Meu Destino #1

Vinte e três - Mason

— Aaah! Aquele filme é tão lindo, sempre quis fazer que Mason o assistisse — minha mãe volta a se sentar.

Franzo a testa. Ela conversava com Camila como se conhecesse a muito tempo. Pego um copo de dentro do armário e vou até a pia por um pouco d'água.

— Odeio filme de romance — coloco o comprimido minúsculo no céu da boca, levanto a cabeça levemente e tomo alguns gole de água para engoli-lo.

— Mas é tão lindo a forma que Ladon encara o luto, — minha diz sorrindo paro vento — mesmo a perdendo, com isso ele viu o verdadeiro significado da vida.

Encaro minha mãe sem entender onde ela queria levar aquele assunto.

— Verdade. Nicholas Sparks soube retratar um recomeço de verdade — Camila a acompanha.

— Mesmo o amor deles sendo tão forte, Ladon não desistiu e quis recomeçar por ela — minha mãe me encara.

Ela não estava fazendo isso... ainda mais com Camila no mesmo cômodo a ponto de saber tudo sobre meu passado por mais algum comentários inoportunos da minha mãe sobre essa droga de filme.

— Enfim chega de fofocas, e vamos almoçar! — minha mãe pisca para Camila e as duas se levanta.

Continuo parado no mesmo lugar incapaz de sair daquela posição. As palavras da minha mãe me atacaram de uma forma que eu não soube interpretar. Eu seria capaz de querer um recomeço de verdade por causa de Lauren? Será que no fundo eu queria um recomeço?

— Mason, — minha mãe me chama e eu desperto dos meus pensamentos — leva a Camila até a sala enquanto a cozinheira prepara a mesa.

Olho para Camila, ela parece branca como um papel, seus olhos verdes brilhantes se destacam mais ainda e estão um pouco arregalados. Ela está com medo. Afinal o que aconteceu ontem para ela ter ficado assim?

— O que aconteceu ontem? — pergunto rápido entrando na sala ao seu lado.

— Hã... você não se lembra? — o alívio no seu semblante é visível.

— Não droga, como eu vim parar no meu quarto? Como você soube que eu estava bêbado? E como você veio parar na cozinha da minha mãe? — cochicho próximo ao seu rosto com medo que minha mãe escute algo.

— Eu te liguei e descobri que você estava bêbado — cochicha de volta.

— Você me ligou? — levanto uma das sobrancelhas.

Confirma com a cabeça.

— Eu fiquei preocupada com você e fui até e fomos para sua casa.

— Ah, de taxi?

Merda teria que buscar meu carro.

— Não, eu sei dirigir, espero que não fique bravo — encara o chão — Te ajudei a entrar no seu quarto e quando ia em bora... há sua mãe apareceu, fui obrigada por ela a assistir vários filmes de romance. Ela disse que estava com vontade de chorar.

— Vontade de chorar? — pergunto preocupado.

Ela parecia radiante está manhã. Será que o jantar com meu pai pioro as coisas? Ou eles se se resolveram e por isso ela queria ver filmes de romance?

— Sim e... acabamos dormindo no sofá — explica tudo, podia ser impressão minha, mas suas bochechas estão ruborizadas.

— E só aconteceu isso? — cruzo os braços — Eu não disse nada de estranho?

Ela me encara, ficamos em silêncio por um tempo apenas nos encarando.

— Só — confirma e vira o rosto em outra direção.

— O almoço está pronto! — minha mãe avisa de pé na porta da sala de jantar. Respiro fundo e acompanho Camila até lá que se mantém em silêncio o percurso todo, essa merda de almoço será longo, ainda mais se minha mãe voltar ao assunto de filmes idiotas que iludem as pessoas fazendo elas acreditarem que recomeço existe. Recomeçar é uma palavra que foi criada pela ilusão, na real ninguém nunca consegue recomeçar de verdade. Afinal das contas é impossível esquecer a merda do passado.