39 💙 Muito mais do que imaginavam

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— Hey, garota! Você! Pode me ajudar? — Oi? Você também é nova? — Sim

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— Hey, garota! Você! Pode me ajudar?
— Oi? Você também é nova?
— Sim... — disse Júlia, desconcertada.
— Ah, meu nome é Marina! O seu?
— Júlia.
— Bom, é um prazer Júlia. A gente pode não saber onde é a sala, mas podemos procurar juntas, que acha?
— Melhor que se perder sozinha.
As duas riram.
— Acho que você é a única pessoa que falou comigo até agora, salvou meu dia — disse a ruiva, sorrindo.
— Que bom! Porque você também foi.

Júlia estava relendo o caderno de Marina e lembrando da primeira vez que se falaram, no quanto não precisou nem cinco minutos para que se tornassem amigas. Ela sentia muito a falta da amiga, de tudo que passaram juntas. Mas daquela amizade, só lhe restou lembranças.

Escutou alguém batendo na porta e abriu.
— Oi, mãe. Tá tudo bem?
— Sim, só vim saber se você está bem.
— Estava lembrando da Mari…
— Ah... ela faz falta, não é?
— Muita! — Júlia riu. — Mas já aceito melhor isso é todas as vezes que lembro dela, sinto vontade de sorrir.
— Isso é bom.
— É.
— Bom... Sei que durante esse tempo todo tenho sido ausente e espero mudar isso.
— Tudo bem, mãe.

Janessa não sabia como fazer, mas arriscou-se. Aproximou-se da filha e deu um beijo no topo de sua cabeça.
— Eu te amo, filha.

Júlia ficou surpresa, não estava acostumada a esses gestos de afeto vindo da mãe, então apenas falou o que sentia naquele momento.
— Eu também te amo, mamãe.

O laço materno que as unia finalmente estava florescendo, depois de tantos anos. Júlia podia ter perdido tudo, mas ainda tinha a imperfeita e melhor família que poderia ter. Porque o amor não precisa ser perfeito, ele só precisa ser renovado a cada dia.

— Filha... Porque saiu do balé?
— Só dei um tempo em tudo, acho que preciso disso, sabe?
— Mas pensa em voltar?
— Sim. Não sei quando, mas sei que vou.
— Eu só queria que soubesse que acredito em você, não importa o que tenha dito no passado. Sei que pode muito mais do que pensamos.
— Obrigada, mãe. Darei o tempo necessário, pois se eu voltar, quero que seja para dar o meu melhor.

***

O sol invadiu as cortinas do quarto colorido de unicórnios de Júlia, fazendo com que virasse para o outro lado e se escondesse em baixo da coberta. O despertador tocou forçando-a a levantar e ir para escola, então cumpriu todo o ritual até estar pronta para tomar café junto aos pais, como todos os dias.

As aulas passaram rapidamente, sem que Júlia nem se desse conta. Sua rotina na escola tornou-se solitária desde a partida de Mharessa e a garota tentava apenas se concentrar na aula, sem considerar o fato de estar sozinha e não ter com quem conversar. Estava até se acostumando com isso.

Assim que a aula terminou e saiu da escola para pegar a condução e ir pra casa, percebeu um carro parado em frente a mesma. Reconheceu imediatamente quem estava nele: Ângela, uma de suas colegas do grupo de bailarinas. Uma garota gorda, negra e empoderada. Para Júlia, não havia  melhor combinação para definir alguém poderosa.

Mais Perto do Que se Imagina (COMPLETO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora