Acorde!
E eu exijo vidaNos seus olhos negros e opacos
— Ágata Silva.
(S/N) sequer estremeceu quando a jaqueta de SeokJin foi arremessada na mesa. Continuou sentada na cadeira, abraçando as próprias pernas e ignorou o tio.
— (S/N), não vai olhar para mim? — ele questionou, sentando-se à sua frente. Sentia-se culpado, já que a menina estava dessa maneira desde que a levara à delegacia.
— Oi, tio Jin. — cumprimentou, pedindo a benção. Ele respondeu um "Deus te abençõe."
Ficaram calados.
— Kai te procurou ontem. — começou, analisando a expressão da sobrinha: não houve reação.
— Ah. — respondeu vagarosa, e esforçando-se para prestar atenção, perguntou: — Onde eu estava?
— Dormindo. — era só o que ela fazia. Se não estava na sala, olhando para o nada, estava dormindo. — Ele disse que voltaria depois.
— Okay. — foi só o que respondeu, encarando o chá-mate e se sentindo culpada. Esqueceu-se disso quando o tio recomeçou:
— (S/N)... olha... — pareceu escolher as palavras certas enquanto falava — meu amor, eu sei... eu sei que está difícil, mas você tem que voltar a fazer as coisas de antes...
— Tio, eu... — ela interrompeu, na intenção de dizer "não quero falar sobre isso", mas SeokJin continuou:
— Espera, escuta o tio. — tomou suas mãos, e virou o rosto dela para si, para que pudesse encará-lo. — Não é dessa maneira... que as coisas fluem. Se continuar assim, vai acabar perdendo a si mesma, e NamJoon não iria querer isso, iria? — ela arregala os olhos quando a dor a invade, surpresa com as palavras de Jin: era a primeira vez que ele mencionava explicitamente o pai e sua morte.
O tio ainda esperava uma resposta.
— Não. — murmurou, mortificada. Não podia olhar para baixo, de fato, mas encarava seu nariz no lugar dos olhos: era estranho, não conseguia mais pensar, nem encarar as pessoas nos olhos.
— Então! — concluiu ele. — Vamos recomeçar, devagar... uh?
— Tudo bem. — os olhos dela estavam marejados.
[...]
— Me ajuda a fazer o jantar? — ele pediu. Fazia algum tempo que Kai havia ido embora, mas pelo menos, (S/N) não tinha deixado dominar-se pelo sono antes do garoto chegar. Conversaram um pouco, e ela tinha até uma expressão melhor, mais suave.
— Tá bom. O que quer que eu faça? — fez o perímetro da cozinha com os olhos antes que Jin respondesse, apontando para os tomates na bancada:
— Corta em cubinhos, por favor?
— Uhum. — a franja dela caiu no rosto quando começou, mas (S/N) não se importou, menos ainda colocou-a no lugar. Parecia longe, pensativa, e SeokJin parou o que estava fazendo para observá-la: muito mais triste, mas pelo menos, consciente. O comportamento robótico dela começava a assustá-lo — ainda mais ele, que era acostumado a vê-la alegre e cheia de vida —, e pensou se não deveria levá-la à um psicólogo. O luto era normal, mas aquele comportamento, não. Porém, conseguiu ficar feliz, pois a sobrinha parecia um pouco mais viva agora.
Talvez tivesse jeito.
[...]
Uma semana depois da "conversa" na cozinha, (S/N) já apresentava melhoras. Não estava saltitante nem sequer sorria, mas ela tentava sair do torpor e sono que a envolviam, tarefa nada fácil.
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Attention - Min YoonGi
FanfictionKim (S/N) era uma adolescente cheia de vida. Gentil, bondosa, extrovertida, e feliz, vivia com o pai em Busan, Coréia do Sul. Filha de mãe estrangeira, ela não tinha muitos traços orientais, mas isso pouco fazia falta em sua vida, até a morte de seu...