4* A good talk

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Pov. Lucca

- Yasmin? Muito prazer.- peguei na sua mão delicadamente e beijei-a. Ela pareceu incomodada com o meu ato. Tentei sorrir de lado trazendo algum conforto para a situação mas isso não aconteceu, a mulher que se encontrava diante de mim ainda estava na defensiva, desconfiada. O meu charme não resultou com ela, normalmente só o meu sorriso é capaz de fazer uma mulher cair aos meus pés mas esta bailarina era diferente.

- Peço desculpa ter de sair assim mas eu tenho um sítio aonde ir.- a linda rapariga de olhos verdes disse e um rapaz com olhos azuis apareceu ao seu lado.

- Anda lá Yas tu disseste que podiamos ficar para aproveitar o banquete.- Yasmin fitou-o com um olhar mortal como se estivesse prestes a atravessar um tiro pelo crânio do rapaz.

- Bem parece que temos mais algum tempo para termos uma boa conversa os dois. Eu realmente adorei vê-la a dançar, dança com paixão. Isso nos dias de hoje é difícil de ver.- assim que a elogiei vi a mesma a corar e a agradecer num tom de voz quase inaudível.

- Bem eu vou ter com o Noah, ele deve estar com fome e eu também deveria comer alguma coisa.- ela disse rápido tentando não se baralhar com as palavras. Vi-a a afastar-se e a ir em direção ao rapaz que tinha estragado o seu plano.

Observei cada movimento que a mesma fazia, os seus passos eram firmes, sem algum tipo de hesitação, tal como a sua dança, ela realmente era uma mulher diferente. Havia algo nela que eu nunca tinha visto, era diferente mas não sabia dizer que gostava desse tipo de diferente.

A noite decorria perfeitamente, falava com algumas pessoas enquanto bebericava whisky do copo de vidro ornamentado que segurava.

Eu estava quase a dar a noite por acabada quando reparei que Yasmin se encontrava sozinha sentada numa cadeira num canto da sala. Decidi aproximar-me da mesma. Sentei-me à sua frente e ficamos calados a olhar um para o outro.

- O senhor é o dono do Fallen Angels certo?- a rapariga de olhos verdes questionou-me quebrando o silêncio.

- Sim, e já agora chame-me Lucca, estou farto que se dirijam a mim como se fosse o presidente.- revirei os olhos e ouvi Yasmin a soltar uma gargalhada baixa, também sorri ao ouvir um riso tão lindo, era inevitável.

- Percebo, na verdade também não gosto muito destas "after parties", toda a gente parece mais velha e o Noah acaba sempre por encontrar um homem para fugir daqui. Fico muitas vezes sozinha.- a mesma disse enquanto olhava para os seus dedos e brincava com os mesmos.

- Bem Yasmin não precisas de ficar mais sozinha, eu estou aqui.- ergui o meu copo que ainda continha um pouco de bebida e encostei ao copo dela fazendo um barulho estridente. Ambos sorrimos e bebemos um pouco da substância que se encontrava nos copos.- Não sabia que as bailarinas podiam beber.

- Na verdade podemos mas não é nada benéfico para nós, são escolhas e eu escolhi não o fazer.- olhei para o seu copo e vi que tinha um líquido idêntico a champagne e levantei uma sobrancelha olhando para ela.- Sidra de maçã.- assim que ela me respondeu lendo-me os pensamentos tudo fez sentido.

- Pelo teu sotaque noto que não és daqui, que sonho vieste perseguir?- fitei-a enquanto fazia a pergunta.

- Bem eu na verdade sou da Carolina do Norte e vim para Los Angeles para seguir o meu sonho de ser bailarina e estudar na USC Glorya Kaufman dance school. Mas e tu, também não tens um sotaque normal, que sonho é que TU vieste perseguir.- entre nós deu-se um troca de olhares intensa e tive de desviar os meus olhos dos dela para poder responder.

- Infelizmentr eu não vim perseguir um sonho. Eu vivia em Itália, Milão para ser mais preciso e tive uma enorme discussão com o meu irmão e tive de abandonar toda a minha família e ir para o sítio mais longe que me lembrasse pois assim não teria de me preocupar mais com ele mas estava estupidamente errado porque ele seguiu-me e agora tento evitá-lo ao máximo. Quando cheguei aqui comecei a sair com as pessoas erradas, muito erradas mesmo mas felizmente consegui contornar esse problema, bem mais ou menos.- naquele momento esqueci-me da presença da mulher nna minha frente e quando parei de falar olhei para ela e a mesma fixava o seu olhar em mim.

- Bem, eu não esperava por essa... Porque é que ele te perseguiu? A vossa discussão foi sobre o que?- o interesse e a curiosidade estavam estampados na sua cara.

- Eu gostava de poder dizer mas a verdade é que é demasiado perigoso para qualquer pessoa saber.- assim que proferi a frase a mesma olhou-me com um olhar desacreditado.

- Oh vá lá, achas mesmo que vou acreditar no "é demasiado perigoso para saberes"? Por favor se não queres dizer não inventes histórias.- a raiva subiu-me à cabeça, quem era ela para duvidar do mafioso mais perigoso da Califórnia.

- Tu não sabes de nada! Eu posso destruir-te a vida em segundos e tu não dás por isso, posso matar-te e ninguém dar por nada portanto não tentes sequer duvidar de uma única palavra que eu digo.- olhei-a nos olhos enquanto dizia tudo num tom baixo e ameaçador cheio de fúria. Yasmin olhava para mim assustada pois ela conseguia ver a verdade nos meus olhos. Olhei-a uma última vez num tom de ameaça e sai daquele teatro.

Entrei no meu carro e comecei a conduzir com bastante velocida até a um sítio que sempre recorria para me acalmar e pensar no passado. Ela não tinha o direite de me chamar mentiroso. Bati no volante com força e lágrimas de raiva começaram a sair dos meus olhos enquanto me lembrava do que se tinha passado quando estava em Itália.

Eu nunca esquecerei aquela noite. Nunca.

Um tal Mafioso • I.S •Kde žijí příběhy. Začni objevovat