Capítulo 8

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Até que ela dissesse aquelas palavras e lançado o desa­fio, não havia ocorrido a Luke o quanto ele desejava repetir aquilo que ela chamava de erro.

Embora Luke a achasse irresistivelmente atraente e não tivesse conseguido esquecer o que acontecera entre eles na­quele primeiro encontro, havia decidido não procurá-la.

Mas agora, vendo-a sentada no banco do carro e olhando-o com desafio e o lábio inferior tremendo de emoção, apenas esperando o momento de livrar-se dele, Luke perce­beu que estivera se enganando o tempo inteiro. Não era apenas pelo bebê que ele havia desmarcado sua agenda de compromissos para ir ao encontro dela no trabalho e nem pelas imagens emocionantes que vira na tela do ultrassom na sala da clínica. Ele ainda a desejava.

E nunca deixara de desejar. Estava na hora de admitir a verdade. Quando Luke viu o bebê na tela do ultrassom, fi­cou chocado. Mas, ao mesmo tempo, sentiu uma satisfação tão grande que não conseguia explicar nem para si mesmo. Sabia que o bebê representaria uma complicação em sua vida. Ele não se julgava um homem romântico e nem tinha qualquer intenção de formar uma família. Por isso mesmo, estranhava a maneira como estava contente com a gravidez que acontecera de maneira tão imprevisível.

Contudo, a resposta era óbvia. Agora ele percebia clara­mente que sua reação ao bebê fora puramente instintiva e machista. Se Louisa carregava seu filho, ela estaria atada a ele de uma maneira como nunca estaria se fosse de outra forma. Ele sentia agora que tinha um poder sobre ela, da forma mais primitiva possível.

— O que aconteceu naquela noite não foi um erro, Loui­sa. Não para mim e nem para você. Ou vai me dizer que deseja fingir seus orgasmos pelo resto da vida?

Louisa olhou-o chocada, pelo comentário rude. Ela havia contado a Luke o segredo mais íntimo de sua vida. Como Luke tinha coragem de usar aquela confidencia para rebater suas defesas?

A vontade de socá-lo era tão grande que Louisa come­çou a tremer. Como ela gostaria de apagar tudo o que acontecera. Porém, à medida que engolia o nó de humilhação na garganta, as lembranças retornavam em sua mente.


Três meses antes.

— Ainda estamos longe do seu apartamento? Está es­friando demais! — declarou Luke, apertando os ombros de Louisa.

Ela se aninhava nos braços fortes e sentia-se protegida.

— Pare de reclamar! A noite está linda!

Uma brisa mais forte soprou e ela estremeceu de frio.

— Não lhe disse? — ele falou em tom vitorioso e, reti­rando a própria jaqueta, agasalhou-a. — Está gelada! — E com uma vigorosa massagem nos braços dela, aqueceu-a rapidamente.

— Vamos chamar um táxi — ele sugeriu, tornando a en­laçar um braço sobre os ombros dela. Louisa podia sentir o delicioso perfume da colônia e o calor do corpo másculo através do couro da jaqueta. Ela ergueu os olhos e admirou o perfil perfeito do rosto dele enquanto Luke espiava na extensão da Camden High Street, procurando avistar um táxi. Ela estava se sentindo tão feliz que gostaria que a noi­te nunca terminasse.

No instante em que entraram no táxi, ela inclinou o corpo à frente para dar instruções ao motorista. Quando terminou, sentiu as mãos fortes de Luke a agarrarem pela cintura:

— Venha aqui.

— Oh! — ela exclamou no momento em que ele a colo­cou no seu colo.

Luke enlaçou os braços dela de maneira a ancorá-la no lugar.

— Como se sente ao ser seduzida no banco traseiro de um táxi? — ele sussurrou, mordiscando-lhe o lóbulo de uma orelha.

As pulseiras que ela mantinha em um pulso tilintaram no momento em que Louisa enlaçou os braços ao redor da nuca masculina.

Sempre AmorWhere stories live. Discover now