Pov. Lucca
Carregava Yasmin nos meus braços, a pobre rapariga desmaiou poucos segundos depois de eu lhe pegar ao colo. Sentei-me num dos bancos da última fila de lugares que não eram preenchidos por ninguém e aninhei a rapariga nos meus braços fazendo carinho na sua cara.
Eu pedi ao homem que estava a guiar que me deixasse em minha casa. Entrei com a rapariga e deitei-a na minha cama. Tomei um duche rápido e saí para comprar roupas novas para a Yasmin não ter de ficar vestida naquelas roupas sujas e velhas.
Dirigi até ao centro de comércio mais próximo e entre na loja da Armani, trouxe apenas alguns pares de calças que de certeza iam servir e umas camisolas simples. Comprei também um pijama e um roupão.
Assim que acabei as compras fui novamente para minha casa, a rapariga ainda se encontrava adormecida. Levantei o seu vestido para ver as feridas que se encontravam na parte de trás das suas coxas e tive de desviar o olhar pois aquela imagem impressionava. Como é que um homem consegue se quer tocar numa mulher com tão más intenções?
Fui até à casa de banho e peguei no kit de primeiros socorros levando-o até à rapariga que estava no meu quarto. Comecei a tratar calmamente das lesões e comecei a ouvir Yasmin gemer de dores baixinho enquanto tentava recuperar os seus sentidos. Parei o que estava a fazer e vi-a abrir os olhos vagarosamente dando-me visão para os seus lindos olhos verdes.
- O que aconteceu? Onde estou?- a sua voz estava extremamente rouca, foi capaz até de me causar um arrepio por toda a espinha.
- Desmaiaste nos meus braços quando te fui buscar provavelmente de fome e estás na minha casa agora.- disse recomeçando a tratar dos seus ferimentos o que fez com que ela fizesse uma careta de dores.
Assim que acabei saí do quarto e fui até à cozinha, comecei a fazer uma boa dose de lasanha para nós os dois. A rapariga seguiu-me e encontrava-se à porta.
- Tens uma casa muito bonita.- ela disse meia tímida fazendo com que um sorriso meu escapasse por entre os lábios.
- Obrigado, podes sentar-te e se não fizer mal por ti eu vou buscar os meus cães eles estão habituados a estar dentro de casa.- disse enquanto cozinhava a carne.
- Por mim está tudo bem, adoro animais.
- Só não te assustes são muitos e são grandes e adoram visitas.- soltei uma gargalhada abrindo uma porta que se situava na cozinha e que dava acesso à parte do jardim da casa. Os meus cães entraram tão rápido que quase me deitaram ao chão. Olhei para a Yasmin e a mesma estava rodeada de cães fazendo festinhas neles.
- Oh meu deus eles são mesmo adoráveis!- ela disse fazendo caretas enquanto mimava os meus cães.
- Os dois pastores alemães são a Kira e o Jack o labrador é Raff e a husky chama-se Bella.
- Eu sempre quis ter tantos cães mas sempre vivi em apartamentos por isso impossiblitava um bocado as coisas.- eu não disse nada e continuei a fazer a comida enquanto a mulher brincava com os animais.
Depois de cerca 20 minutos a comida estava pronta e eu coloquei as coisas em cima da mesa. Sentei-me e a Yasmin sentou-se à minha frente. Servi uma porção generosa e virei um bocado de vinho tinto nos copos.
- Aquela discussão que tu e o Lorenzo tiveram...
- Eu posso explicar-te agora que já sabes de tudo. Não sei se percebeste mas eu e ele somos irmãos e nós tinhamos uma irmã mais nova, que foi assassinada. Foi o Lorenzo que o fez, eu e a Nora éramos os netos preferidos do meu avô mas também fazíamos por isso pois estávamos sempre a ajudá-lo e tudo mais mas o meu avô nunca gostou muito do Lorenzo e no final da sua vida ele mostrou-nos o testamento e as maiores e melhores coisas eram para mim e para Nora e quando o meu irmão soube disso ficou furioso e matou-a... ele matou a minha irmãzinha...- comecei a chorar mostrando a minha parte mais fraca.- Eu namorava na altura e foi a única rapariga que eu alguma vez eu amei e ele tramou-me, tirou umas fotos que aparentava que eu a estava a trair mas eu nunca faria isso. Ele deu as fotos à minha namorada e deu a entender que foi a Nora que lhe deu as fotos mas eu sabia que não tinha sido ela. Ele matou-a a sangue frio... e se ele conseguisse com que a culpa fosse para mim eu perderia a herança também, a minha família toda acreditou nele e eu vim para aqui.
- Uou, ele não é mesmo normal. No último dia em que estive lá ele ia... Bem ele ia violar-me e depois matar-me eu não sei o que aconteceria que não me viesses salvar...
- Tem calma isso tudo já passou, agora estás aqui e estás em segurança.- os dois tínhamos acabado de comer.- Vai tomar um banho se quiseres, acho que não queres estar mais nessa roupa suja, eu comprei-te roupa para vestires agora.
- Lucca não precisavas... Eu posso ir agora para casa.- ela estava envergonhada, olhava para baixo para não me encarar.
- Não, eu não te vou deixar ir embora com o meu irmão ainda por aí, é demasiado perigoso para ti.
- Tu preocupaste comigo, não é? Se não não ias salvar-me nem me tratavas assim.
- Talvez, mas o facto de isto te ter acontecido por minha causa também me pesa na consciência. Mas vai lá eu vou ficar aqui a arrumar.- a rapariga saiu da mesa e foi para o meu quarto enquanto eu arrumava tudo. Será que era verdade? Eu realmente preocupava-me tanto assim com ela? Não, impossível como disse apenas me estava a responsabilizar por algo que fiz acontecer.
Assim que tudo estava limpo fui para a sala e sentei-me no sofá ligando a televisão. Poucos minutos depois de procurar um canal pois tudo o que estava a dar era desnecessário a rapariga entrou na sala e ficou a encarar-me.
- Podes vir sentar-te comigo. Eu não mordo.- a mulher sentou-se à minha beira- pelo menos não de força.- após dizer a frase eu dei um dos meus famosos sorrisos provocadores e Yasmin ficou a olhar para mim como se fosse maluco.
-Eu sinceramente não percebo o que as mulheres vêm em ti.- ela revirou os olhos após o que proferiu deixando-me boquiaberto. Com maioria das mulheres aquela frase teria funcionado bem o suficiente para levá-la para o meu quarto mas com a Yasmin é tudo tão diferente...
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Um tal Mafioso • I.S •
Teen Fiction"Tudo nele era errado, até a maneira como olhava para mim, mas talvez era por essa razão que ele parecia mais do que certo" Yasmin vive uma vida normal até se cruzar com Lucca, um mafioso de olhos tão azuis que era possível afogar neles. Lucca, dono...