Capítulo 7 - Don't Trust HER.

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Era o auge.

O caos era absoluto. Los Angeles estava em chamas, e o fogo começava na casa de Selena.

Na suíte principal, o trio ainda permanecia acovardado. Os três trancafiados, protegidos pela madeira grossa da cama de casal que fora arrastada até que estivesse bloquando a porta. E como se não bastasse estarmos acompanhados do medo eminente, os três cadaveres que morreram sob minhas mãos permaneciam enfeitando o carpete do cômodo luxuoso.

Um em especial era observado. Os orbes azuis caindo sobre sua pele esbranquiçada, como se desta forma, a garota voltaria a vida. Beverly havia se entregado a dor de perder alguém querido. Abraçou-a de corpo e alma, sentando-se no canto do cômodo e trazendo os joelhos para si, de forma que estes estivessem numa posição favorável para a menina esconder a cabeça dentre ele, e chorar. A menina forte e corajosa a qual salvara minha vida a momentos atrás, havia tropeçado na morte e caído de cara no chão.

Os papéis haviam se invertido. A morena que sempre fora um poço de sensibilidade e fragilidade, parecia ter dado lugar a uma mulher forte o qual o único objetivo ali, era manter-se viva, não importava qual seriam as consequências. Nem sequer se parecia com a mesma garota de rosto cheio de ternura que acabara de se declarar para mim. Porem, vê-la daquela maneira, manuseando uma arma enorme enquanto seus orbes negros brilhavam tamanha era a adrenalina que ainda percorriam suas veias, era sexy para caralho.

— Largue isso, Lena — eu pedi a ela quando esta quase atirou em seu próprio pé. — Enquanto estivermos aqui, você não irá precisar dela.

— Este é o problema; nós teremos que sair — a morena exibiu seus dentes branquinhos num sorriso enorme e bonito, que apesar de eu amá-lo, acabei estranhando.

— Quando sairmos a purificação já terá acabado. E se você pretende sair antes disso, tire isso da sua cabeça porque não vai rolar — disse-lhe, no mais grosso e seco dos tons.

— Tá legal! Você pode ficar aí, e bancar o covarde. Mas eu irei lá buscar Tyrone e Oliver — Selena prendeu os cabelos num rabo de cavalo, pegando em seguida, o revólver que derá fim a Alexis.

— Não é covardia, Selena! É inteligência! — Levantando-me, eu me aproximei da garota, que me lançara um olhar em brasa. — Os caras estão em maior número, com armamento em peso e talvez sejam treinados. Enfrentá-los é possível? Lógico que sim. Mas as chances de nós três sairmos vivos é pequena para cacete!

E então, seu rosto que antes possuía uma expressão clara de garota dura, murcha. Minhas palavras a atingiram do jeito que eu queria.

— Você fala como se aqueles garotos que provavelmente são estudantes da nossa escola fossem assassinos profissionais, quando na verdade, o criminoso aqui é você! — Inesperadamente, Beverly pronunciou-se, e ao olhar para ela, pude ver que a loura já não estava mais tão triste assim.

Ou se estava, sabia disfarçar com facilidade.

Não me rendi a sua provocação, tampouco dei-lhe atenção ao vê-la pegar uma dentre as várias armas no chão e aproximar-se de mim e Selena.

— Não seja tola, Bel — a garota resmungou para a amiga, logo trazendo seus olhos de volta para mim. — Eu irei atrás dos meninos, Justin. Se não sobreviver, é uma pena. Mas é como dizem, morrer é uma consequência na purificação anual.

Observei ela e Beverly moverem-se até a porta, afastando a cama que bloqueava a saída e preparando-se para sair. E enquanto eu presenciava tal cena, sem intenção nenhuma de impedi-las diante do fato de que ambas era teimosas para cacete, perguntava-me que droga de situação era aquela onde num momento ela dizia que me amava, e no outro decidia sair numa missão suicida.

12 HOURS - JELENA.Where stories live. Discover now