Os raios luminosos do sol do meio-dia invadiam o quarto através dos vidros da janela e ajudavam Louisa a terminar de acordar. Ela o olhou com uma ponta de indignação e ficou surpresa ao notá-lo tão disposto e já perfeitamente vestido. Os cabelos ainda úmidos pelo banho recente. "Deus!", ele parecia mais bonito que os príncipes encantados que ela costumava ver descritos nos contos de fadas. Os lábios sensuais e a sombra da barba recém-aparada tornavam Luke praticamente irresistível.
Louisa sentiu o familiar nó no estômago que a acompanhava durante três dias inteiros. Desde o encontro no lago até as longas conversas e opiniões políticas, discutidas no aconchego da cama. E, depois disso, o amor feito com paixão selvagem e por tantas vezes que ficava difícil contar.
Ela apanhou o garfo e esboçou um sorriso para si mesma. Não tinha mais como negar. Estava perdidamente apaixonada pelo homem acomodado do outro lado da mesa.
— Coma logo, antes que esfrie! — ele ordenou, gesticulando com a cabeça na direção do prato dela.
Louisa corrigiu o próprio pensamento: estava apaixonada por aquele tirano dominador!
— Está bem — ela concordou, garfando um bocado do bacon com ovos. — Não precisa surtar!
Enquanto saboreava o desjejum, Louisa prosseguiu com os devaneios. Talvez estivesse sendo tola demais para apaixonar-se pelo mesmo homem outra vez. Ao menos agora estava mais consciente da verdade. Luke não era exatamente o príncipe encantado que ela imaginara quando o conhecera e sim um homem arrogante, teimoso e com um sério problema de comando. Viver ao lado dele representava um desafio a ser enfrentado. Porém, nos últimos três dias, Louisa descobrira que por trás daquela máscara de austeridade havia um homem com grande senso de responsabilidade e uma pitada de bom humor. E, além disso, um amante in-comparável.
Mas, apesar dos sentimentos, ela não tinha intenção de se declarar antes que Luke o fizesse antes. E, pelo que Louisa podia deduzir, isso não demoraria muito para acontecer. De muitas maneiras ela percebera nas entrelinhas o quanto ele se importava com ela. Por que outra razão ele a trataria com tanta preocupação? Ou faria amor com ela com tanta intensidade como se fosse a última vez? E, depois do amor, por que permaneceria abraçado a ela como se fosse a única coisa que importasse?
Louisa imaginava que Luke ainda resistia a confessar o seu amor por causa dos traumas da infância que o tornaram um homem com dificuldade de expor seus sentimentos. Contudo, ela estava disposta a ser paciente. A única coisa que a incomodava realmente era o fato de que ele não comentava muito a respeito do bebê. Apesar de considerar que a maioria dos homens não se empolgam muito com o assunto, a menos que sejam pressionados.
Louisa apanhou uma torrada e ao mesmo tempo ergueu os olhos para Luke, que parecia compenetrado no próprio prato. Agora que ela estava ciente de que o amava de verdade, talvez fosse o momento certo de começar a pressioná-lo.
— Sabe de uma coisa, Luke? — ela iniciou, enquanto
afundava a ponta da faca no pote de manteiga. — Você precisa controlar seus impulsos dominadores caso tenhamos uma filha. Garotinhas não gostam muito de pais ditadores. Sei disso por experiência própria — Louisa lançou a isca e aguardou para ver o que acontecia.
— Você sobreviveu — Luke respondeu com frieza. Ela franziu o cenho.
— Sei disso. Mas só depois que meu pai...
— Será que podemos falar sobre outro assunto? — Luke a interrompeu e os olhares se cruzaram.
Ela pôs a torrada no canto do prato. A atitude dele não correspondia ao que ela imaginava que aconteceria. Por isso decidiu ser mais objetiva:
— Por que você não quer falar sobre o bebê?
— Acho que não há nada para se falar sobre uma criança que ainda levará alguns meses para nascer. Seria mais lógico se me dissesse quando pretende que nosso casamento aconteça.
Quando você confessar que me ama.
Era o que Louisa tinha vontade de responder. Entretanto, afastou essa idéia e disfarçou:
— Eu já lhe disse. Ainda acho cedo demais para ter uma posição concreta. Além do mais, existem outras coisas que gostaria de discutir sobre o bebê.
Ele ergueu as sobrancelhas com espanto:
— Que coisas?
"Por que ele tinha de ser tão obtuso?", ela pensou.
— Que tal sobre o nome que iremos lhe dar? O nome de uma criança é importante e...
— Não tenho nenhuma preferência. O que você decidir estará bom para mim.
— E sobre as aulas do pré-parto? Não pretende estar presente quando a criança nascer?
— Não sei — ele respondeu evasivo.
— Está começando a me assustar, Luke. Você tem algum problema com o bebê?
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Sempre Amor
RomanceO sexy milionário Luke Devereaux apareceu no escritório de Louisa, a arrastou para o médico e exigiu que ela fizesse um teste de gravidez. E, para seu total horror e consternação, o resultado foi positivo! Três meses antes, Luke dera a Louisa uma no...
Capítulo 27
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