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  A guerra havia acabado, Konoha saiu vitoriosa, mas a festa não durou muito tempo. Eles tinham o funeral para realizar e dezenas de nomes para serem gravados no Memorial da Pedra. Do topo do Monte Hokage, Kyoko tinha seu olhar preso no telhado da mansão abaixo, sem conseguir tirar de sua mente a imagem da cerimônia que fora realizada ali no dia anterior. Os passos mais difíceis que tinha dado naquela vida foi os até a foto de seu pai tentando controlar o choro, principalmente quando a mão quente de Minato apertou seu ombro quando ela retomou seu lugar na formação, depois de ter deixado suas flores junto com as outras.
A garota estava quase dormindo naquele chão desnivelado, o chão do local que ela mais se sentia em casa, sensação contrária à qual a dominava quando seus pés pisavam em sua casa no antigo complexo Masaki. Ela não tinha memórias daquele local habitado por outros membros de seu clã, ou até mesmo muitas memórias de sua família completa ali, mas mesmo assim aquilo assombrava sua mente, assim como todas as lembranças ruins depois da morte de sua mãe.

Agora o clã Masaki se resumia apenas a uma pessoa. Um dos primeiros clãs a fazer parte de Konoha estava a ponto de ser extinto.

Era um sentimento ruim demais.

- Preferia te encontrar aqui com bons motivos, Kyoko – suspirou a voz de Sarutobi, a assustando. Não era incomum o Hokage a pegar de surpresa no monumento, mas dessa vez ele tinha se superado. A garota não esperava companhia daquela vez – Todas as noites desde que seu pai morreu você tem passado aqui.

- Não consigo ficar mais naquela casa – contou ela, se sentando melhor e abraçando os joelhos – É pressão demais... E é uma casa muito grande para mim também. Eu mal tenho folga de missões. Talvez seja melhor... Eu mudar para um apartamento.

- Irei providenciar – disse o homem, respirando fundo em seguida. Talvez não fosse algo tão fácil de providenciar... – Mas o problema é que por causa da guerra, a vila está uma bagunça.

- Eu sei disso – disse ela, forçando um sorriso que até tentava ser debochado, mas falhava – Por isso não fiz o pedido antes. Estava esperando as coisas se normalizarem primeiro.

- E até lá você dormiria aqui? – estranhou o homem – Por que não foi para casa de Minato?
- Não quero atrapalhar a vida dele com Kushina. Não quero incomodar ninguém, na verdade.

Hiruzen ponderou a fala da garota, e até entendeu seu ponto. Não importava se ela estaria eternamente sobre a asa de Minato, viverem sob o mesmo teto implicava outras formas de convívio, e talvez a garota acreditasse que nem sabia mais como era de fato morar com alguém. Seu receio era inocente, mas ele iria considerar. A pobre criança já estava tendo que lidar com muita coisa, não faria mal deixar que ela decidisse o próprio destino.

- Vá buscar suas coisas – ordenou Sarutobi, já dando as costas para retornar ao seu escritório – Você fica na Mansão até conseguirmos um apartamento para você, ou por quanto tempo você quiser.

- Eu não posso simplesment...

- É uma ordem, Masaki – o homem tratou de cortá-la de uma vez, ciente de que a garota poderia seguir pelo resto do dia naquele discurso. Seu tom mais firme foi o suficiente para que ela se calasse, e Hiruzen nem precisou se virar para ver a garota assentindo, mesmo contrariada – Vou pedir que alguém vá te auxiliar na mudança.

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Há certas coisas na vida que você pode apenas supor que não gosta, e, que logo na primeira experiência, pode bater o pé no chão com firmeza e afirmar. Kyoko naquele dia fez uma descoberta importante.

Ela odiava mudanças.

Havia tanta coisa naquela casa que a garota mal sabia por onde começar. Três cômodos daquela casa eram reservados para armamento e pergaminhos. Tudo aquilo havia sido reunido ao longo dos anos, a cada membro do clã que era morto em ação e seus pertences voltavam à família principal. Quando a vila fora fundada, o clã Masaki era numeroso, ocupava uma pequena parcela do território, suas casas, na maioria dos casos, sendo vizinhas uma das outras. No entanto, na medida que o clã ia diminuindo, suas posses também diminuíram, até os dias atuais, onde toda sua história e descobertas estavam confinadas em três cômodos do último prédio que ainda levava o símbolo dos Masaki na entrada.

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