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Eu não era capaz de esconder a admiração que eu tinha por Bernardo quando o assunto era os meninos, e lógico eu fui pego em flagrante  embasbacado quando o olhar dele me encontrou e ele desenhou em seus traços faciais o sorriso mais encantador que eu já contemplei.  

Naquele instante tudo parecia como deveria ser, tudo parecia perfeito, um verdadeiro conto de fadas, o reino que eu havia construído em meus sonhos, um rei e seus dois príncipe. Mas a percepção  da realidade é bem outra.

A linha invisível chamada confiança havia se quebrado, e eu não sabia como fazer para restituir, pois uma vez que ela quebrada foi substituída por outra chamada orgulho. 
No entanto tínhamos um elo forte que nos unia, aqueles dois meninos precisava que nós dois agíssemos  como pais responsáveis e tínhamos que colocar o bem estar deles acima dos nossos próprios ressentimentos. 


Não posso negar que ter Bernardo aqui me agrada, é claro que me agrada, eu amo esse homem com todas as força que um coração é possível amar. 

Fui desperto dos meus devaneios quando Samuel começava a tagarelar:

_ Papai eu fiz o jantar com o papai e o Dani hoje. 

_ É mesmo, meus dois moleques já estão se virando na cozinha?

_ É o papai nos ajudou.

Empolgados os meninos se gabavam a Bernardo sobre as conquistas culinárias deles:

_ E o que vocês prepararam para o jantar, o cheiro está tão bom vindo lá da cozinha que aposto que fizeram arroz a grega?

_ Foi isso mesmo papai, e uma salada. 

_ Deve estar uma delícia. 

Jantamos em um clima agradável, os meninos estavam felizes, Bernardo brincou com eles um pouco mais e as horas passaram rápidos e os meninos exausto subiram para dormir. 
Sozinhos sentamos ambos no sofá para degustar o vinho em nossas taças:


_ Você leva muito jeito com eles, eles te adoram. 

_ Eles são adoráveis, eu amo esses dois pestinhas.  Eu amo a minha família. 

A voz de Bernardo era falha como se ele estivesse com receio de dizer algo desagradável. Ele me olha fixamente, eu o encaro, um silêncio predominante entre nós dois, fecho meus olhos quando sinto o dorso de sua mão deslizar por meu rosto, sinto toda a minha resistência indo embora,  quando me entrego a um beijo lento, sinto todo o meu corpo reagir a esse breve contato e intensifico um pouco mais o beijo pressionando meus lábios contra os dele que recepciona carinhoso o meu.  

Ele começava a desabotoar os botões da minha blusa eu não o impeço, nem mesmo quando sua mão invade pelo tecido adentro fazendo a blusa escorregar por meus braços a retirá-la. Sinto seus lábios descerem por minha pele, começando por meu pescoço, com o sangue pulsando em meus poros busquei os lábios dele para mais um beijo, já não me importava o erro que ele havia cometido eu anelava por ele, eu precisava de Bernardo. 

A cobiça de seus beijos tirava toda a sanidade que ainda era possuidor e tudo o que meu corpo  ansiava era ter Bernardo, amá-lo com intensidade, e pensando nisso eu levantei-me do sofá segurando a mão dele o guiando para o quarto em um convite mudo. 

Assim que a porta do quarto se fechou após passarmos por ela, Bernardo colou-me na parede pressionado contra o seu corpo, em rápidos movimento ele arrancava as vestes superior que vestia e eu pude sentir sua pele amalgamada na minha, estremeço quando ao desfivelar o cinto da minha calça percebo sua mão adentrar por ela após lutar contra o cós desabotoando com dificuldade o botão, ele tocava em meu sexo, e eu não pude evitar que minha respiração ficasse ofegante motivado pelo seu toque. 

O lume de seu olhar era intenso, a forma com que me encarava quando me tocava com veracidade na carne crua, um tremor envolve-me, mas não de frio pois meu corpo todo está em chamas, a frequência das batidas cardíacas em meu peito se alternam descompassadamente, como resposta eu o abraço unindo nossos corpos, aquele contato não era suficiente eu precisava de mais.

Deixo gemidos involuntários escaparem de minha boca quando ele os sufoca com um beijo a brincar com nossas línguas entrelaçando-as, elas serpenteiam freneticamente em contato efetuando em uma gostosa sensação.  

Cravo minhas unhas sobre os braços de Bernardo quando sinto expelir o espesso deleite do prazer buscando seus lábios para um beijo demorado. 
Com a mesma possessão com que ele fez com a minha agora ele desfivelava o cinto da calça dele, descendo-a até os joelho, assim como a cueca, deixando pulsar para fora o rígido membro que arqueava em meu orifício, como se seu corpo necessitasse ele forçava a entrada flexionando o quadril  em movimentos precisos, grunhidos saíam de nossas bocas sem que impedíssemos que fosse ecoado, nossas carnes se chocam estralando vorazmente ao encontro com a imposição da penetração, entrelaço minhas perna em sua cintura dando assim mais  liberdade ao molejo de sua flexibilidade.

Sinto minhas pernas tremulas quando novamente elas tocam o chão a novamente chegar ao clímax. Nós dois havíamos ultrapassado a linha divisória e agora eu estava ali com a cabeça recostada em seu peito sem poder encará-lo, ele por sua vez acarinhava meus cabelos esperando que assim como a minha sua respiração se normalizasse. 

Recompondo a respiração, em silêncio ele sentava-se a beirada da cama, talvez esperando que eu quebrasse aquele silêncio:


_ Vou tomar um banho.

Foi o que eu pude dizer, precisava de uns minutos a sós para absorver tudo o que havia se passado ali, acho que ele compreendeu isso pois não fez menção de me seguir. 
Era ridículo aquela confusão alguém poderia levantar a questão, já que somos casados a dez anos, contudo era a primeira vez em uma semana de separação que nos entregávamos ao prazer daquela forma, e eu precisava assimilar as consequências  daquela noite, não apenas para nós dois, mas principalmente na cabecinha dos meninos. 


Eu não sabia definir se aquela noite havia sido uma reconciliação ou apenas uma recaída, mas ao sair daquele banho deveria estar convicto pois o confronto com Bernardo seria inevitável. 

Em busca de redençãoWhere stories live. Discover now