obrigada por me amar meu amor. - dou um beijo na bochecha dele e saio parecendo a adolescente que não sou mais.


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