Mas as tardes com Kai ajudavam bastante.

Ele era adorável. Agradável e gentil, tinha na manga vários assuntos, que sempre a envolviam: livros, filmes, artistas, jogos... mitologia grega. (S/N) era louca por mitologia grega, e passava horas falando sobre para Kai, que pouco entendia do assunto. Entusiasmava-se de verdade e nem percebia — tamanha foi a surpresa de SeokJin, ao, um dia, encontrá-la assim, que ele não conseguiu falar: saiu antes que o percebesse, com um sorriso no rosto — as vezes até um riso lhe escapava. Kai estava, aos poucos, desabrochando-a: fazendo-a acordar.

— Anya, até o momento, meu Deus favorito é Zeus... o pai do Olimpo! Ele é um líder, assim como eu! — exclamou ele, fazendo graça.

A gargalhada de (S/N) ecoou pela sala, e Kai adorou o som.

— Líder em me fazer rir, só pode. — respirou fundo para ficar séria, mas o esforço foi pelos ares: assim que olhou para o amigo, começou a rir outra vez.

O Jung riu da risada de (S/N).

— Olha só, o papo tá bom aí, hein...? — Jin adentrou a sala, dando um mínimo sorriso. Seus olhos brilharam ao ver aquela cena: a sobrinha não corava havia tempos. Corar de rir, então? Ele não podia se lembrar da última vez.

— Kai-oppa é engraçado, tio Jinnie. — constatou ela, respirando fundo e limpando as lágrimas dos olhos.

Quando percebeu o que estava fazendo, murchou.

Sentiu-se culpada, a mais desprezível criatura da terra. O pai enterrado, largado há sete palmos de terra, e ela rindo?

A vergonha atingiu-a como um soco. Seus olhos marejaram, mas não por consequência das risadas.

SeokJin não precisou perguntar o porquê da repentina mudança de humor, já imaginava o que era. Suspirou, perguntando-se quando isso ia passar, não aguentava mais vê-la devastada.

— É... já está tarde, eu vou indo. — Jung falou, após alguns minutos de um silêncio esmagador. Olhou para (S/N) com pena, imaginando sua dor: o tio contara a ele do passado dos Kim, o motivo de terem vindo para Daegu.

Na verdade, contou para o Sr Jung — consequentemente, ele soubera.

— Tem certeza? (S/N) adora a sua companhia. — o mais velho insistiu por pura educação: todos os dois sabiam que agora, ela precisava ficar sozinha.

— Sim, sim, eu volto amanhã. Jaa ne! — se despede, bagunçando os cabelos da menina, que olha para ele como se pedisse desculpas.

— Jaa ne... obrigada por vir, Kai-oppa. — apesar do timbre triste, ela não dava sinais de que viria a chorar. Leva Kai até a porta, e espera o menino abrir a própria, para finalmente fechar a sua.

Ainda está parada — encarando a madeira — quando o tio chega, abraçando-a por trás carinhosamente e diz:

— Você não tem que se sentir culpada, (S/N).

— Eu estava lá... e não fiz nada. — o soluço mal reprimido no fim da frase fê-lo afagar a barriga dela e suspirar.

— Sei que não... mas porque não tinha o que fazer. — finalmente, tinha posto para fora. SeokJin sabia que (S/N) sentia culpa por não poder socorrer o pai, mas a agonia e o remorso eram tantos que ela não ousava falar.

Apenas balançou a cabeça, concordando, enquanto as lágrimas caiam.

[...]

— Bom dia, (S/N). — ela parou de encarar os tênis e olhou para cima, encontrando YoonGi com uma expressão pensativa. Assentiu, como se o cumprimentasse, e voltou a olhar para os próprios pés, enquanto cutucava a parte encardida do All Star roxo.

Attention - Min YoonGiOnde histórias criam vida. Descubra agora