13 - Verdades Que Estavam Mal Explicadas

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A situação estava tensa.

Encarava Jimin com certo receio e ele tinha um semblante incrédulo, parecia não acreditar no que eu estava dizendo. Se sentou em sua pseudocama enquanto me olhava.

— Como assim "quero fazer um pacto? Por acaso você não escutou nada do que eu te disse naquele dia? — sua voz era séria.

Ele tava brigando comigo porque eu queria fazer um pacto com ele? Sério isso, produção?

— Eu escutei, mas eu confio em você e quero algo muito importante. — respondi. — Sei que com o pacto você vai poder realizar.

— E o que você quer?

— Que você fique ao meu lado, que nunca vá embora.

Park arregalou os olhos, era como se minhas palavras tivessem pegado ele de surpresa. Ele olhou para o chão e depois para mim.

— Jungkook, eu não irei embora. — segurou uma de minhas mãos. — Da onde você tirou isto?

Mordi o lábio inferior meio receoso enquanto encarava os olhos negros que me vigiavam, não sabia se era confiável dizer a ele o que Seokjin havia me dito. Jimin com certeza conversaria com ele e provavelmente o príncipe me mataria ou eles brigariam feio.

— Eu pressenti só isso.

— Entendo. — ele mexeu com a língua, pressionando-a contra sua bochecha. — Eu não vou fazer esse pacto com você, prefiro morrer do que fazer isto.

Jimin se levantou e caminhou até a porta. Como ele ousava me dizer aquelas palavras? Essa decisão era minha!

— Jimin, eu não estou te entendendo! — dessa vez eu que levantei. — Essa é a minha decisão! Eu que estou pedindo, não é só você que decide.

— Mas eu escolho se atendo ou não, simples assim. — disse ele se aproximando da porta.

— Mas Jimin...

— Mas nada, Jungkook! — sua voz soou autoritária, ele girou os calcanhares virando-se em minha direção. — Eu não vou fazer você viver desse jeito, como eu. No pecado, vivendo um dia após o outro esperando uma morte que nunca virá. Você acha que sou feliz? Acha que tenho um motivo para viver pela eternidade? Minha vida é um inferno, Jeon. Um verdadeiro inferno.

Suas palavras saiam rápido, era como se estivesse apenas jogando-as no vento.

— Eu já cogitei diversas vezes em morrer. — seu olhar desviou para o chão e depois ele me encarou novamente.

Um olhar triste, vazio.

— E por falta de aviso não foi, Taehyung me perguntou diversas e diversas vezes.

Seu tom melancólico estava fazendo com que eu me sentisse mal, destruído. Não conseguia compreendê-lo, ele quem escolheu aquela vida, ele quis isso porque estava sentindo tédio na terra.

Mas sempre quando tocamos nesse assunto, é como se ele estivesse arrependido.

— Jimin, isso não muda a minha posição. — toquei seu rosto de leve.

Só que ele empurrou minha mão.

— Você quer saber por quê eu me entreguei? — disse. — Por que preferi ir embora com Luci em vez de ficar aqui na terra? Porque quando se tem um pai como um meu, você prefere a morte do que a vida.

Balançou a cabeça de forma negativa enquanto olhava para um ponto fixo a sua esquerda, Jimin mordeu forte o lábio inferior antes de continuar.

— Eu nunca fiz o pacto porque estava no tédio, jamais. Fiz porque não aguentava mais o meu pai, não aguentava mais ser explorado, apanhar porque não queria ser o "sucessor do trono". — sorriu fraco, meu coração se quebrando a cada palavra triste. — Nunca servi para ser o guerreiro, eu era um sonhador. Queria ser um viajante e não ficar sentado em um trono ordenando quem deveria morrer e quem deveria ficar vivo. Não, eu não conseguia ser cruel como ele.

Como Se Livrar De Um Demônio Apaixonado, Volume 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora