Uma cesta

196 12 8
                                    


– Foi realmente tudo muito confuso e perigoso Holmes! – Dr Watson falava para seu amigo e paciente enquanto caminhavam de volta para Baker Street.

A noite estava clara e estrelada. Carruagens seguiam tranquilas pelas ruas bem iluminadas da antiga Londres.

– Ah, meu caro Watson... – Holmes riu olhando para o céu – Esta dá uma ótima história para seus livros! Vejamos; tudo começou quando alguns dias atrás, numa manhã de terça-feira, eu fazia meu desjejum e ouvi algo na rua próximo a nossa porta. Corri para a janela e ainda consegui avistar a tempo, uma mulher...

Sherlock Holmes então começou sua história (...).


Baker Street, Londres. Manhã de terça-feira

Holmes acordara cedo depois de mais uma de suas noites cansativas em seus experimentos com ervas e pílulas. Desceu para tomar seu desjejum que inclusive Sra. Hudson já havia preparado, foi quando ouviu um barulho muito suspeito vindo da porta. Correu para a janela a fim de ver o que provocara tal barulho e viu já de costas uma mulher de vestido de um vermelho escuro e uma rosa prendendo o cabelo num coque baixo. Sherlock observou até onde aquela madame ia, mas ela logo pegou um coche e foi-se.

– Sra Hudson!

– Sim, Sr. Holmes? – Aproximou-se a mulher com expressão carrancuda.

– Ouviu?

– Sim, ouvi Sr. Holmes, por isso estou aqui--

– Não mulher! Pergunto se ouviu um barulho vindo de nossa porta. – Holmes a interrompeu.

– Ah, deve ter sido algum gato ou algum moleque.

– Hum...

Sherlock foi até a porta; abriu-a e deparou-se com uma cesta contendo uma pesada garrafa de vinho enfeitada com o que parecia ser uma pulseira com moedas penduradas e uma carta.

Ele observou bem tudo aquilo e olhando rapidamente para a movimentada rua, pegou a cesta com sua bengala.

– Mas o que tem aí Sr. Holmes? Mal acordou já vai bebericar este vinho--

– Não vou beber nada! Deixaram isto na porta.

– Mas quem deixaria uma garrafa de vinho na porta de alguém em plena terça-feira às 7h da manhã?

– Não sei Sra. Hudson. Mas é o que pretendo descobrir (...). Não toque nisto, quero que Watson dê uma olhada... – E virando o rosto para a escada que dava para os quartos gritou pelo amigo:

– Watson! Venha aqui meu caro!

A Sra. Hudson virou-se voltando para a cozinha e balançando a cabeça desgostosa.

– O que há Holmes? Para que tanto grito? – Watson aparecera de roupão na escada ainda muito sonolento. Seus cabelos estavam bastante desgrenhados. – Que cesta é essa? Pediu ao Sr. Colin da padaria...?

Holmes revirou os olhos impaciente.

– Claro que não pedi nada, Watson. Na situação em que estou; sem casos para resolver, não me sobrou muito dinheiro. Além disso, gosto de um bom vinho, mas não acho que o desjejum seja a melhor hora para isso. – Falou Holmes com seu ar sério e ao mesmo tempo irônico apontando para a grande garrafa.

Watson agora descia as escadas, curioso, apoiado em sua bengala-espada.

– E então o que temos aqui? – Watson agora parecia despertar.

Sherlock Holmes e o Sumiço da Caixa EspanholaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora