(3) 三 SAN

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No outro dia de manhã, Jiraya a acordou cedo para avisar que tinha algumas coisas para resolver na vila, mas que esperava que ela tomasse a iniciativa para ir falar com Minato, não o contrário. Só que ela não se sentia disposta para isso. Na verdade, queria dormir até todos os seus problemas se resolverem. Só que ela perdeu o sono.

Sabendo que não tinha outra escolha, ela jogou suas pernas para fora da cama e caminhou para o banheiro, se assustando ao ver seu reflexo. Havia alguns ferimentos e hematomas em seu rosto, todos lembranças do dia anterior, como se lhe tirando a possibilidade de deixá-la apenas fingir que nada daquilo acontecera. Se sentindo pior que antes, ela terminou a higiene matinal sem muitas delongas, voltando para seu quarto para mudar de roupa. Trocando seu pijama pela camiseta larga com o símbolo de seu clã, os espirais amarronzados que se conectavam em seu início, ela saiu de casa, sabendo exatamente para onde queria ir.

O monte Hokage.

Aquele era seu lugar favorito de Konoha: dava para ver toda a vila, as pessoas entrando e saindo dos prédios, crianças brincando pelas ruas... Ali ela se sentia mais perto dos antigos hokage, como se estivessem ali juntos olhando por todos. Porém não era apenas por isso que ela gostava de passar tanto tempo ali.

Kyoko fechou os olhos para tentar se lembrar do momento com mais detalhes.

Talvez alguns dias depois do incidente com o tantou do Hatake, sua mãe havia a levado àquele lugar, com um objetivo em mente. Ali ela explicou para sua versão mais nova o que era Konoha, qual era a função dos ninjas e médicos da vila e o que o Hokage significava. Hanako sabia que em alguns dias uma nova turma começaria na Academia e, já que não conseguia chegar a um acordo com seu marido, a decisão ficaria para a própria criança.

"— Mãe? — a criança chamara a atenção da mãe, depois de ouvir atentamente a explicação — E o Hokage?

— Ele é o protetor de Konoha, querida — repetiu a mulher de curtos cabelos alaranjados.

— Eu já entendi isso, mas você não contou quem que é o protetor dele.

— Não existe exatamente um cargo para isso, mas todos nós protegemos nosso Hokage — sussurrou ela, sorrindo para a filha, e ela desviou o olhar, deixando-o passar pela silhueta da vila.

— É isso que eu quero — disse a garota por fim, quase em um sussurro por temer a reação da mãe.

— Ser Hokage? – deduziu a mulher, que, mesmo contrariada, estava orgulhosa da filha.

— Não, ajudar ele a proteger a vila — explicou Kyoko, voltando a olhar para a mulher, que tinha os marejados — É muita coisa para uma pessoa só, ele com certeza precisa de ajuda.

Hanako riu de leve, sentindo algumas lágrimas passearem por seu rosto enquanto ela apertava mais a criança em seus braços.

— Você vai ser uma grande kunoichi."

Kyoko foi tirada de sua lembrança ao sentir uma pessoa parar ao seu lado, e ela abriu os olhos mesmo sabendo quem agora lhe fazia companhia.

— Sabia que iria te encontrar aqui — suspirou Minato, se sentando ao seu lado.

— Jiraya-sensei não te disse para esperar que eu te procurasse para me desculpar? — questionou ela, se virando levemente para o homem.

— Disse. Por isso que eu vim — ele sorriu, a puxando para um abraço — Você não tem pelo que se desculpar. Mesmo que você ache que deva.

— Eu realmente não sei o que deu em mim ontem – confessou ela, mordendo o lábio para tentar controlar as lágrimas que começavam a se acumular em seus olhos.

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