- Ah, que pena que não deu certo vocês dois.

- Tudo bem, baby, vou voltar pra minha sala, até mais.

- Até.

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Já é quase uma hora da tarde quando chego na empresa acompanhada do meu segurança particular, Oliver.

Peter disse que era necessário e que ele me acompanharia pra onde eu fosse, o que não me agradou muito, mas preferi não discutir.

Quando chego no andar da minha sala, escuto vozes pelo corredor.

- O que diabos você quer? – É Thomas.

Esquivo-me um pouco de maneira que eu não seja vista. Sei que é errado escutar a conversa dos outros, mas a curiosidade é maior. Ele está com Emily.

- Thomas, pelo amor de Deus...você pode me escutar? – Ela parece desesperada.

Ele passa a mão pelos cabelos.

- Fale.

- Eu estou grávida, e o filho é seu! – Ela aponta para ele.

Sinto todo o sangue do meu rosto ser sugado. Puta merda! Ela está grávida dele?

Quem procura acha, Alicia.

Volto para o meu escritório na empresa com as lágrimas correndo pelo meu rosto. Burra, burra, burra, burra, burra, burra! Continuo com a ladainha até chegar no meu escritório onde soluços escapam da minha garganta.

Ela está grávida dele. Eles provavelmente vão se casar, vão ficar juntos.

Como ele pôde me iludir desse jeito? Dizer aquelas coisas pra mim e depois aparecer com uma mulher grávida dele? Eu nunca devia ter deixado ele me beijar de novo.

Engulo o choro. Deixa de ser besta, você também se iludiu sozinha! Quem garantiu que ele realmente ia querer alguma coisa com você? Ele que não foi.

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Não consegui me concentrar em nada pelo resto da tarde, nada. São quase sete horas. Hora de ir pra casa. Pensar em tudo, pela milionésima vez.

Porra, eu não devia ter gostado dele! Agora eu estou aqui me passando de idiota.

Chego na saída da empresa e eu não sou a única que está indo embora. Jess, Caleb, Gustavo, Peter, Thomas e Emily. Ele parece aborrecido e ela parece que esteve chorando como eu.

Pelo menos eu sei disfarçar. Mas ainda sim, eles estão juntos. Peter passa o braço pela minha cintura.

- Vamos? – Concordo com a cabeça.

Em questão de segundos cinco carros pretos param quase em cima da calçada.

Os carros não possuem placas e logo percebo que não são dos nossos seguranças, até porque imediatamente, todos os nossos seguranças estão perto de nós apontando armas para o carro.

Oliver me passa para trás dele e me dá uma arma disfarçadamente. Meus batimentos aceleram. Isso é um atentado.

Em questão de segundos, um homem todo vestido de preto, apenas com os olhos descobertos, sai do carro e puxa Emily. O homem coloca o braço ao redor do pescoço de Emily, sufocando-a.

Não gosto dela, mas não desejo o mal a ninguém. Thomas e os outros estão aterrorizados.

Ele aponta uma arma pra cabeça dela e diz:

- Se alguém atirar a vadia morre.

- O que você quer? – Grita Peter.

- Eu só vim dar um recado do chefe. Ele mandou dizer apenas que a hora de vocês todos está chegando. E agora nós temos mais carne fresca para matar – Ele tá falando de mim. Puta que pariu – Será um prazer Srta. Jones – Ele varre a multidão de seguranças e nossos olhares se encontram. Ele abre um sorriso e eu sinto que vou desmaiar.

Meu coração está muito acelerado. Peter parece um fantasma de tão pálido que está.

Oliver me coloca mais para trás dele e de repente o homem joga Emily no chão, que grita.

Porra, ela está grávida! Ela passa a mão na barriga e as lágrimas começam a cair de seus olhos.

Ele chuta as costas dela e ela grita novamente. Thomas parece descontrolado.

Ele só não avançou ainda no homem porque os seguranças estão o segurando. A criança! O bebê não tem culpa de nada, nem ela!

- Hm, essa é a sua vadia, Sr. Carter? – O homem fala com Thomas – Pensei que fosse a Srta. Jones – Essa foi a gota d'água para Thomas.

Ele se solta dos braços dos seguranças, mas para quando a arma é apontada novamente para Emily.

- Mais um passo e ela morre! – Ele avisa depois olha para mim.

Olho para ele, horrorizada.

- Até mais Srta. Jones, foi um prazer conhece-la. Meu aviso já foi dado.

Ele entra no carro e sai com os outros carros. Estou congelada, imóvel. Eu também sou um alvo. Ele também quer me matar.

Sou despertada do meu estado quando escuto os gritos de Emily quando Gustavo a coloca nos braços.

- Levem para a emergência! – Grita Thomas.

Todos os movimentos agora são rápidos. Movimentos de pessoas apavoradas.

Thomas me puxa abruptamente até seu carro.

- Entra no carro – Manda.

- Não, eu quero ir com Peter...

- Entra logo na porra desse carro, Alicia!

Sem hesitar entro no carro. Ele está profundamente alterado. Ele entra também no lado do motorista. O carro sai em disparada, seguido dos outros.

- Pra onde vamos? – Pergunto tremendo.

- Pra minha casa. Todos estamos indo para lá.

- Por quê?

- Porque é a mais perto daqui. Precisamos chegar a um lugar seguro o mais rápido possível!

Somos os primeiros a chegar na casa. A sala é gigante. Semelhante a nossa, mas não tem vários andares. É uma casa de um único andar.

- Papai e mamãe nunca gostaram de andares – Ele pode ler meus pensamentos?

- Percebi, mas é uma casa fantástica.

Ele segura meu rosto com as mãos, me fazendo olhar para ele.

- Você tem ideia do quanto eu fiquei preocupado com você hoje? Se algo tivesse acontecido com você... – Ele fecha os olhos e respira fundo – Eu não sei o que eu faria.

Ele cola seus lábios nos meus e eu esqueço de toda a minha raiva e de todos os meus problemas.

Atração InevitávelWhere stories live. Discover now