CAPÍTULO 30-JANTAR DE NOIVADO

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O dia seguinte foi de empolgação. Os empregados pediam dicas à tia Eustáquia sobre como se comportarem diante da namorada do patrão e se sentiam ansiosos para serem servidos pelos dois garçons que haviam sido contratados para o evento.

Armando decidira não ir ao jantar, alegando estar muito cansado. Preferia não ver o homem, que aprendera a amar, nos braços da noiva e fingindo não se lembrar da noite maravilhosa que passara nos braços do prostituto.

_Afinal de contas, senhor Armando, quer se esconder dela ou dele?_perguntou tia Eustáquia desconfiada.

Sem esperar resposta, a idosa continuou:

_Pois o senhor irá sim. Já que vai continuar a trabalhar nesta casa, imagine ter que conviver com os dois já casados. Por favor, meu jovem, não custa nada ir lá só um pouquinho e, caso não goste, sair mais cedo._insistiu a tia dos gêmeos.

Armando teve que concordar:

_É verdade, tia. Se ela vier a ser a minha futura patroa, tenho que começar a bajular a garota._suspirou desanimado.

Armando Scoth Lee também recebera de Ricardo o conselho de não faltar ao jantar.

_Chiii...isso tem jeito de jantar de casamento, Scoth Lee. Amanhã, com certeza, você virá me contar tudo o que aconteceu, está bem?! Meu irmão é um covarde! Jura que é bissexual, mas eu lhe garanto que é gay feito nós dois. Claro que ele nunca irá aparecer com um namorado diante dos amigos! Assumir-se homossexual não seria bom para os negócios. Deixe ele se casar com ela e lhe garanto que serão infelizes para sempre. Pelo menos ele estando casado com aquela mulher ciumenta e possessiva, vou ter a garantia de que ele não tentará te roubar de mim, como fez com o Júlio. Mas vá, pois eu vou querer saber todos os detalhes daquele idiota posando de macho alfa diante daquela mulher sem sal.

O dia passou rápido e logo todos estavam à mesa do jantar.

Armando percebeu como Rodrigo evitava olhar pra ele e, resignado, decidiu colaborar, se mantendo mais afastado dele. Sentou-se no local mais distante do casal, entre Nestor e César, acreditando que, assim, passaria despercebido ao patrão.

_Por favor, preciso da atenção de todos._disse Luciana batendo um talher numa taça de cristal.

Todos ficaram em silêncio e olharam para a garota que estava belíssima num vestido prata super elegante.

_Bem, não sou mulher de discursos e, por isso, serei breve: eu e o Rod resolvemos ficar noivos! Nos casaremos muito em breve, por isso, eu sugiro um brinde._disse a moça empolgada erguendo a taça e entregando outra ao namorado.

Armando confirmou justamente o que Ricardo dissera: o irmão seria o capacho daquela mulher, que, inclusive, já mostrava a sua possessividade a quem quisesse ver. Ao lado dela, o patrão parecia um cordeirinho.

Rodrigo estourou o champanhe e Armando recusou, quando um garçom lhe ofereceu.

_Ah, não._disse Luciana atenta àquela desfeita._Como é o seu nome mesmo? Ronaldo?

_Armando._disse tia Eustáquia apressadamente.

_Armando, todos vão ter que beber um pouquinho sim, meu bem. Já bebeu champanhe francês antes?

_Não._confessou o enfermeiro._Mas, realmente, vou recusar, pois prefiro evitar bebidas alcoólicas. Um único copo de vinho já fez estragos suficientes na minha vida para eu nunca mais querer beber. Se não se importar...

_Claro que me importo! Deixe eu lhe ensinar uma coisa: entre amigos e diante de boas notícias, toda embriaguez é perdoável._disse a garota enchendo a taça de Armando.

GÊMEOS: ENTRE A LUZ E A ESCURIDÃO/ versão light-não contém cenas de violênciaWhere stories live. Discover now