Capítulo 22

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Ela se perguntou mentalmente, no momento em que Luke liberou-lhe o pul­so e ela prosseguiu a caminhada com as pernas bambas.

Dado que seus instintos já estavam plenamente revolta­dos com o acordo do "não toque", ela temia não ser a ven­cedora. De alguma forma o diabólico e sexy Lorde Berwick conseguiria derrotá-la mais uma vez.

O que Louisa mais precisava no momento era de um conselho amigo de alguém que já tivesse vivido algo pa­recido.

Sua melhor amiga, Mel Rourke Devlin, estava com dois filhos e contava com cinco anos de casamento com um ma­rido maravilhoso que, de certa maneira, também a seqües­trara. E se Mel não saberia o que Louisa deveria fazer, então ninguém saberia.

Estava na hora de fazer um telefonema para sua amiga.

Luke observou Louisa cruzar o pátio e notou a beirada da calcinha de cor violeta que sobressaía do cós do jeans de cin­tura baixa que ela usava. Ele se imaginou tocando com o pole­gar o ponto sensível na base da espinha. Forçando-se a afastar o olhar, tornou a sentar-se à mesa e apanhou o jornal. A recen­te visão despertou-lhe os instintos e ele esboçou um sorriso.

A proposta que ele fizera lhe parecia melhor do que es­perava. Seu advogado tinha sugerido o casamento como a melhor solução, quando o consultara pela manhã. A princí­pio, Luke rejeitara a idéia, mas logo depois concordou que essa seria a única saída. E, apesar da recusa de Louisa, ele tinha certeza de que no final conseguiria colocar uma alian­ça no dedo dela. O fracasso não significava uma opção para ele — não depois do que enfrentara na infância. E conven­cer Louisa não lhe parecia tão difícil quanto imaginava. Apesar de contemplar as diferentes emoções que ela de­monstrara durante o almoço — choque, confusão, descon­fiança e finalmente desespero.

Ele lhe daria a trégua que ela pedira. Afinal, era um ho­mem que mantinha sua palavra e não costumava pressionar as mulheres no que se referia a manter relações sexuais.


-— Prepare-se para uma surpresa, Mel — Louisa sentia as mãos tremerem enquanto falava ao celular. — Estou grá­vida e Luke Devereaux é o pai.

Louisa ouviu o murmúrio de espanto da amiga do outro lado da linha e depois o comentário animado.

— Eu sabia que havia acontecido algo naquela noite! Minha intuição nunca se engana. Mas quando você me contou que estava sentindo enjôos e seus seios haviam au­mentado de tamanho, e eu lhe perguntei se estava grávida, você foi tão categórica em negar... Espere aí! Aquele jan­tar ocorreu há mais de três meses... Por que não me disse nada?

— Porque eu também não sabia.

— Não é possível! Como poderia não ter notado que...

—Bem, é uma longa história. E não importa mais — Louisa interrompeu a amiga. — O que interessa agora é que não sei o que fazer.

— Para quando é o bebê?

Essa simples pergunta inundou de lágrimas os olhos de Louisa. Ficou emocionada com o tom de voz preocupado da amiga. E ela precisava tanto de Mel naquele instante...

— Provavelmente para a segunda semana de fevereiro.

— Você está chorando, Lou?

— Desculpe-me, Mel. São as drogas dos hormônios. O problema é que o bebê não é a minha única preocupação.

— O que quer dizer?

— Estou na casa de campo de Luke neste momento.

— É mesmo? Ouvi dizer que o lugar é incrível!

Sempre AmorWhere stories live. Discover now