Capítulo 24 - Que Christopher é esse?!

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Eu não estava preparada... Eu não estava preparada para a avalanches de emoções que me tomaram no instante em que os lábios de Christopher cobriram os meus. Eu não estava preparada para sentir o súbito arrepio que ia da cabeça aos pés e que por tantas vezes eu desdenhei achando ser impossível sentir algo assim. Eu não estava preparada para agir por puro instinto, assim como agiam os animais. Eu também não estava preparada para mandar qualquer mísero pensamento racional para o inferno. E o que era pior, eu não estava preparada para me apaixonar...

Mãos rápidas, lábios sedentos, respirações entrecortadas... Três ingredientes para uma fórmula que nos levaria a ser consumidos pelo fogo.

- Chris... Chris.... Christoph....

Seus lábios pareciam conter o mesmo desespero que os meus. Nenhuma palavra tinha força em um momento tão carnal. A única linguagem que existia ali era a corporal.

- On...onde? – Murmurou, mas eu não houve chance alguma de chegar ao quarto. Puxei-o para mim e como dois adolescentes afobados caímos no sofá.

Não houve tempo. Quando vi meu corpo estava enroscado ao dele de uma forma que não dava pra saber onde um começava e o outro terminava. Como se estivesse sob o efeito de uma droga poderosa eu não conseguia pensar em mais nada que não fosse apagar o fogo que me consumia por dentro...

- Você... certeza? – As peças de roupa estavam sendo atiradas pelos ares a essas alturas.

- Uhum. – Me apressei em concordar, antes que algum de nós se arrependesse...

Eu não sei quanto tempo passou, na verdade acho que isso era o que menos importava. No momento em que senti Christopher me invadir, fui tomada pelo mais absoluto êxtase. A intensidade era o que comandava nossos corpos como se fossem movimentos parte de uma dança coreografada.

- Chris... Chris...

Onde estavam as palavras? A Dulce Maria que eu conheço sempre tinha algo na ponta da língua pra dizer, mas não havia o que falar naquele mar de sensações...

Abalada... talvez essa fosse a palavra que melhor definia como eu me sentia logo após o clímax. Com os olhos arregalados, fitando o teto da sala de estar, tentava pensar em algo que pudesse dizer, mas nenhuma palavra parecia ser boa o suficiente para ser expressada.

Jamais imaginei que Christopher pudesse ser... incrível... na cama... ou melhor dizendo, no sofá. Se me contassem eu jamais acreditaria. Primeiro porque até então eu pensava que o negócio dele eram homens e segundo, porque a carga de ódio fosse sempre tão grande entre nós que nunca cogitei a possibilidade de algo assim acontecer e o que era pior, eu queria mais.

Talvez tenha sido mesmo a raiva o combustível que transformou uma faísca em um verdadeiro incêndio. Era algo como dizia a música, tentar apagar o fogo com gasolina: algo impossível e de proporções gigantescas.

- Sei que soa muito clichê, mas... foi bom pra você? – Christopher perguntou e em outros tempos eu teria aproveitado para dar risada apensas para provocá-lo, mas tudo o que eu podia perceber era a insegurança em sua voz e jamais brincaria com algo que poderia transformar uma experiência tão bonita em algo traumatizante para ele.

- Está brincando, não é? Você ainda tem dúvidas? – Indaguei ficando de lado, apoiando a cabeça na mão direita. Precisava que ele me encarasse e pudesse ver nos meus olhos a mais pura verdade.

- Tá falando sério? – Questionou duvidando, mas eu conseguia entendê-lo, era difícil confiar em alguém que por tanto tempo você viu como inimigo.

- Mas é claro! Olha podemos até não ser amigos, mas eu jamais brincaria com algo assim.

- É que eu, nunca... com mulheres sabe? – As bochechas se acenderam e ao invés da vontade de gargalhar, achei fofo. Jamais pensei que estaria frente a frente com um Christopher tímido.

- Hey onde está o Christopher confiante que eu conheço? – Brinquei empurrando pelo ombro. – Eu nunca experimentei o outro lado, mas acho que não deve ser tão diferente, homens ou mulheres, somos todos humanos. Não acha?

- Por que topou me ajudar? – Mudou de assunto. Talvez eu fizesse o mesmo pra me sentir mais confortável.

- Meus pais já faleceram. Acho que se pudesse fazer algo por eles, para de certa forma confortá-los, também faria.

- Você não é tão fútil como imaginei. – Falou e ali estava a "delicadeza sútil" que eu também conhecia. – Obrigada por me ajudar.

- E você não é a cabeça vazia que eu imaginei. – Provoquei e ele deu risada. – Por nada.

- Tem coisas que nunca mudam não é? – Concordei com a cabeça. – Mas sabe, acho que meu pai não vai acreditar que você é minha namorada. Acho que preciso praticar... mais um pouquinho. Para convencê-lo, é claro. – Mordeu o lábio inferior e se ele soubesse o quanto aquilo é sexy, não voltaria a fazer.

- Claro, claro, para convencê-lo. - –Ironizei já voltando ao jogo da sedução. 

E mais uma vez seus lábios assaltaram os meus. Entre o certo e o errado, a verdade e a mentira, o paraíso e o inferno, o que importa? Nesses momentos, a única coisa que realmente se torna essencial é seguir seus instintos...

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E então gente? Que Christopher é esse?!

OrgulhosaWhere stories live. Discover now