08. REMEMBER

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após a troca de mensagens com debby, josh dormiu. em seus sonhos, ele perseguia tyler por um enorme labirinto até que caísse numa vasta escuridão, sem fim previsto. não importava o quanto ele tentasse ou como mudasse o caminho, o breu era tudo que havia no final.

o menino acordou com gotas de suor escorrendo por sua testa, se segurando firme nos lençóis brancos de sua cama. a sensação de cair se manteve até que josh tivesse a coragem de levantar e tomar um banho gelado, acalmando os nervos de seu corpo desnudo.

eram 8 da manhã de um sábado quando ele saiu de casa silenciosamente, levando apenas seu celular e a chave que tyler havia deixado no fundo da caixa. o carro era preenchido pelo silêncio e pelos pensamentos gritantes de josh que criavam milhões de possibilidades a cada minuto. ele queria que aquilo tudo parasse.

josh estacionou seu carro na entrada da floresta e adentrou-a, caminhando em passos longos e rápidos. não demorou muito, mas estava lá. uma casa na árvore totalmente amarela.

ele se esticou e alcançou as escadas que foram colocadas lá, subindo os degraus pouco seguros em questão de segundos. ele empurrou a chave através da fechadura, girando-a até ouvir o barulho que confirmava que a porta estava aberta.

ele empurrou a porta para cima, entrando na casa. diferente do lado de fora, o de dentro parecia ter saído de um filme de terror. as paredes eram pintadas com um tom de vermelho sangue, haviam papéis pendurados para todos os lados e tudo parecia revirado. josh sabia que o local não havia sido invadido pois acabara de destrancar a porta, mas se não tivesse sido por isso, ele apostaria que o lugar havia sido invadido.

sem luz, josh acendeu a lanterna do celular para que pudesse ver melhor. ele sabia que não conseguiria explorar tudo sozinho, mas observou muitas coisas com atenção.

haviam várias prateleiras de livros, assim como álbuns de fotos e até mesmo um mapa da cidade, cheio de locais circulados.

josh só conseguia pensar em como diabos tyler havia se tornado tão estranho?

uma das principais coisas que ele percebeu era o uso frequente de uma palavra que ele nunca havia ouvido antes. ela estava nos papéis, escrita nas paredes, e parecia ecoar pelo cubículo.

enquanto ele recuava, ainda olhando um dos papéis em suas mãos que possuia anotações de palavras aleatórias, ele esbarrou em uma caixa grande. ao se virar pra ver, viu a palavra "LEMBRANÇAS" escrita em negrito.

ele se sentou no chão, abrindo a caixa e retirando a foto que havia lá dentro. todas pareciam antigas e tyler parecia muito novo em todas elas, até que uma em específico fez com que o coração de josh tropicasse. eram os dois juntos, com 8 anos de idade. e mais um garoto. quem era ele?

josh começou a retirar as fotos mais rapidamente da caixa, achando outras dos três juntos. ele juntou as onze fotos em suas mãos e olhou-as com atenção. sua memória lembrava fracamente dos dias em que elas foram tiradas, mas havia apenas tyler nelas. ele girou uma das fotos, percebendo que elas tinham palavras escritas atrás. virou todas para o chão, tentando formar uma frase que fizesse sentido.

ele se afastou, com as mãos tremendo, lendo a mensagem escrita:

"
olhe     com      mais     atenção.
     você        ainda       não       se      lembra,

                               josh      ?
                                                                                    "

suas mãos trêmulas viraram as fotos, ele tentava vasculhar em seu cérebro as lembranças, e sem sucesso, ele olhava frustrado para as fotos. quando ele observava uma delas, ele notou a presença de alguém atrás deles. estava entre em moitas, mas era impossível ver seu rosto pois estava... borrado?

uma chave pareceu se virar no cérebro de josh. ele passou as fotos uma por uma, a figura sempre estava lá. borrada. bo... borrada?

ele se levantou em um pulo, correndo até um dos quadros pendurados. todos os papéis. a mesma palavra.

os papéis correram por seus dedos, lendo cada palavra marcada.

"Não  deixe  o  Blurryface  te  achar."

um arrepio percorreu a espinha de josh. ele arrancou os papéis para fora do quadro e pegou as fotos, saindo correndo para longe daquela casinha.

tentou ligar para brendon, que não atendeu. ryan atendeu, com uma voz sonolenta, após o quinto toque.

"oi, josh."

— r-r-ryro... — ele ouviu o amigo se ajeitar do outro lado da linha, preocupado com a voz trêmula do amigo. — m-me a-a-ajuda. e-eu acho que eu também e-esqueci.

the boy who cried wolf  ᤴ  joshlerWhere stories live. Discover now