06 - Pato

4 2 0
                                    

Era manhã, o sol mal acabava de lançar seus braços de luz sobre o vasto mundo e Judith já estava de pé, carregava baldes de água para lavar o interior da casa, que estava abarrotada de lama, folhas e gravetos, ao menos a estrutura da casa não foi abalada, pensou ela positivamente. Tanto no interior quanto do lado de fora, tudo se encontrava enlameado, não haviam moitas ou relva verdinhas nem flores crescendo nos campos, ao menos na parte mais baixa, pois alí adiante subindo um pouco pela mata haviam lugares que a língua de lama não tocou.

Quando as primeiras crianças acordaram, trataram de logo a ajudar, alguns aproveitaram para brincar de guerra de lama, Judith apenas sorriu, soltou os baldes no chão e começou ela também a atirar bolas de lama mas logo ela disse: — Chega. Em menos de duas horas, tudo estava perfeitamente limpo, claro foram gastos muito sabão e água, além de um esforço para lavar os cantos das paredes, que venhamos a concordar merecem ficar sujos de tão complicados que são, vai e volta acabam sujos.

Não tiveram uma grande refeição no almoço, já que estavam todos ocupados, Rally e Torv se ofereceram para preparar uma sopa para que a mulher descansasse um pouco, mas Judith as olhou com um sorriso e disse:

— Obrigado pequenas, mas não precisa, quando temos uma rotina e estamos felizes não devemos mudar ou nos entristecemos, entendem? – Rally fez que sim, Torv apenas olhou para seus pés enrrugados de ficarem molhados por tanto tempo.

A tarde Derick, com suas roupas um pouco sujas saiu para brincar, sozinho como de costume, iria brincar aos arredores da casa, apenas de pular em poças, e assim foi. Poça após poça e um “splash” com jato marrom e sujo, depois de algum tempo pulando parou diante uma poça maior, e alí percebeu uma pequena bolota marrom nadando em círculona água bastante pesada. Derixk coçou a cabeça diante ao animal desconhecido.

— O que é você? – olhou o animalzinho irreconhecível com olhos de curiosidade.

— Quack! – o animal emitiu um baixo som.

— Muito prazer, meu nome é Derick, e o seu? – disse o menino empolgado.

— Quack!

— Nome divertido, de onde vem?

O animal diminuto nadou até Derick e o garoto o pegou nas mãos as sujando ainda mais.

— Posso te levar para minha casa, tem muitas pessoas lá, principalmente crianças – ele dizia como se estivesse muito distante de sua casa, mas não estava a mais de quinhentos ou seiscentos metros. — Vou te dar um banho, parece que na está nada satisfeito sujo desse jeito.

— Quack. – fez outra vez, Derick riu como alguém quando ouve uma piada.

— Você é engraçado – disse o menino de cabelos azuis escuro que adquiriam um tom mais claro nas pontas com o brilho sol.

Derick não deixou de pular nas poças no caminho de volta, antes de ir ao poço, que tinha a água um pouco escura olhou para a casa da árvore, onde Esquilo  tentava agarrar uma borboleta que não para de se gabar de como era bonita e possuía asas encantadoras.

— Não precisa ficar repetindo, eu já percebi! – gritou Esquilo.

— Preciso repetir e repetir até que todos me digam aquilo que já sei. Que sou perfeita.

Borboletas como você não deveriam abrir a boca! – disse Esquilo indo para um galho mais distante, acenou para Derick assim que o viu — Hey, Derick, que coisinha é essa que você carrega consigo?

— Acho que é um Quack, ao menos foi o que ele disse.

— Ah, nunca ouvi falar dessa coisa, boa sorte com seu Quack. – Esquilo disse e Derick agradeceu.

Encheu o baldinho com água quase limpa, iria servir para dar um bom banho no novo conhecido.

— Quer um pouco de sabão? – perguntou o menino assim que pôs a criaturinha na água.

— Quack quack!

— Tudo bem, sem sabão. – logo o pequeno animal já revelava sua cor amarela. Derick observava atento a criatura que a ele era completamente nova. Primeiro tentou assemelha-lo a algum animal que conhecia, riu de si mesmo — Não se parece com nada! – que tipo de ave era amarela e tinha pés tão engraçados? Nenhuma das que via na floresta ou a beira do riacho.

Derick lavou pegou o balde com água e o derramou sobre si, também estava completamente imundo — Se a Judith me ver assim não vai ficar feliz. – o animal fez Quack e Derick disse — Você vai conhecer ela mais tarde! Completamente molhado entrou pela porta da casa. Subiu as escadas e foi para o quarto que dividida com Alle e Charle, Se Charle e Alle me verem... Pensou e riu consigo da brincadeira sonora que os nomes se davam.

Vestiu uma camisa vermelha e uma calça cinza, deixou as roupas molhadas no chão enquanto secava seus fios, dando atenção também ao novo conhecido, que pôs sobre sua cama.

— O que é isso aí?! – ouviu a voz de Charle vinda da porta. O menino se aproximou. — Um pato??? – disse surpreso.

— Pato? – Derick não gostou da sonoridade da palavra — O que é um Pato?

— Isso é um Pato! – Apontou para o amigo de Derick.

— Esse é um Quack! Ao menos foi o que ele disse!

O mais velho viu que não valeria a pena discutir com Derick. Então voltou a descer as escadas, deixando o menino e seu pato sozinhos.

— Pato... – Derick ergueu o plumado nas mãos.

O menino se deitou na cama, observando o pequeno Pato, como forçava sua mente a chamar o animal, até que adormeceu. No lado de fora da casa, as crianças voltavam correndo da floresta e escalavam a árvore com a casa e usavam um galho curvo para descer na longa tirolesa que levavam a um lago que outrora tivera algo mais além de lama. Eles se divertiram até que o sol se aproximou do horizonte e barulhos estranhos começaram a vir do fundo da floresta azul, já sem o seu ar mágico de dias atrás.

O menino e seu patoHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin