Diário de Alberto Castello Branco

Dia 14 de Fevereiro:

(Recorte do jornal do dia 14 de fevereiro de 1907)

The Daily Mail

A Universidade Pickwood, em conjunto com os governos Britânico e Americano, realizará uma escavação em uma nova ruína descoberta na pequena ilha de Malta, afastada do centro urbano.

O professor Geoffrey FitzWilliam Longhorn encabeçará o projeto. Em entrevista, o professor disse estar bastante ansioso para iniciar as escavações, pois nunca em sua vida viu ruínas como aquelas, e está crente que trará grandes descobertas tanto para os Estados Unidos quanto para sua própria pátria.

A expedição, chamada Fortuna, deve partir de Abareron, País de Gales, onde a universidade se situa, ao dia 15 de março deste mesmo ano. O navio fará uma breve pausa em Gibraltar. Estão sendo recrutados seguranças, mineiros, médicos, psicólogos e [...]

Me deparei com essa notícia logo após meu café da manhã. Provavelmente era essa a razão do prof. Longhorn estar tão ansioso e animado, e não é para menos. Só Deus pode saber as glórias que descobrirão naquelas ruínas. Era uma oportunidade de ouro, o que me levou a conversar com um bom amigo, James McCoy. Éramos ambos alunos do último ano (e eu já tinha publicado uns artigos com Longhorn antes), por isso cogitamos em conversar com ele para tomarmos parte da expedição.

Meu coração palpitava em meu peito, e eu nem era capaz de imaginar como seria constar na história como um dos homens que descobriu os misteriosos segredos da Ilha de Malta!

Chegamos no gabinete de Longhorn o mais rápido que pudemos (e tentamos guardar segredo sobre, para que o mínimo de gente soubesse). Bati na porta e logo ouvi a voz enérgica e grave do professor, que nos mandou entrar.

Estava sentado na escrivaninha, com um cachimbo à boca, e uma enorme pilha de papéis à esquerda, com outra menor à direita. Quando cruzamos a porta, ele se levantou e tirou os óculos, e nos cumprimentou com um aperto de mãos firme.

"Mr. Castello, Mr. McCoy, receio que não possa ajudar muito hoje, estou bastante ocupado, mas se for importante..."

"Prof. Longhorn...", eu comecei timidamente, "Bem, sabe... Eu li o jornal de hoje... Sobre uma expedição em Malta."

"Ah, então é isso!", ele disse rindo, "E deixe-me adivinhar, os senhores querem tomar parte."

"Exato!", meu amigo comentou, "O senhor nos conhece, sabe que somos ótimos alunos."

"Bem, Mr. Castello já publicou alguns artigos comigo, é verdade, e ninguém duvida que seja capaz de algo assim. O senhor, Mr. McCoy... Bem, suas notas são boas, devo admitir. Olhem, eu pedi para a universidade me liberar dois alunos como auxiliares para a escavação, e se quiserem, devem me escrever uma carta explicando por que querem ir. Tem até amanhã as oito para isso."

"Farei imediatamente!", exclamei, "Ah, me desculpe..."

"Fico muito feliz que esteja assim interessado em arqueologia, Mr. Castello. Seu futuro é certamente promissor. Bem, se me derem licença, tenho uma pilha de documentos para ver, ler e assinar."

Despedimo-nos cordialmente, e tão logo demos as costas, Longhorn já estava de volta em sua pilha de papéis.

"Isso é incrível, não acha Jim?!", perguntei

Terror em MaltaWhere stories live. Discover now